Ciência > Por que é mito dizer que escravidão na Antiguidade não foi ruim Voltar
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Meu palpite é que a noção da liberdade como algo natural no ser humano só surgiu a partir do século 18. Antes haviam revoltas de escravos como Spartacus ou Palmares, mas que não questionavam o sistema como tal.
Fenômeno histórico. Os filósofos que cantavam a democracia grega tinham escravos.
Isso parece racionalização. Fato que a escravidão sempre existiu e em todos os cantos do mundo. Até hoje, em pleno terceiro milênio ela persiste, em menor grau mas ainda encontramos a escravidão sexual pela orbe.
Me admiro daqueles que criticam quaisquer explicações sobre a escravidão, bem como eventuais mortes narradas nas Escrituras, quando Marx e Engels defenderam a revolução sanguinária para tomada do poder. Os mencheviques, como Trotstky, não abraçaram tal corrente. Stálin trucidou-o a golpes de picador de gelo no crânio. Prevaleceram os bolcheviques, como Stálin, que a adotou a ferro e fogo. Fidel, "El Che", Mao Pol-Pot, idem. Haja derramamento de sangue. Dois pesos e duas medidas. Dá pra entender?
?
Escravidão é escravidão em qualquer época e lugar. E, quem a defende ou a justifica, não merece respeito.
Não me espanta William Lane Craig justificar a escravidão. Como qualquer apologeta cristão, sinceridade não é o forte dele. Coube o autor original Chance Bonar desmenti-lo mais uma vez.
Em algum capÃtulo perdido, já não me lembro se no pentateuco ou em êxodo, encontra-se os tratamentos que os hebreus deveriam dispensar aos escravos, segundo sua origem: se comprados ou nascidos na propriedade. Tudo isso ditado por yavé, o senhor deus infinitamente piedoso dos exércitos.
Já vi pessoas defendendo esse mito da escravidão na Antiguidade como algo mais moderado que a escravidão moderna dos africanos; só esta teria sido "escravidão para valer", já a da Antiguidade teria sido mais branda.
Escravização e injustiça racial não é exclusividade do povo negro. Basta estudar a historia para saber disso. Talvez pelo fato de ser bem recente o que aconteceu, traga muita revolta e mágoa, além de preconceito e injustiça social. Com o tempo isso mudará, e bem no futuro.
Na BÃblia foi permitida a escravidão na carne para que, após experimentá-la, o povo hebreu pudesse valorizar a liberdade que o Senhor lhe concedeu, a qual serviu também de metáfora para a escravidão espiritual. É uma Gestalt: se o ser humano não conhecesse a escravidão e o mal não poderia nunca reconhecer o valor da liberdade. Assim, a escravidão e o mal permitidos por Deus na humanidade teve caráter pedagógico.
Joaquim, mesmo que você não acredite no teor divino da BÃblia, ela conta sim como era a cultura, vida, costumes dos hebreus e de alguns outros povos do oriente médio e mediterrâneo, isso não dá pra negar. Com relação a escravidão, ela existia em vários povos da época e durante toda a idade antiga (Egito, Babilônia, Pérsia, Grécia, Roma), inclusive depois que os hebreus se tornaram nação. A diferença, é que os hebreus deveriam tratar o escravo de maneira mais humanizada.
Joel, o que eu quis dizer na verdade, em termos religiosos, foi que Deus deixou a humanidade seguir seu próprio caminho, o que gerou consequências ruins, e uma delas foi a escravidão.
Pedrão, o que você chama de livro sagrado não passa de um conjunto de crônicas da história de um povo. MagnÃfico, com certeza, mas sem nenhum vÃnculo com a realidade.
Amigo Pedro, o bem só existe em contraste com o mal. Só se sabe o que é justiça se se conhecer a injustiça. A justiça só pode ser aplicada na ocorrência da injustiça. Deu pra entender agora?
