Antonio Prata > Tiro no pé Voltar
Comente este texto
Leia Mais
1 2 Próximas
"Lugar de fala", a despeito das boas intenções que carrega, me soa como reserva de mercado. Sabe o Fiscal do Conselho Profissional multando por exercÃcio ilegal da profissão? Capoco vai ter Fiscal por aÃ, desenvolto, multando por "exercÃcio ilegal de fala". Credo!
Concordo plenamente com você, Prata. Quanto mais limitamos o espaço em que cada um pode falar, mais empobrecemos o diálogo. É preciso haver respeito e crÃtica sempre, isso sim. O importante é que a discussão plena traga mudanças, avanços, independente de onde venham as ideias.
Vivemos no sistema patriarcal, que adora representar mulheres através de uma lente machista e misógina. Estamos cansadas de sermos estampadas por uma fantasia desrespeitosa, que objetifica, limita e idealiza mulheres -retratação essa que colabora para ideais que lutamos para erradicar. Almeja avanço cultural? Então sugiro que faça os questionamentos:há alguém melhor para escrever sobre mulheres do que as próprias?Existe algo que capture a perspectiva feminina melhor do que as mulheres?
Virginia Wolf ou Clarice Lispector são fundamentais na escrita sobre o feminino. Mas as mulheres perderiam muito se Chico Buarque, por exemplo, não tivesse feito o mesmo! Entende porque o seu ponto de vista não faz sentido?
Antônio Prata, mais do que cronista, é um formador de opinião.
O mais importante é a livre concorrência no mercado cultural, com a mÃnima participação do Estado. Pelo próprio interesse, os produtores promovem livros, cursos, eventos, exposições, espetáculos ou filmes que tenham público. Na hora em que entra dinheiro garantido, arrancado à força dos contribuintes, começam as panelinhas e os caprichos de todo tipo. Um exemplo é o macartismo que varreu Hollywood, mas acabou varrido pelo interesse dos estúdios por roteiristas talentosos, mesmo que comunistas.
Essa parte você acertou de novo. É mesmo uma conquista, talvez alguns digam que uma luta. Aqui você não quis fazer piada. Mandou bem. Também fiquei confusa na parte da "piracçao de uma parte minoritária". Aquele produtor que recusou sua peça é da parte minoritária? Ou você atribui à parte minoritária a piração dele? Pra fechar bem seu texto você juntou mais uma piada bem engraçada da China entrando em guerra com os EUA, que era pra combinar com a piada dos homens brancos no Alaska. Ótima conexã
Essa parte foi boa. Você montou direitinho o argumento e me convenceu. Podia ter pegado o exemplo de alguma mulher, negro, muçulmano, mas ficou dentro do seu lugar de fala e isso foi uma boa jogada! Depois você fez uma pequena confusão cronológica porque disse que "estamos em um momento" mas antes lá no começo tinha escrito " tempos atrás"... adorei a piada dos homens brancos no Alaska, já que não é possÃvel, era pra ser uma piada, certo? Agora os outros que precisam conquistar seu espaço, essa
Abrir Espaços". Será que espaço na sua cabeça? Espaço pra você pensar diferente? Depois você cria coragem e exalta toda sua obra de arte, sua peça tão magnÃfica, sua história, tudo tão bom. Mas aquele produtor hein? Te deixou na mão! Ele era homem branco também? De igual pra igual? Não precisava isso hein! Mas sem ressentimentos, outros homens brancos aceitaram sua obra de arte, assim como outros homens brancos aceitaram a obra de arte de daqueles 3 homens que você deu como exemplo. Aliás essa
Poxa vida sr. Antônio Prata! Que decepção esse seu texto hein? Começa camuflando sua própria experiência de fracasso no fracasso de outro homem igualzinho a você, não se antes exacerbar o tal homem escritor, professor, no centro cultural, blá-blá-blá. Fiquei aqui pensando Será que tem alguma professora nesse tal centro cultural? Será que se tiver uma professora lá ela tem interesse em falar sobre essa poeta? Pra quem era esse curso mesmo? Daà você passa pro outro parágrafo e diz "é preciso abrir
Nasci cego e em meu trabalho de historiador não estudo minha deficiência. Não gosto de ser cego e quero ter prazer em minha pesquisa, coisa que não teria se estudasse a cegueira.
