Então estivemos à beira de nos tornarmos um mocó para genocidas.

A declaração de Flávio Dino de que o Brasil não vai deixar o TPI vem dezesseis horas de pois da declaração dele de que vai. Ecoando o Messias que, enquanto andava sobre as águas de alguma banheira presidencial em algum país europeu atendendo a algum cocktail de alguma cúpula, declarou que não sabia o que era isso, e depois disse que era instrumento de opressão, e depois disse que era problema da justiça. Ufa. Enquanto isso, a reforma fiscal ganhou mais uma exceçaão, abrimos mais um ministério.

É isso, Thiago. Jamais foi tão nítido como nessa situação o quanto um certo alinhamento ideológico, pretensamente anti-imperialista, pode ser emburrecedor e contraditório, fazendo com que se omita ou justifique diante de um (Rússia) exatamente aquilo que se critica em outro (EUA)...

"Ser decolonial não é ser antiocidental [...]", afirma o autor. Infelizmente, acho que a maioria dos que levantam a bandeira do decolonismo / pós-colonialismo não são contemplados por essa fala.

Sem dúvida, Thiago foi uma bobagem muito infeliz. O tpi é uma instituição de profundo cunho civilizatório, e não há que se recuar nesse aspecto, de modo algum. Eu tô acompanhando meio de longe o cotidiano de notícias, e achei estranho; a parceria no Brics não é passaporte livre pra trânsito pelo país, independentemente dos crimes que cometa na Ucrânia ou alhures (África? A Rússia tem um belo pé por lá). Civilidade é premissa da qual não dá pra prescindir.