Amigo Pedro, repito: só se reconhece o valor de algo quando se perde. Os filhinhos de papai são prova disso. Leia a Parábola do Filho Pródigo. Ninguém reconheceria o valor e a magnitude do gozo celeste se não conhecesse o sofrimento: o oposto e contrário. O valor de qualquer coisa se extrai a partir de um referencial. Qualquer julgamento só se dá a partir de um parâmetro ou bússola moral. Será que vou ter que esmiuçar tudo o que já escrevi anteriormente?
Os semitas, como eram conhecidos os escravos judeus no Egito, não eram os únicos escravos naquela época. Era comum outros povos serem escravizados em invasões, como espólios de guerra e também existiam os mercadores de escravos. A escravidão foi sempre injusta, e diversas vezes cruel, e não tem nada de "pedagógico" nisso.
(continuação) A gente só reconhece nossa fortuna (no sentido de sorte) se conhecermos a desgraça; só reconhecemos nossos privilégios se soubermos da existência de desafortunados. A percepção humana do bem e do mal na vida sempre se dá por contraste. Se percebe o valor da luz quando comparada com a sombra, com as trevas. Sempre assim. No teatro, para se captar o que está sendo representado tem que haver no cenário o “pano de fundo”, adereço que dá o realce aos outros elementos da peça teatral.
Todos sabem que o velho testamento está repleto de atrocidades, aos olhos de hoje. Mas é importante a informação de que não há nenhuma condenação explÃcita da escravidão ali.
Escravidão na antiguidade era muito boa, só castravam e cortavam a lÃngua.
É uma inverdade a alegação no artigo de que nenhum texto bÃblico condena explicitamente a instituição da escravatura. Deus ama a todos e não discrimina por etnia: "Gálatas 3:28 - Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." A expressão "servo nem livre" é um repúdio expresso à servidão, que corresponde à escravidão. O termo "doulos" no original traduz-se tanto como servo quanto como escravo. Em grego coiné são sinônimos.
Leia, Ulrich: "Romanos 4:15 - Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão. (...) Romanos 5:13 - Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei."
Amigo Ulrich, o seu texto tem uma palavra mundiana (sic) que está deslocada e não dá sentido ao contexto. Explico: não é que a lei humana esteja acima da divina. É a lei divina que informa a humana. Deus nunca condenaria alguém sem uma norma prévia que o avisasse de que era pecado. Seria injusto. (continua)
(continuação) A ética divina contida na BÃblia opera desse modo. De modo idêntico, você não pode imputar a Deus pecado antes de Ele declará-lo como tal. O ponto nodal é que Deus se coloca em pé de igualdade com o homem. É o efeito bilateral ou sinalagmático de qualquer norma. Lembro que o Direito secular ocidental nasceu do Direito religioso. A história dá conta disso.
Caro Joel, vejo que em parte nos entendemos. Uma coisa são os céus, outra a terra. Mas surpreende-me que de repente a mundiana, dos pobres pecadores, está acima da divina. Nunca havia ouvido isso!
Na realidade é se for lido bem o texto não está condenando a escravidão. Apenas dizendo que Deus também ama os escravizados. Logo uma interpretação mais plausÃvel é que seja escravizador ou escravizado, continuem sendo o que são que serão igualmente amados. Dizer que há uma condenação e ainda mais explÃcita é uma inverdade.
Amigo Ulrich, creio que você não entendeu o que escrevi. Releia. Ali afirmei exatamente o que você está dizendo: Deus não discrimina nem faz acepção de pessoas (I Sm 16:7; I Pe 1:17). E tem mais: o 6º mandamento (não matarás) foi dado por Deus a Moisés nas tábuas da Lei milênios após o Dilúvio universal. Noé é anterior a Moisés. É cediço que em qualquer ordenamento jurÃdico a lei penal não retroage. Vai o conselho: leia a BÃblia. Não pince trechos esparsos. Texto fora de contexto é heresia.
Conclusão equivocada, Joel. Todos são iguais perante Deus: eles, elas, cristãos ou não, etc. Isto é: neste mundo (imundo) terrenho todos são o que são. Um é o pastor da igreja, outra é a faxineira. Esse livrinho tem mais alguns problemas: quem mesmo matou todo mundo no dilúvio? Aquele que pregou "Não matais." :-
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