Vanderlei, carÃssimo, óia só que coisa, eu nunca tinha reparado: a história nos conta aquilo que não vimos, não só porque não estávamos ali, em muitos casos, como, mesmo estando, a retrospectiva é muito iluminadora. Justo você, cego de nascença. Isso devia ser uma lição pra nóis, normaizinhos enxergantes, né não?
Bons pontos, Antônio; porém, acho um assunto muito complexo e ainda longe de obter algum consenso pragmático. Seus exemplos, apesar de “right to the point” (pois este é assunto atual no mundo inteiro), não é suficientemente elástico para subsidiar sua tese. Senão vejamos, ainda visitarÃamos uma exposição no MAM de pinturas de Hitler - caso fosse um Van Gogh? Ou apreciarÃamos obras de Stalin - caso fosse um Dostoevsky? Ou irÃamos a um concerto das sinfonias de Nero - caso fosse um Mozart?
Crônica precisa e certeira! Lembrei de um querido amigo e militante do Psol, Marcelo Biar (levado pela covid no inÃcio da pandemia) que dizia: "lugar de fala virou lugar de cala"
Eu estava gostando do texto ate o paragrafo que fala "qualquer obra que ilumine o homem-branco-hétero-cis é de grande valia". Meu problema é a palavra QUALQUER. Ja tem obra demais iluminando este tipo de homem, ha muito tempo, entao tem que ser uma obra MUITO boa pra falar sobre ele novamente, nao é qualquer uma. Alem disso, acho importante conhecer o inimigo, mas dar destaque pra ele ja é outra historia.... Ainda mais este 'inimigo", homem branco hetero cis que sempre esteve nos holofotes.
Nossa, quanto ressentimento.
Penso no Machado de Assis sendo criticado por ter criado a Capitu; Vinicius de Moraes por ter criado Orfeu Negro; Chico Buarque por ter criado a Geni...
Você é adorável, Antônio. Obrigada!!!
CorretÃssimo, Prata. Além de restringir a discussão, nem toda mulher defende as mulheres, além de que existem negros racistas, como já vimos.
Excelente, Prata!
CorretÃssimo, Prata. Lembro de um filme alemão do final década de 80, "Homens", uma comédia sobre suas crises, inseguranças, financeiras, etc. Imagino que agora ele não seria produzido.
O “politicamente correto” do momento(pauta predominantemente identitária) é muito chato.
O “politicamente correto” do momento(pauta predominantemente identitária) é muito chato. “A unanimidade é burra”.
Pratowski, mai frêndi, é o bagúio do "lugar de fala", né? Se, por um lado serve pra indicar que a perspectiva de dentro traz informações invisÃveis ao exterior - e, não poucas vezes, pode legitimá-las - é um bagulho xarope quando impede que outras tenham expressão. É das chatices modernas, né? Tipo o "politicamente correto" em excesso, que dá no saco. Mas o produtor tá preocupado se vai vender, certo? Se ele achar que não vai, não aposta. Nesse sentido, tá preservando seu rico dinheirinho...
Ih, será que a Djamila Ribeiro leu essa crônica?... Mas ela iria concordar com o Tonho.
Qdo se fala de algo, dá-se sua visão, que será alvo de crÃtica. Só isso. Essa é a beleza da liberdade de expressão, informação e diálogo social. Ao invés de escolher quem fala, melhor incentivar q todos falem, principalmente a fala crÃtica.
O suposto fundamento lógico do tal "lugar de fala" é meramente uma falácia para legitimar um discurso e não admitir réplica ou contestação. "Só nóis fala".
Artigo corajoso. Para esta corretÃssimo. O identitarismo radical e intolerante só serve à extrema-direita.
