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Luciano Ferreira Gabriel
1.6. Excelente editorial. Entretanto, há um erro: a tese central (*) e suas hipóteses secundárias. Os números da PNAD expressam que a desigualdade é latente (entre grupos/coortes), logo, parte explicativa (pequena) da desigualdade é o racismo/discriminação. Este último não explica sozinho os números do primeiro (desempenho, gaps, evasão, etc). No segundo parágrafo tenta-se corrigir (sic) o primeiro, porque os dados não confessam o que foi dito na primeira frase. Tenho minhas hipóteses para (*).
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Luciano Ferreira Gabriel
2.6 Bem, sem precisar citar papers, basta ver que em artigo de 02/07/23 (Saldanha, Paulo, na FSP), e.g., as mulheres negras possuem médias superiores em língua portuguesa no 5º ano do ensino fundamental, do que pasmem, os homens brancos ao longo de toda (!) a trajetória temporal de 2007 a 2017. Primeiro gráfico.
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Luciano Ferreira Gabriel
3.6 As mulheres negras do 9º. ano do ensino fundamental têm notas em português quase que sobrepostas a de homens brancos ao longo de quase toda a trajetória temporal. Agora, pasmem: as mulheres negras possuem notas maiores do que os homens brancos na trajetória no período de 2009 a 2015 (aproximadamente). Terceiro gráfico
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Luciano Ferreira Gabriel
4.6 Se nas regiões Norte e Nordeste, os negros tinham em 2007 notas bem próximas aos brancos (às vezes até superiores) em português e matemática, tanto nos anos iniciais quanto nos finais do ensino fundamental: esses resultados piores, por óbvio, não se deram por causa de discriminação no período (uma das teses do editorial).
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Luciano Ferreira Gabriel
5.6. À guisa de conclusão: i) com dados da própria FSP, a cor/raça tem pouca ou nula influência no desempenho escolar, e não sobredetermina o desempenho escolar entre grupos/coortes (por cor ou gênero, e.g.) ii) Concordo, política pública não se faz com ideologia, mas com técnica e razão, assim como o bom jornalismo (**).
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Luciano Ferreira Gabriel
6.6. Tendo em vista (**) a melhor evidência empírica (de Journals da área) informa que a principal variável a determinar rendimento escolar é o gasto per capita por aluno, bem como a eficiência deste gasto (relação não linear) não o fato de existir políticas com base em gênero, raça ou orientação sexual. Não me interessa a opinião de militantes da seção de comentários. Bom domingo a todos (as).
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Marcelo Magalhães
Se a máxima neoliberal de que tudo pode ser comprado é verdadeira, distribui-se equitativamente a renda e o problema está resolvido. SQN, pois o estímulo e a punição também estão dentro da mesma cartilha. E tem que contar tudo, pois só o mensurável concreto tem significado ontológico. Assim, abordagens abstraídas da redução de danos são apresentadas como modelos efetivos de enfrentamento de chaga estrutural, pois mantém o controle onde sempre esteve. Aí é que está o erro.
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