Opinião > Cursos técnicos não se resumem à oferta Voltar
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A exagerada desvalorização do profissional de nÃvel médio é mais um dos graves do Brasil. Contribui para acentuar a desigualdade econômica e social e limita a liberdade de escolha dos jovens. Suas causas são múltiplas e precisam ser todas combatidas. Além das deficiências estruturais do ensino médio, passam pelo poder cartorial dos conselhos profissionais, o lobby da indústria de diploma universitário e até pela própria denominação de "superior" dada ao ensino de terceiro grau.
Somado a excessiva teoria, tem também os baixos salários. Um técnico em Enfermagem recebe em média 2.000 reais. Um médico 40.000 reais. O médico trabalha 20 horas, o enfermeiro 44 ou mais. Um contabilista, nÃvel médio recebe 2500 reais na média, um juiz 100.000 reais. O contabilista trabalha 44 horas, o juiz 20hs. É muito louco esse modelo de remuneração e privilégios para uns e jornada extensa e miséria para muitos.
No caso da engenharia depende do posto que o indivÃduo ocupa. Conheci recém formados morando numa quitinete alugada na beira da estrada. Operários especializados mais antigos, com adicional de turno, ganhavam mais que eles. A coisa muda quando ocupar um cargo de chefia ou gerência. Só que passará a gerenciar pessoas e usar planilhas eletrônicas. Para que o curso de 5 anos com tantas derivadas e integrais?
O grau de evasão em ensino técnico é gigantesco. Ocorre porque perdem muito tempo em teorias. O mundo anda acelerado e para formar um auxiliar técnico (nÃvel fundamental I) e técnico (nÃvel fundamental II), é preciso destreza, agilidade e muita prática. Dá canseira estudar manuais extensos e muitas vezes destoantes do que se aprende e se faz no dia a dia. Cursos de torneiro, mecânico, pedreiro, eletricista, deveria ser com o profissional antigo do lado, a experiência acelera e evita erros.
Uma das dificuldades dos cursos técnicos por aqui é a competição com profissionais que aprenderam 'por fora', muitas vezes com o pai por exemplo. Alguém que 'mexa com eletricidade' pode fazer uma instalação elétrica numa reforma. E o mercado está cheio de 'clÃnicos gerais' que são pedreiros, encanadores, eletricistas, pintores e gesseiros. O mesmo para mecânicos de automóveis ou lanterneiros. E muitos são realmente bons.
Claro que são bons. O conhecimento consuetudinário é o melhor e agregado ao ensino torna-se perfeito.
O Curso técnico qualifica o trabalhador. Muitos paÃses de ponta que investem pesadamente em ciência e tecnologia de cursos superiores, investem também fortemente nos cursos técnicos, tal qual a Alemanha. Essa pode ser uma grande saÃda para o Brasil
Não sei o quanto é a diferença entre a perspectiva de um técnico e de um formado no ensino superior no Brasil. Mas tirando talvez as licenciaturas e a área técnica de tecnologia, não há como comparar o ganho de um médico, engenheiro, etc. com um técnico. Em São Paulo, os alunos que entram nas Etecs não querem ensino técnico, e sim ensino superior. Também não vejo filhos de polÃticos e empresários ingressando em cursos profissionalizantes.
Somado a excessiva teoria, tem também os baixos salários e a grave diferenciação salarial. Um técnico em Enfermagem recebe em média 2.000 reais. Um médico 40.000 reais. O médico trabalha 20 horas, o enfermeiro 44 ou mais. Um contabilista, nÃvel médio recebe 2500 reais na média, um juiz 100.000 reais. O contabilista trabalha 44 horas, o juiz 20hs.
"Os paÃses da OCDE, onde a PORCENTAGEM de alunos no ensino técnico é muito maior".. a exceção dos EUA os demais paises da OCDE tem menos estudantes em qlq nÃvel do que o Brasil, pelo tamanho da população.
A Paulistada, prezado Fernando, com suas sucessivas escolhas Tucanófilas, e esta lamentável última, Bozolóide, mostra aquilo que quer. Nem gasto seu precioso tempo ou de me@s colegas leitores: temos que abrir escolas de tiro, formação profissional para o pipoco. Está evidente que a motivação intrÃnseca do paulista converteu-se em um perpétuo e mórbido Ãmpeto de São João.
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