Joel Pinheiro da Fonseca > Paladinos da ciência como Natalia Pasternak podem ir longe demais Voltar
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Contudo, a testabilidade não pode ser um fator decisivo na revolução cientÃfica também. A razão porque a testabilidade não é suficiente é qie a previsão não é e não pode ser o propósito da ciência. Se as explicações de fenômenos fÃsicos fossem evidentes na sua aparência o empirismo seria verdadeiro e não precisarÃamos de ciência. Um problema pode surgir teoricamente sem observações. Expectativas são teorias também.A ciência busca boas explicações com conjeturas, quando uma é refutada busca outra
A minha observação é a seguinte: tratei meus filhos sempre com Homeopatia e sempre deu certo. Nem tudo que a ciência não explica está errado. Veja o caso do médico Ignaz Semmelweis, colocado em manicômio por insistir na importância de se lavar as mãos, quando a ciência ainda não entendia os germes. Mesmo tendo provado que as mortes por parto cairiam em alguns casos de uma a cada quatro para uma a cada vinte e cinco.
O problema é que as pessoas acreditam e recorrem a práticas anticientÃficas e as usam em substituição a práticas médicas de base cientÃfica. Quanto ao assassinato da mãe de santo, não vejo relação com as crÃticas ao uso da religião no SUS. Todas as religiões merecem respeito, mas não podem ser confundidas com a ciência.
A revolução cientÃfica foi parte de uma revolução intelectual maior, o iluminismo. Este era uma rebelião contra a autoridade tradicional no que diz respeito ao conhecimento. O empirismo procurou se basear somente nos sentidos para o conhecimento, medida salutar mas incompleta na concepção de como a ciência funciona. O empirismo puro é falso, uma consequência desta tradição é que uma teoria cientÃfica deve ser testada. Popper chamou isso de critério de demarcação entre ciência e pseudociência.
Exato. Foi com Popper que a ciência ganhou o status de uma atividade também passÃvel de erro, portanto mutável. Daà sua afirmação de que a irrefutabilidade não é uma virtude, mas um vÃcio.
CarÃssimo Paulo, Larry Laudan, em seus livros apontou muita confusão de conceitos obscuros em Thomas Kuhn, aliás Laudan foi aluno de Kuhn, porém conhecia mais a fÃsica do que ele. Laudan tem um artigo que refuta o critério de demarcação de Popper e seu realismo ingênuo. Na revista Ciência e Filosofia N3 da USP eu escrevi uma resenha do livro de Laudan.
Vc foi muito bem, Vito! Sugiro a leitura dos epistemólogos franceses, especialmente o professor de Thomás Kuhn: Alexandre Koyré, bem mais interessante q seu aluno americano. Essa algazarra na tenda popperiana é conversa do mal entendido com o equÃvoco.
Achei o artigo excelente! Na minha opinião, Joel soube apresentar uma crÃtica equilibrada e madura, além de manter elegância de estilo.
Até que ponto os graus de liberdade de uma democracia permite que um indivÃduo viva com o seguinte princÃpio: "Viva e deixe viver"?
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