O trabalho de medir a posição relativa dos planetas em relação à estrelas dia a dia era certamente muito meticuloso. Até hoje não acho fácil mesmo com um telescópio num tripé com engrenagens para montagem equatorial. Digo, conseguir precisão suficiente das posições de Marte por exemplo para decidir que uma elipse é mais adequada que um círculo excêntrico para ligar os pontos.

O filósofo e físico Pierre Gassendi, na biografia de Tycho Brahe, fala da irmã Sophia Brahe e sua contribuição para a construção de tabelas de mais de mil estrelas fixas com o uso do sextante, e outros aparelhos inventados pelos irmãos. O uso do telescópio aconteceu por volta de 1609. Uma pena que poucos estudos independentes sobre Sophia tenham sido feitos.

O matemático inglês Thomas Digges num livro em 1572 tinha dito que o sistema de Ptolomeu era um conjunto de cabeças e membros de diferentes pessoas, o que mostrava que a hipótese não era verdadeira. Em 1570 Tycho Brahe encontra Petrus Ramus , professor de filosofia, oponente da filosofia natural de Aristóteles. Ramus conversou com Tycho e disse que ele devia começar de novo e ver que tipo de órbita os planetas poderiam satisfazer com um grande número de observações e nova hipótese.

E eu, hoje, séculos depois, não sei um milésimo do ela, então já sabia. Mente maravilhosa.

Os caldeus e egípcios tinham uma astronomia sem hipóteses baseadas na observação. Eudoxus inventou a hipótese das esferas girantes, Aristóteles melhorou; Pitágoras introduziu epiciclos, o Almagest de Ptolomeu era o alfa ômega da astronomia. Copérnico publicou seu livro em 1543, e o livro de Kepler sobre Marte apareceu em 1609 mostrando que as órbitas dos planetas eram elipses. Tycho Brahe tinha muitas observações e alterou a ideia que as órbitas eram esferas sólidas, fato reconhecido por Kepler.