Vera Iaconelli > A brasilidade existe nas diferenças entre nós Voltar
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q texto lindo
Sempre ricos de significados os textos de Vera. Excelente leitura, sempre. Surpreendentes os comentários.
Nasci no Brasil mas não me considero brasileiro, acho inclusive que é um termo pejorativo que remete a baderna, corrupção e preconceito cÃnico. Nem nos esportes sinto qualquer sentimento de brasilidade. Percebo, nos meus 61 anos, que o paÃs passa por um processo contÃnuo e irremediável de favelização e costumo referenciá-lo como 'a favela Brasil'. Se brasilidade significa amor e simpatia pelo PaÃs, então me vejo como um estranho no ninho.
Belo texto, dona Vera. Nós somos a contradição, a negação da afirmação, o Brazil que não conhece o Brasil. Diante de uma dominação cruenta e medonha, se ergueu uma rica resistência sublimada na cultura, diversa, apoteótica, aguerrida, irônica.
Leiam a obra "De caçadores-de-cabeça a Ãndios urbanos: a saga dos Ãndios munduruku", de José Sávio Leopoldi.
Os japas são conhecidos na China e adjacências como demônios da Ãsia. Coreanos e chineses detestam-nos. Os indÃgenas também não são flor que se cheire. Ingênuo quem crê no bom selvagem de Rousseau. Aqui no Brasil mesmo, é inegável a cultura da guerra entre eles. Invadiam as aldeias de etnias diferentes para saqueá-las e raptar suas virgens (os antropólogos justificam que é para evitar a endogamia. Vá lá... Interseccionalidade à vista). Quer conhecer alguém? Dê poder a ele.(continua)
(continuação) Somos todos da raça humana: temos o mesmo DNA. Não existe melhor nem pior, de modo geral. IndivÃduos bons e maus estão distribuÃdos democraticamente na espécie humana.
Não sou nem um pouquinho suspeito para declinar minha opinião sobre o vitimismo do negro. Já me identifiquei como tal. Tenho caracterÃsticas negroides. Tenho lugar de fala. A escravização sempre fez parte da humanidade. Todos os povos e culturas o fizeram. Com isso não quero minimizar ou justificar o que os europeus fizeram. (continua)
(continuação) (continuação) É a velha história: Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra. Colho só um exemplo. Recente. Basta lembrar o genocÃdio dos hutus sobre os watutsi, em Ruanda, agora, em 1994. Povo lindo, de espécimes de alta estatura, com dançar belÃssimo. Foram quase todos exterminados. Intrigas e picuinhas tribais.
Um caso a pensar é porque os paÃses da América Latina são significativamente mais pobres que seus colonizadores ibéricos. Não acontece a mesma coisa na América inglesa ao norte. Uma hipótese, que ouvi do Darcy Ribeiro, é que as sociedades lá foram transplantadas da Europa, um copiar e colar. Aqui foi criado algo novo, onde a contribuição de indÃgenas e negros não foi desprezÃvel. E, pelo menos por enquanto, essa mescla cultural tem um resultado negativo na renda dos paÃses.
José, nos EUA houve dois tipos de colonização. No norte a manufatura não foi proibida, donde nasceu a indústria americana, que contou com trabalho livre assalariado, mercado consumidor interno e pequena e média propriedade familiar. O sul do paÃs foi colônia de exploração, como aqui. Daà eles se resolveram com guerra civil e decolaram com as guerras mundiais.
Ricardo, a Austrália foi por historicamente usada como colônia penal pelos ingleses. Ainda assim é hoje tão rica quanto à Inglaterra. A explicação do Darcy me parece melhor.
Leia pioneiros e bandeirantes de Viana Moog. Os pioneiros, fugindo de uma perseguição religiosa foram para com as famÃlias construir uma nação. Os Bandeirantes são degredados ou portugueses que vieram em busca de fazer fortuna e voltar. Mas nem toda colonia inglesa foi assim. veja o que fizeram na africa e Ãsia.
1-Concordo com Wilson Lima: "trazidos à força" é um eufemismo para os horrÃveis crimes cometidos pelos portugueses - sequestro, tráfico, escravização, tortura e morte de negros para fins de enriquecimento pessoal. 2-Os Ãndios continuam até hoje sofrendo sequestro, tráfico, escravização, tortura e morte, e, ainda, tendo suas terras roubadas. No entanto, recebem apenas uma nota de rodapé. Outro horror destes tristes tópicos.
Ah, esse brancos malvadões...
Dizer que os africanos foram "trazidos à força" pro Brasil me parece um modo de tornar mais suave o que de fato aconteceu durante todos aqueles anos em que ocorreu o tráfico de pessoas para cá. Não traduz nem de longe o tamanho da monstruosidade que se praticou ao longo daqueles anos todos.
Bons argumentos para a gente pensar o que é ser brasileiro. Lembrei-me do livro do antropólogo Roberto DaMatta "O que faz o Brasil, Brasil?" E de Freud, sobre o que é ser judeu, mesmo sendo agnóstico, ateu ou apateÃsta.
