Correção de vagas proporcionais na Câmara dos Deputados pelo STF, sem a correção do texto da Carta Magna, alterado pelas emendas constitucionais, é mais uma tramoia do jeitinho brasileiro de resolver os reais conflitos do país. A "frágil" democracia brasileira cada dia fica mais vulnerável aos interesses escusos dos políticos oportunistas. Em vez de exigir mais "qualificação técnica e ética" aos que desejarem entrar na vida política, abrem as porteiras para a boiada passar... QUE VERGONHA!!!

Impressiona o poderio de parlamentares em obter estas emendas nos mais diversos estados da federação, muitos inclusive devido a eles terem mais prestígios que de estados mais populosos e importantes. Verificasse um tratamento, onde cidadãos de determinados recebem mais em termos de investimentos que outros , criando uma situação esdrúxula e injusta para os moradores de determinados estados do país .

"...a melhor capacidade dos representantes da população de controlar despesas (...) por fim, corrupção não é problema de modelo de Orçamento, mas de fiscalização e controle". Morre pela boca. Os representantes são mais eficazes no controle e fiscalização, porém, a corrupção é problema de controle e fiscalização! Conclui-se: os representantes eleitos são a causa da corrupção.

O deputado não tocou na questão do "Orçamento Secreto" nem na extorsão explícita realizada pelo congresso a cada votação minimamente relevante: sem mais "emendas" e cargos, inclusive ministérios, nem pensar! O Lula 3 me fez compreender melhor o Lula 1 e seu Mensalão. Naquela época, bastava pagar 200 mil para o digníssimo deputado; agora, por menos de 200 milhões - sem direito a fiscalização, nem se discute a possibilidade. Conta outra, deputado, esta não convenceu!

Isso porque, de fato, são meios para facilitar a corrupção, visto que a verificação de onde e como foram empregadas não é fácil e porque o Congresso criou as tais emendas secretas, que já mostraram ser um buraco sem fundo para desvio de verbas públicas.

É uma desfaçatez dizer que a invasão dos orçamentos ministeriais pelos parlamentares significa melhor controle e regulação dos investimentos públicos. O Congresso atual vem mantendo a nação sob ameaça: não há votação sem que o parlamento envie "recados" chantageando o chefe do Executivo. Agora, ameaçam não incluir novas e legítimas fontes de receitas, tais como grandes heranças e super-ricos. Mencionar a reforma da Previdência que puniu apenas os mais pobres é desonestidade intelectual.

Muito didático é a explicação do deputado. A questão de corrupção não está na emenda em si que podem, que deveriam ser úteis, mas como alguns por vezes se comportam tanto no legislativo quanto no Executivo.

É o verdadeiro "toma lá, da' cá", uma vergonha. O maior meio de corrupção do país.