Mirian Goldenberg > Não se nasce palhaça: torna-se palhaça! Voltar
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Delicio-me com textos deste naipe, e os vejo como absolutamente assexuados. Sim, assexuados porque o meu derradeiro sonho será justamente o de me tornar palhaço, não nascido, mas tornado palhaço. DifÃcil imaginar um modo melhor de levar a vida (sem irresponsabilidades, é claro). E mais difÃcil encontrar companheira que se sujeite ao tal comportamento ou, melhor ainda, adote o mesmo estilo para dobrar a palhaçada e cumprir o ciclo da vida com a gargalhada eterna no rosto.
Eita, pode não ser fácil mesmo. São raridades, seja qual for o gênero. Colegas ali embaixo nos falam de "curso de palhaçaria", mas acho que só ensina forma, o conteúdo não vem de brinde. Eu mesmo, embora risonho, não tenho essa leveza toda, não...
Muito difÃcil mesmo
Falando muito sério, quando eu era moleque perdi uma tia-avó que me criou e basicamente viveu sua vida em função dos outros, não de si mesma. Morreu só e triste. Prometi a mim mesmo que viveria apenas nos meus termos, vencendo ou perdendo, doesse em quem doesse. Fiz muita, mas muita (censurado), algumas impublicáveis. Chorei, devo ter feito chorar, despertei raiva em muita gente - azar deles. Mas estamos aÃ, felizes, bem casados, sem arrependimentos e com 2 cachorros lindos.
Pum sem cheiro não tem graça. Se é para ser inconveniente, há de ser devidamente.
Meu caro Ãgua Viva & Cáustica, eu já dei boas risadas com o Sergio Rodrigues hoje, mas a primeira *gargalhada* do dia foi com seu "a graça é quando empesteia". Hahahahah, pra lidar com flatos empesteantes, tem mêmo que ter bom humor! Hahaah!
Tem coisas que, apesar de importantes, não podem ser escritas. Ainda é tabu falar sobre o pum. Mas aparece muito na minha pesquisa com casais
Hahahahah, essa eu preciso contar: de quando em quando, minha vó (velhÃssima, em minha apreciação infantil) soltava uns puns sonoros perto de mim, pouquÃssimo pundonorosos. Eu a avisava, "Vó, você fez um pum!", coisa que a velhota negava na maior cara-de-pau. Putz, passei a infância preocupadÃssimo com o fiofó da velha, que tava descontrolado. Só depois de *décadas* minha mãe me contou que era sacanagem proposital. A véia fazia uma cara de paisagem impecável! Hahahahah!
Professora, prometa que a senhora vai considerar com carinho escrever a respeito, por favor. Expectativas foram criadas.
Ah, professora, em casa todo mundo solta pum, até os cachorros. Gente que solta pum - alto e mal-cheiroso - é mais feliz. Não fica enfezada, literalmente.
Queria escrever sobre esse tema, pois acaba sendo um problema nos casamentos. Em geral, as mulheres reprimem e os homens não. Dá muita briga
Mas a graça é quando empesteia o ambiente.
Todo apoio ao conceito. E, se possÃvel, dá uma gargalhada! Em minha casa, xará, a regra é poder "beber, fumar e pppeeidar". O último, evidente, com o cuidado básico de não empestear: amemos o próximo. [Essa sençura da phôia tem graça nenhuma: ora, não se pode pppeeidar sem deformar a palavra? Querem mandar no nosso fiofó! Saco. Hahaha!]
Pum você só solta silencioso e não assume no elevador, se houver 3 ou mais pessoas. Todo ser humano decente solta pum alto e/ou assume - menos nessa situação que citei.
Ai, que Muié linda essa Dona Dippe, Mirian! Olhando a carinha na foto, não juntei lé com cré: quem foi no Castelo? Maquiagem e talento, transformam. Olha, eu sou bem-humorado, mas a moça tem muito mais estofo que eu na coisa, especialmente no que diz respeito a si mesma. Não é nada fácil, pra mim, ser leve comigo. Já a parte bem-humorada, é herança da Vó e da Mãe: muitÃssimo engraçadas e ácidas, conformaram em mim um ser risonho. Dou Graças a Zeus. E porque a velhota me ensinou a ler jornal.
Poi Zé, mas nunca soube disso, é a inguinorãça! É uma das minhas mais fortes desqualidades!
A arte da Palhaçaria
Palhaçaria é umaarte
Penélope. Ela é maravilhosa. Vai estar em São Paulo em breve, peça da Puberdade à Menopausa
Normalmente a necessidade de divertir é devido à necessidade de agradar, de ser aceita, de compensar uma frustração.
Mmmmmm... O "compensar a frustração" até vai, Aderval. Por exemplo, aqui na Ãgora do jornal, metade do que aparece, entre notÃcias e comentários, é frustrante - quando não explicitamente revoltante. Olhar e criticar com humor, rindo pessoal e coletivamente, é um grande alÃvio. Pô, prezado, se não for assim, pulo do avião em voo...
