Lygia Maria > A prisão das musas Voltar
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Segundo esta coluna, Itamar tenta silenciar a crÃtica de seu livro, por ter sido negativa. Já Itamar, em réplica recente aqui na fsp, alega que sua acusação de racismo se deve não a crÃtica ao livro, mas à s ofensas contra ele em redes sociais. Fica claro o desencontro de informações. E a tentativa das pessoas em tomar um partido me faz crer que, afinal, não importa do que se trata a discussão, o importante é discutir.
O que o Itamar vieira Jr quer é justamente o efeito desse " efeito inibidor ". Acusa de racismo quem faz uma critica negativa e busca dessa forma que ninguém mais o critique negativamente. Patético.
Preconceito é uma coisa. Falta de inteligência é outra. Um grupo de leitores acredita que tudo que é escrito sobre pessoas de pele negra deve ser elogioso. Com isso, acreditam que o desrespeito aos negros vai acabar. Coitadinhos.
A sua coluna é uma vergonha, é um passa pano, para tentativa de humilhação pública de um autor. O que aconteceu no twitter foi vergonhoso
Usar o negro Machado de Assis, e o branco Paulo Coelho, é um desrespeito a ambos, e um argumento para lá de preconceituoso.
Reforço o comentário abaixo, do leitor Ãlvaro.
Em nenhum momento li em qualquer reclamação do escritor em relação à crÃtica da senhora Lygia, ele reclamou dos twits que a critica postou, tentando humilha-lo em público, reforçando a branquitude da critica no Brasil. Infelizmente a sua coluna está equivocada!!!!!
Exato
A colunista retoma o caso Machado, como exemplo de autor negro ovacionado pela crÃtica, mas parece esquecer que ao longo de quase todo o século XX Machado passou por um processo de embranquecimento (vide os retoque em suas fotografias ou o apagamento de sua origem e raça e manuais ou livros didáticos). Talvez o pacto da branquitude que a colunista parece não enxergar, esteja justamente aÃ: na irrisória quantidade de autores negros que, para além do reconhecimento, conseguiram publicar.
O pacto da branquitude aparece ainda na mobilização midiática que se ergue por colunistas e escritores brancos para dizer a um autor negro que ele está enxergando racismo onde não tem e que assim ele põe a crÃtica literária em risco. Mesmo que para isso, se publique um texto com argumentos fracos e que "requenta" as posições de terceiros, sem acrescentar nada de relevante a discussão como esse artigo de Lygia Maria.
Achei pertinente a crÃtica.
Quem nunca sofreu racismo não sabe o que causa na mente e coração de quem sofre todos os dias toda a vida. É preciso ter cuidado com tudo o que se escreve sobre o assunto, a maioria das pessoas não tem experiência de vida nem empatia para tentar compreender do se trata. Os crÃticos também tem de ter compreensão e empatia.
Excelente artigo.Identitarismo enquanto ideologia serve para fomentar o ódio, prejudicar o debate e tolher opiniões. A noção de raça há muito se perdeu na biologia, a luz da moderna genética não tem sentido. O preconceito existe? Sim. Somos recordistas: negros, pardos, pobres, LGBT, nordestinos - a lista é enorme. Mas não como apresentado pelo autor.
A escravidão, milhões de mortes na Ãfrica causadas pelos europeus, toda a violência no Brasil colonial e depois na suposta modernidade não podem ser resumidos a difundir identitarismo. Quem fomentou ódio e matou a gosto não foi o povo negro. Não é cobrança sem sentido. Os europeus devem, sim, compensação aos paÃses explorados, o Brasil tem dÃvida eterna aos escravizados e mortos com violência extrema e seus descendentes. Primeiro, respeito, humanidade, depois a crÃtica com visão ampla.
E, reconhecendo meu "não-lugar de fala" nem para julgar a resenha nem para avaliar se o argumento do autor procede, limito a minha crÃtica à colunista: seus argumentos são rasteiros e seu texto carece da necessária imparcialidade para tão complexa análise.
Concordo, a colunista se limita a polemizar sobre os excessos, que existem, claro, das pautas identitárias. A coluna é sempre sobre isso, e sempre de forma rasteira e muito mal fundamentada.
Não encontrei a tal resenha na Ãntegra, mas a julgar pelos comentários (de outros crÃticos literários e escritores), a reação do escritor foi exacerbada e seu argumento injusto ao comparar a crÃtica liteUaria que sofreu aos insultos racistas que o jogador Vini Jr tem recebido. Eu, leitora desta coluna, reconheço não ter lugar de fala nem na análise de crÃticas literárias nem muito menos para avaliar se houve ou não viés do racismo estrutural na resenha de Ligia Diniz.
A resenha completa se encontra na revista Quatro Cinco Um, número 69. Como o livro está próximo em minha lista, só vou ler a resenha após apreciar o livro em sua totalidade.
Panfletos literários em tempos de Identitarismo exacerbados.....
Bom dia .Com todo respeito o Itamar fala de algo muito sério e verdadeiro. A branquitude se organiza para manter seus privilégios e os crÃticos em sua maioria fazem parte desse grupo privilegiado . Vejo a dificuldade dos branco em reconhecer que estamos numa estrutura racista , ninguém reconhece suas práticas racistas . A pseuda fragilidade branca é a algo ser muito estudado .Recomendo o livro da Intelectual Cida Bento "Pacto da Branquitude" grande abraço. Ah sim e branco também é raça .
A colunista demonstra coragem excepcional ao ousar elaborar crÃticas bem-fundamentadas contra o zeitgeist identitário.
Realmente Lamentável a postura "inibidora" do Itamar, usando o racismo, um grave problema social, de maneira frÃvola.