Lembrei de Drummond: "Mundo mundo vasto mundo,(se eu me chamasse Raimundo( seria uma rima, não seria uma solução."
Isso Raymundo. Li há algum tempo que a palavra raça para ser humano foi utilizada somente a partir do Séc. XVI pelo europeus, a fim de justificar suas atrocidades, mas somos todos homo sapiens sapiens, por isso tenho para mim que somos Todos de uma só raça, a Humana, o resto é etnia, Origem.
Mas eu prefiro ser apenas um simples cidadão da Terra, este pálido ponto azul da Via Lactea, como dizia Carl Sagan.
Há pouco mais de500anos um meu antepassado degredado é deixado no mato onde hoje é s. vicente. Arantes em Portugal apenas brasileiro que foi para lá. Por sécs. não vieram imigrantes mulheres pro Brasil. No inÃcio o Brasil era uma nação de caboclos, após começou a escravidão, resultado temos hoje34e 36por cento do DNA mitocondrial materno de Ãndias e negras e 75Dna masculino homem branco. vide matéria folha de setembro2020.O Brasileiro é mais misturado que imagina
Ulha!, que texto lindo. Tô na mesmÃssima, cara Vera, só muda a ancestralidade - a minha, é composta também por espanhóis e portugueses. Uma vez, me roubaram passaporte e cartões, na Suiça; o delega que me atendeu, de cara, já falou: os cartões, até pode ser que encontre, o passaporte, esquece. Vale uma grana no mercado "negro", porque brazuca pode ter qualquer estampa. Poder, pode; no entanto, as estampas mais libertárias parecem menos valorizadas - até agora, né? É tempo de vasto câmbio.
Está de parabéns a colunista por ousar tratar do tema identidade brasileira a partir de uma plataforma ingrata, a da esquerda. Que sempre tropeça no tema das identidades nacionais. Segundo Iaconelli, somos apenas uma coleção de tensões étnicas... É como dizer que os sonhos dos pacientes de uma psicanalista são apenas brisas elétricas sacolejando feixes de neurônios...
Hehehehe...
... os júltimos migrantes, especialmente, de origem Italians discursam que foram eles que ' construÃram' o paÃs!...eles amam o ditador G. Vargas e o Agro-getulista ( rumo à s Terras Mágicas Sagradas de MS MT e RO. E onde puseram os pes tentaram empurrar os humanos para dentro de suas gaiolas... ..
meu antepassado degredado chegou em s. Vicente em1515sendo que mulheres não imigravam para o Brasil. Inclusive o sobrenome Arantes em Portugal é novo, de brasileiros que pra lá foram. O Brasil nascente era uma nação de caboclos, sécs. depois vieram os escravos africanos, resultado tem uma matéria da folhade22set de2020que demonstra que 34%e36%do DNA mitocondrial (materno) do brasileiro é indÃgena e negra e75%é de homem branco. Somos uma nação mais indÃgena do que imaginamos.
Por parte de mãe a minha famÃlia já tem mais de 100 anos de história no Brasil, com casamentos com não descendentes de japoneses, inclusive, mas, mesmo assim, há ignorantes preconceituosos que fazem referências depreciativas como se superiores o fossem. O Brasil realmente tem tudo para ser uma referência e exemplo para o mundo, onde judeus e muçulmanos se respeitam, idem japoneses e chineses e falta um empenho geral e coletivo para justiça social com negros e indÃgenas que há séculos sofrem
É uma contradição a articulista recomendar se abrir à alteridade quando os pretos reafirmam sua etnia propondo um separatismo. Já me identifiquei como negro. Na época, não existia essa distinção cerebrina entre pretos, negros e pardos. Hoje, me declaro pardo. Um deus justo age com impessoalidade. (continua)
(continuação) Confira: "1 Samuel 16:7 - Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, (...) porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração." Ele ama a todos, não discrimina por etnia: "Gálatas 3:28 - Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus."
O revelho argumento "ad hominem", né, Raimundo? Explico: consiste em abandonar o objeto de debate para pôr em descrédito o debatedor, mediante adjetivos pejorativos e/ou ataque à sua pessoa. Recurso de quem não tem argumentos sólidos para refutar o que o interlocutor afirmou. De acordo com a teoria da argumentação, é golpe baixo. Entendo pessoas como você. Nada de novo no "front".
O comentarista não argumenta, apenas usa o espaço para pregar, doutrinar os leitores da Folha, especialmente da psicanalista autora, que se esforçam para pensar. Lamento, mas é nojento este tipo de falso-argumento.
"...algo deu errado até agora", foi pq ñ cumprimos, à risca, os mandamentos da nossa Carta Cidadã de 1988...
Cara prof Vera ,belÃssimo texto,lembrou o gênio Darcy Ribeiro,era pra ser um paÃs icônico positivamente, porém algo deu muito errado até agora.
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