Muito boa essa reflexão! Me sinto representada!
Boa, Prata! Conhecido meu é homem, preto, homossexual, pobre e bolsonarista. É misógino, racista, homofóbico., cultiva um grande preconceito de classe e faz discurso conservador e reacionário. Sempre me pergunto: 'Que lugar este sujeito ocupa no tal "lugar de fala"?'
O do Godzilla, me parece, Wilson. TerrÃvel, assustador e só faz sentido em Tóquio.
Sou progressista mas acho uma roubada o tal "lugar de fala". É um tiro no pé de restringe e oprime de antemão. Boa, Pratinha!
"Lugar de fala" não é propriedade de progressista. Ou é?
Nunca sofri preconceito racial no Brasil, mas vivenciei o intelectual quando estudei na Europa; não fui vÃtima de homofobia mas vivenciei o machismo no meu trabalho inúmeras vezes. Não sou preta mas a resiliência de Mandela me inspirou a aguentar muito tranco da vida; não sou homem e nunca fui à Nova York mas poderia acusar Woody Allen de plágio ao escrever seu personagem de Hannah e Suas Irmãs. A luta contra o preconceito deve unir as pessoas e não separá-las.
Tá certÃssima, dona M. É de nos unirmos - até porque, o que se quer é igualitariedade, né não? É nóis.
É pura e simplesmente o medo do cancelamento que leva à exclusão de pautas
Eis um homem his.térico, pessoal. Muito bom. nota: dó.
?
... não ser assalto, mas também criar seus filhos em um mundo mais justo e menos preconceituoso, por meio das pequenas ações no dia a dia, do atuar respeitoso, acolhedor, sem sentimentos de superioridade moral, mas na base do diálogo com os segmentos conservadores, é crucificado, pois "só existem dois lados" nessa guerra. Ao vencedor as batatas. Enquanto vocês continuam se matando e ajudando a eleger Bolsonaros da vida, vou ali jogar bola com minha filha. Fui.
Em tempo, enquanto tem tanto babaca antidemocrático que fica dizendo que vai cancelar a Folha ao ler algo que não segue a sua cartilha, eu digo: vou parar de ler os comentários dos artigos, pq é muita perda de tempo e exposicão pornográfica da estupidez extremista de nossos tempos. Parabéns ao Antônio Prata pelo belo texto!
Kkkkk petezada colhe o que plantou. Kkkkk
Antes havia dominação não dialogada do homem hétero cis. Hoje há gritaria de quem há séculos e milênios foi dominado. Na guerra dos gritos, impera a lógica do inimigo a ser abatido e escurraçado. Quem tenta levantar a bandeira branca, como o colunista, recebe um belo tiro na cabeça. Construir é bem mais difÃcil e complexo do que destruir e a palavra de ordem é: sangue, ódio e guerra ao inimigo! Enquanto isso, quem está mais preocupado em pagar as contas... (CONTINUA)
Texto de homem branco que nao entendeu nada ainda da luta feminista. Vergonha alheia ler argumentos nesse nÃvel aÃ.
Eu acho que você tem problemas de compreensão de texto.
Desculpe, mas não entendi o que "luta feminista" tem a ver com "lugar de fala".
E qual é o seu nÃvel, Lucelena?
A considerar verdadeiro o instituto de "lugar de fala", o psicólogo solteiro não pode ser conselheiro matrimonial. E o padre, nem pensar. Tampouco pode ministrar curso de noivos para os aspirantes ao casório. (continua)
(continuação) "O burro nunca aprende, o inteligente aprende com sua própria experiência e o sábio aprende com a experiência dos outros." Por esse provérbio chinês, quem aprendeu com a experiência do outro nunca poderia repassá-la, posto que não a vivenciou. Mesmo que o conselho tenha servido para poupá-lo dos dissabores para conquistar um eventual lugar de fala. Cheio de furos tal instituto social.
Isso mesmo , esse clube é do Bolinha , aquele da Luzinha , coisa velha .A fila andou.
