Existe um viés bastante grande nessa matéria ao considerar apenas o efeito da crise. Além desse aspecto, que é importante, há também a baixa qualificação de muitas pessoas que completaram o ensino superior, principalmente na modalidade EAD, que naturalmente conseguem rendimento menor do que em cursos tradicionais.

Como pode falar em queda da renda média individual sem citar a terceirização de atividade-fim? Desde 2017 empresas terceirizam e pagam menos por serviços de médicos, dentistas, pilotos e professores de ensino superior, atividades típicas da classe média brasileira. Os camisas amarelas padecem hj as consequências das políticas q defenderam com entusiasmo, mas é conhecida a ignorância da classe média brasileira. Editores de Folha omitem o essencial por cinismo, mesmo.

Recorte analítico decenal encobre a nudez dos argumentos do Jornal. Consultem os números das últimas duas décadas:a variação anual do PIB e a evolução do PIB per capta é positiva até 2015. Temos um corte no meio da segunda década. E a reforma trabalhista contribuiu com queda da renda média, embora hj vejamos aumento da massa salarial (informais hj empregados, mas a renda média individual em baixa histórica). Esse ano os salários voltaram a subir: 5% na média. Deve ser coincidência ou sorte, né?

É um fenômeno mundial, claramente agravado por políticas liberais radicais. A Folha quer dobrar a dose....

A quem a folha quer enganar parece óbvio, os trabalhadores. O número de trabalhadores nos bancos, indústria automotiva e no Campo são baixíssimos, olhem bancos e montadoras nos anos 90, comparem com o quadro atual ,olhem o campo sem gente, isso se chama desemprego estrutural e é mundializado, nem todos perdem, olhem o crescimento da quantidade de bilionários!

O sofá da sala está rasgado, a máquina de lavar quebrou, o fogão quebrou o forno e do tem duas bocas funcionando , escola só pública ( 3H, falta professor), o ar do carro furou o núcleo, o condômino está atrasado… É assim o dia, dia da classe média empobrecida . É que da em votar em políticos aliados , Dilma é Bolsonaro como referência .

O país se desindustrializa aceleradamente há pelo menos 30 anos. Os mandatos de Dilma não foram primorosos, mas daí mencionar apenas seu nome é desonestidade intelectual, para dizer o mínimo. As apostas em transformar o Brasil no "celeiro do mundo" também são nefastas. A agropecuária avança indiscriminadamente sobre todos os biomas e aumenta a concentração de renda. Melhorar a qualidade da educação e investir no desenvolvimento industrial e tecnológico é o mínimo que se deve fazer.

A abertura indiscriminada de faculdades particulares nos últimos 30 anos aumentou o número de trabalhadores com curso superior. Apesar disso, o que explica o achatamento de renda entre diplomados é a alta taxa de juros e a desindustrialização .

O pessoal da Folha esteve hibernando nos últimos tempos. Uma matéria que trata dos últimos dez anos menciona o governo Dilma. A Folha não viu o que aconteceu "sob" Temer e Bolsonaro. Falar do efeito econômico da Lava-jato e pautas-bomba, então, nem se um dia acordarem.

Ver tantos diplomados por aí ganhando pouco ou nada mostra que um curso superior não é uma escolha fácil e o sacrifício pode ser em vão. Melhor descobrir uma aptidão e apostar em negócios. Por isso mesmo o governo deveria diminuir seu afã de jogar bilhões em cursos superiores. Vai produzir só intelectuais de botequins? Universalizar não é banalizar.

Teto de gastos sociais, precarização dos contratos trabalhistas, confisco da previdência do pobre, congelamento nos investimentos em pesquisas, contingenciamento das verbas universitárias, explosão dos juros valorizando o capital em detrimento do trabalho. Nada disso foi feito pela presidente Dilma. Pelo contrário, isso tudo foi resultado do golpe aplicado ao seu governo, para implementação de um estado neoliberal arcaico, promotor do subdesenvolvimento. Mais um editorial lobista do mercado.

Para ser justo, trata-se de erros em cadeia: a ditadura militar teve um modelo econômico terrível para o país. A duras custas FHC e Lula conseguiram dar um horizonte de crescimento ao Brasil, embora fosse muito baseado no boom das commodities. Dilma com intervencionismo criou uma crise terrível no país, Bolsonaro não investiu anda nos setores sociais e ainda por cima piorou a terrível Pandemia. Esperemos que saia uma boa reforma tributária e que o país invista em educação.

Devolva-se o cargo à Dona Dilma e que ela pague de verdade pelos seus erros e incompetência. Colmeia nela!

Em breve aqui os negacionistas da recessão iniciada em 2014, gerada pela incompetência de Dilma Rousseff, hoje premiada com o maior cargo do Banco dos Brics.