Não necessariamente. Diversão pode ser gratuita. E faz a vida ser mais legal quando você entende que não precisa agradar ninguém para ser aceito de verdade. Deus me livre de viver para agradar às pessoas, vivo para a agradar a mim mesmo em primeiro lugar.
Não concordo. Sempre fui bem humorado, brincalhão e jamais me preocupei com o que os outros pensam em relação a isso. Ter bom humor é uma dádiva que, sobretudo na velhice, nos estimula cognitivamente a pensar e em criar situações engraçadas.
Palhaço é um personagem que já perdeu a graça há muito tempo (muito previsÃvel e com uma audiência repleta de risos forçados). Agora vale muito mais o humor inteligente, feito no momento e no local adequados e de improviso
Pô, caro Acquaviva, desse jeito, queima! Tomemos Aqua Vitae e riamos da vida. Ou mesmo sem birita.
Figuras do naipe de Fabio Porchat, Tatá Werneck, aquele João Vicente, qualquer um desses do humor "do bem" teriam que renascer umas 27 vezes para ter a graça de qualquer palhaço de circo.
Minha mulher sempre diz que se apaixonou por mim em função das brincadeiras e das palhaçadas que fiz e ainda faço. E penso que essa é a grande chama que mantem nosso casamento de mais de 4 décadas acesso. Até hoje faço palhaçadas com ela e meus filhos. Eles se divertem muito, zoam, debocham, mas querem estar sempre ao meu lado. Tenho o privilégio de ser um homem bem humorado e que adora ter esse comportamento meio cômico e de palhaço.
Benza'Deus, que se mantenha assim. Cabe lembrar que brochamos tanto no púbis quanto no humor, é sempre bom mantê-lo vivo, né? A prática ajuda na destreza!
Adorei. Com certeza o humor é uma grande chama
Mirian, tornando a vida risÃvel com suas palavras. há identificação e já é muito. a dominação traz sofrimento e rir talvez seria uma prática subversiva. a experiência é como mergulhar e ao abrir os olhos tudo está mais azul, mais cintilante. quanta lucidez. amei.
Ah, pode crer, Dois: humor e ridÃculo são coisas subversivas pra baralho. Não é à toa que ditadura é um bagulho sisudo. Comamos, bebamos e riamos, porque amanhã morreremos.
Adorei o rir como prática subversiva
"Ser palhaça é inverter a lógica dominante." Palhaço desde 2018, adorei isso!
Exatamente
Me descobri na palhaçaria já com mais de 30 e hoje, a cada dia mais eu digo a mim mesmo: SOU PALHAÇO!
"Palhaçaria" foi muito bom! Mas sugiro que nunca monte uma "loja de risos" com esse nome, o uso excessivo queimou o "ria": Jesus da Goiabeira, vi esses dias aqui em Londrina uma "Belezaria". Preferi continuar feio... Hahahahah! (Pô, posso ter exagerado no ranço: e Alegria?)
Adorei Clayton
Miriam, que beleza de texto. Fiz um curso de palhaçaria uma única vez. Uma experiência muito forte e emocionante. Agradeço pelo seu texto me transportar para esse momento. Adorei! Suas pesquisas me inspiram. Parabéns!
Uia, Samara, "palhaçaria" existe mêmo, não foi neologismo do colega acima? Que coisa...
Fico muito muito muito feliz querida
Sempre gostei da Angela Dipp, descobri no texto que nascemos no mesmo dia do palhaço (10 de dezembro). :-)
Torço pra que vocês sempre tenham podido ganhar dois presentes, de nÃver e de Natal. Acho horrorosa a ideia de, "por praticidade", juntar presentes de data contÃgua!
E eu no dia 11
"Fiz muitas (...), mas, com a maturidade, entendi que era o que eu podia ter feito na época com as ferramentas emocionais de que eu dispunha" - é uma das coisas mais sensacionais que li na vida e com que mais me identifiquei. Estou emocionado.
Óia, sô, e eu que achei, ali em cima, que você queimava! Hahahah! Ledo e Ivo engano, hein? Hahaah!
Que lindo Marcus
Professora, estou no trabalho. Dei uma pausa para ler sua coluna. Li essa frase e chorei, porque me identifiquei totalmente. Estou chorando ainda.
Adorei Marcus
Seu texto foi removido porque infringe as regras de uso do site.
Ter um bom humor ,mesmo nas adversidades faz de nós idosos anjos de baixo escalão .
Hahahahah, essa foi ótema, "de baixo escalão"! Se pra subir na hierarquia da bagaça tiver que morrer, melhor continuar na ralé angelical! Hahaah!
Se eu não puder rir - inclusive e principalmente de mim mesmo - eu não aguentarei viver. Tenho absoluta desconfiança de quem se leva a sério o e/ou aparenta virtudes e "good vibes" o tempo todo.
Anjos
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