"O autor merece pontos por trazer ao protagonismo literário quem até pouco tempo não tinha voz". Isso não é crÃtica positiva e sim condescendência!. Insulta mais do que a crÃtica dizer que os personagens do novo romance são maniqueistas!
Ta lendo muito djamila. Ja fui barrado em encontro de capoeiristas pois ali nao era meu lugar. Xingado de todos os adjetivos pq em uma pelada anulei o gol de um grande ex amigo. E outra. Branco é papel a4.
Discordo de você, Jaqueline. Essa é uma constatação e um elogio. Se vamos buscar intenções duvidosas ou equivocadas em tudo o que os comentaristas dizem sobre as obras de arte, acabaremos criando um ambiente repressivo, que estimula a autocensura. Não é fácil receber crÃticas, mas temos que tentar conviver com elas.
A atitude covarde de Itamar, tentando se esconder atrás de uma acusação de racismo, contrasta com a atitude madura da Djamila Ribeiro no seu último texto na Folha, onde ela diz não gostar da condescendência motivada pela cor da pele. Parabéns, Djamila.
Machado de Assis olha para o legado e se pergunta, o que fiz de errado? A começar pela academia brasileira de lesmas. A literatura, como outras atividades de cultura e arte, até a arquitetura, se apoiou em uma elite, com pouquissimos campeões. Deixem todos escreverem e fazer sua arte, criticas são como roupas, alguma servem outras não , alguma são para um momento. Somos todos pardos, somos brasileiros, não se envergonha disto, apenas das desigualdades, não é pouco.
O racismo é uma doença grave. Mas o remédio do identitarismo, como qualquer remédio, depende da dosagem certa para não se tornar veneno. Mas parece que os "progressistas", mesmo os mais inteligentes, ainda não acordaram para essa obviedade.
Quem assiste mesas literárias como a da Flip, sabe que o padrão é a rasgação de seda com os autores. Nesse ambiente de mimos, qualquer crÃtica vira ofensa. Esse daà usou o racismo para embirrar.
Alem de imprecisa, a mobilização de Machado pra amortecer a brutalidade do racismo sobre artistas negros no Brasil entrega a saturação afetiva da artigo. E a resenha de LÃgia Diniz desconsidera a escolha pela suspensão d alguns marcadores formais da boa construção ficcional, em razão na natureza dos personagens. Da tradição literária brasileira, pouco ou nada contempla as exigências levantadas.
O problema de fundo aqui é o puritanismo destes tempos. É evidente que preconceitos de todo tipo podem se imiscuir na crÃtica de arte, não importando a quantidade de doutorados que ostente o crÃtico. É uma questão séria, mas que não deveria gerar cancelamentos de parte a parte. Se a acusação de racismo é infundada, então quem acusa está sendo preconceituoso. Não há outra palavra para o preconceito étnico, mas racismo é também o nome de um crime, e um anátema lançado contra o outro.
Análise impecável!
Ótima colocação. Se o ressentido autor tem aversão à criticas e recorreu ao discurso fácil de clamar racismo pela falta de argumentos, só conseguiu demonstrar que o crÃtico tinha razão. Não se deve banalizar uma causa nobre, nem usá-la como refúgio para a mediocridade.
Bonaserata. Eu leio os vimentários e sinto que muitos são agregadores e crÃticos de forma racional e educada mas outros soam como ofensas embrulhadas em papel de bala. Ninguém nos obriga a coisa alguma, buscamos ( digo por mim) captar boas idéias e bons argumentos para incorporar em nosso manual cerebral de forma a nós sentir mais encorajados para expor opiniões. Todos temos o direito de questionar mas é importante um pouco de respeito , não acham ?
Lygia, suas analises sao precisas.
Mas, diante da ruindade de Paulo Coelho e a genialidade do Bruxo do Cosme Velho, não haveria mesmo pacto de branquitude que salvasse a obra do autor de O Alquimista. Portanto, a observação de Itamar segue verdadeira e provocante.
Falou a musa dos minions
Respondeu o gado.
Análise desconexa e , sim, preconceituosa, parcial ao não se aprofundar no tema em debate e superficialmente criticando o escritor Itamar, por sinal uma das mais agradáveis na atual literatura brasileira.
Entendeu legal o texo rsrsrs
Cé leu?
Continuando...se Itamar não ganhar o Nobel em 2023 é racismo...
O intocável...
continuando... Parece não saber que Machado sofreu um processo de branqueamento ao longo das décadas, só recentemente, por imagens e recomposição visual digital, reafirmou-se sua negritude. "Análises" como esta só reforçam o posicionamento do Itamar - que, pelo visto, está certÃssimo.
Nos livros? Larga mão, sô.
Que texto horroroso, meu Deus! Sai em defesa de uma das partes sem nem mencionar se leu o livro ou não. Triste. Lendo o livro - e a crÃtica - fico com a obra e o autor.
Falou o crÃtico...
Excelente!!!
O ativismo de pautas sociais está matando a literatura.
Está banalizando os ideais também.
Concordo com você, Lygia Maria. Gostaria de apontar um dado na polêmica, ouvido em entrevista do romancista. A crÃtica foi publicada e ele, segundo conta, passou um mês "em silêncio". Então a comentarista foi ao Twitter e o acusou de preguiça mental por não se dispor ao debate. Se isso ocorreu, pode ter havido ansiedade dela em ter uma resposta, uma reação do autor. De todo modo, a acusação de racismo feita por ele é improvável. Se acha que houve, deve apontar em que ponto do texto aparece.
Gostei
Como sempre, muito bom.
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