Esvaziado o conteúdo do marxismo após a Queda do Muro de Berlim, resta agora o discurso monotemático de pautas identitárias. Verdadeira cantiga de grilo, como se diz por cá. Essa troupe do mi-mi-mi identitário não daria meio caldo em sobrevivência no Alto PaleolÃtico. No popular, isso é falta do que fazer. Uma lavagem de roupa faria bem. (continua)
(continuação) O que confere uma relativa tranquilidade a determinados paÃses dito civilizados, com nÃveis altos de educação formal, é a estabilidade econômico-financeira. Todos seres humanos têm uma besta dentro de si. Basta haver uma grande crise econômica, uma escassez de bens e commodities que os membros de quaisquer agrupamentos sociais virarão umas feras. (continua)
(continuação) A moda dos filmes distópicos retrata bem essa tendência. O filme "Mad Max", pioneiro nesse gênero, que o diga. Exemplo recente é a selvageria dos britânicos nas filas para abastecimento de combustÃvel em face da escassez deste em 2021. Há vÃdeos na internet registrando a perda de compostura, e mesmo violência, dos distintos cidadãos conhecidos mundialmente por seu fleuma: o famigerado "fleuma britânico".
Tenho lido seus textos ao longo dos anos. E já até caiu um num concurso que fiz. Sempre brilhante, quero ler seus livros. Ótima consideração sobre o identitarismo. Lembrando as canções de Caetano e Chico no feminino. Abraços Mario.
O problema é maior do que a peça ou a covardia das instituições que aderem ao identitarismo para não ficar mal na fita. É pior do que a atitude fundamentalista dos envolvidos. Marx era homem e hetero. Desqualifica? Nietzsche... Desqualifica? Pior: a noção de verdade vai por terra porque passa a ser relativa. Estamos passando por um momento obscurantista do pensamento. Decadencia acelerada.
Texto maravilhoso: aponta a covardia do homem branco hetero cis (vestiu a carapuça). Generaliza questões identitárias de lugar de fala e se arvora, coube direito a carapuça, na defesa do próprio lugar, minha peça genial e as ideias para salvar o mundo. Coloca em temos bélicos (EUA vs. China) a luta identitária - o campo revela ao homem sua própria loucura e desespero - A coragem é o silêncio, dar um passo atrás. Talvez a estadia no Alaska, com pizza, ajude a refletir melhor. Não te dextrogira.
Dá-lhe, Maestro!!!
Mais gente que pensa sem amarras, pelo menos sem algumas tão evidentes, deveria enriquecer o debate, como faz este belo texto, para que os fundamentalismos identitários não se transformem, para todos, em palavras de ordem, e não se deixe para a direita o terreno livre para outros fundamentalismos.
Gostei do artigo. Mas eu mesmo, depois que se difundiram essas ideias de "lugar de fala" e "identitarismo", deixei de dar opinião sobre certos assuntos... pelo menos em público. Só digo certas coisas na presença de familiares ou amigos sensatos. Minha saúde, principalmente a mental, agradece.
Texto molenga, pedagioso, que fica tentando ponderar uma ideologia que é a versão mórbida de pautas corretas. Melhor do que nada, mas ainda muito longe de entender o tamanho do problema desse movimento vaidoso, paranoico, anacrônico e odioso.
Você é adoradora do ladrão de joias, não é?
Sério, Joao Moreira? Você não concorda com o que disse a Barbara mas é preguiçoso ou incompetente demais para apresentar os seus argumentos. È isso?
Sério?
Interessante. O cara q escreveu essa coluna é o mesmo q escreveu aquele texto do caiçara?
Se você não é mulher, melhor não falar sobre mulher. A não ser como mero observador masculino. É complicado. Você acha que é assim, não é. Quando você acha que não é, aÃ, é sim desse jeito. Precisa solicitar a ela uma aula. Melhor.
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Antonio Prata > Tiro no pé Voltar
Comente este texto