Hélio Schwartsman > Um campeão da democracia Voltar
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Sua frase " Só o trabalho produz riquezas, " já é uma aula para muitos vivem do poder e nada produzem, mostrando os "bon vivant " ,são uma verdadeira praga em nosso paÃs .
O interessante é que o livro não é só elogio ao sistema americano. Há capÃtulos em que analisa com preocupação o que chama de tirania da opinião pública. A atual cultura do cancelamento e a ditadura do politicamente correto já não estariam em germe no livro do aristocrata francês? E há duzentos anos.
É o tal negócio; o admirável é sempre o outro. Hoje vemos Israel criar campos de concentração para os palestinos, horda de miseráveis em meio a super ricos nos EUA, América Latina patinando no populismo empobrecido, Suiça escondendo dinheiro da corrupção mundial, etc. De Tocqueville até hoje não obstante a alta tecnologia desenvolvida, estamos piores, muito piores.
Para os liberais vencerem os conservadores na França não foi de uma hora para outra. O pensamento conservador da maioria fazia com que os conservadores voltassem ao poder constantemente. Demorou para fixar os ideais liberais, hoje tão fluÃdos e basilares na democracia ocidental, mormente na europa ocidental onde há democracia e bem estar social consolidado, independente do governo. Hoje podemos não ir a uma igreja, tivemos acesso a karl, kant, kelsen, darwin enfim. Bom texto.
Aos mais exaltados falo aqui do liberalismo enquanto filosofia base do pensamento ocidental e não o liberalismo economico que é o capitalismo selvagem
É curioso o lapso que se faz ao falar de Democracia. Acuadas pelo crescimento populacional e a tensão decorrente por terras de plantio, as cidades estado gregas, criaram soluções diferentes. Corinto e outras criaram colônias no Sul da Itália, como Siracusa, e Norte da Ãfrica, como Cartago. Esparta se militarizou ainda mais e resolveu invadir os vizinhos, como a Rússia na Ucrânia. Para resolver a tensão social em Atenas, Sólon, O Legislador inventou a Democracia.
EurÃpides, na peça As Suplicantes, com estreia em 450 aC, faz apaixonante e orgulhosa defesa da Democracia, pela boca de Teseu, herói e governante lendário de Atenas.
Leitura obrigatória, de fato. Não é pouca coisa elaborar o desenho institucional de uma democracia sem povo, justificar liberdade restrita a um grupo de pessoas no mesmo balaio da colonização e deportação de nativos. De resto, tenho dificuldades em admirar alguém que tenha estimulado e comemorado extermÃnio dos *pele vermelhas*.
A filosofia moral é basicamente sobre o problema do que fazer a seguir e mais geralmente que tipo de vida levar e que tipo de mundo desejar ou para alguns como deveriamos tratar outras pessoas. Se você fosse o último ser humano na Terra, decidir o que te satisfaz mais , como os utilitaristas, não resolve muito, pois o que te satisfaz mais depende dos seus julgamentos morais do que constitui uma boa vida. Isso ilustra o vazio do reducionismo na filosofia. O que eu prefiro depende do tipo de vida
Não haveria filosofia polÃtica se não tivesse havido o problema de como dirigir as sociedades. A habilidade de entender abstrações entreteve Platão. Os teoremas da geometria são entidades nunca vivenciadas,não são objetos possÃveis da observação; vem de conjeturas, de crÃtica e boas explicações. Boas explicações para questões filosóficas são difÃceis de achar. A experiência provê problemas filosóficos, não fornece teorias. A democracia é uma abstração para a qual devemos achar boas explicações.
Há uma passagem interessante nesta grande obra onde Tocqueville descreve, com elogios, o trabalho manual (e comum) dos cidadãos americanos, tão degradante para a classe média e para a aristocracia europeia. Segundo ele, é exatamente aà onde se igualam todos, e o que levou os EUA para o lugar que ocupa. Quando lá fazia meu doutorado, ouvi de um brasileiro que, na América, o jovem que não trabalha deve se justificar. No Brasil, é o contrário. O jovem trabalhador se justifica. Tocqueville na veia.
Interessante, se Tocqueville estive vivo hj ele seria cancelado de ambos lados extremos. Da direita porque seria progressista; pela esquerda porque era da burguesia e aristocracia e nao teria lugar de fala sobre democracia.
Encontrei , por acaso, com o livro "Democracia na América" de Tocqueville, em espanhol, numa livraria da av. Corrientes em Buenos Aires. Os dois volumes eram vendidos por uma bagatela. Puxa, pensei, comigo mesmo, os argentinos enaltecem a cultura polÃtica. Vendo dia desses a tv argentina, deparei-me com a onda de saques ao comércio e a supermercados. Como será que Tocqueville veria a democracia na Argentina e no Brasil se andasse pela América do Sul? Como separaria as boas explicações das más?
"Democracia na América" é uma daquelas leituras que se tornaram obrigatórias.
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