Quais poderiam ser os outros cuidadores mencionados pela psicanalista? Arrisco responder que os avós, pq já saíram do circuito profissional. Nada lhes daria mais prazer do que olhar pelos netos e serem socialmente valiosos..

Me manifesto novamente sobre a visão da psicanalista sobre a maternidade. Quando ela diz que o instinto materno é uma construção social, baseada no fato de que os animais acasalam unicamente para reproduzir, só no período fértil, o cio, quando os humanos o fazem por recreação, perene, pois, ela é que está desconectada dos saberes que a biologia informa nesse sentido. (continua)

(continuação) Todos os mamíferos acasalam porque sentem prazer: têm orgasmo. Essa foi a isca que a natureza criou para atraí-los para o coito. É o velho sistema de recompensa e aversão do cérebro. (continua)

(continuação) Doutra sorte, nenhum mamífero acasalaria. A parte responsável por isso é o núcleo accumbens. A teoria é a de que esse núcleo é a área que leva pessoas viciadas ao seu objeto de desejo —seja sexo (em ação conjunta com a testosterona), comida, álcool ou drogas. Os humanos têm relações fora do período fértil. Os seus filhos têm o mais longo período para o desmame e aptidão para sobreviverem de modo autônomo. (continua)

(continuação) Assim, a natureza presenteou seus pais com o desejo sexual fora do período fértil, considerado msm recreativo. Outra isca para que o homem não fugisse do seu mister de ajuda como pai, além do amor, é claro. No Alto Paleolítico, as mulheres não poderiam cuidar do infante e caçar-coletar ao mesmo tempo. Aí que ocorreu a 1 divisão do trabalho. Tanto que elas não dispunham nem dispõem de pelos no corpo para enfrentar as intempéries. (continua)

(continuação) A sua homeostase é diferente da do homem: grosso modo, são mais friorentas. Também a biologia dotou-as de mamas e da lactação. Na economia da natureza, nada é por acaso ou supérfluo: tudo é utilitário e funcional. Sabe-se que o viés cognitivo, ou de confirmação, filtra o que interessa para reforçar sua visão de mundo e despreza, até mesmo de modo inconsciente, o que a destrói. Taí um exemplo perfeito desse viés.

Marcos Sérgio, não posso respeitar uma pessoa que trata todos os homens, indiscriminadamente, como maus. Lei da Reciprocidade. Ou a Regra de Ouro. Eis o título e subtítulo de um artigo da psicanalista em questão em 06.03.2023, aqui na fsp: "É possível amar os homens? Como amá-los se ainda não nasceu um que esteja livre do machismo?" Porventura ela conhece ou conheceu todos os homens do mundo?

A entrevistada, feminista neoliberal, foi incapaz de mencionar a importância da redução da carga horária do trabalhador para permitir que os pais possam cuidar de seus filhos...

Não entendi o tal colapso da maternidade. Eu pensei que está havendo uma diminuição grande na natalidade.

Marcos Sérgio, eu conheço o trabalho de Freud e Lacan. A psicanálise não é considerada ciência. Não consta nem mesmo como disciplina na grade curricular regular da graduação em psicologia. Apenas como disciplina eletiva. Já há um movimento considerável em rotular a psicanálise de pseudociência. Não descarto de todo a abordagem freudiana. Inclusive, já fiz análise. Mas daí a abonar tudo que Iaconelli fala e dissemina como verdades absolutas vai uma grande distância. (continua)

(continuação) Querendo ou não, ela é uma formadora de opinião e suas teses têm um impacto muito grande no público em geral. É preciso ter cautela com o que fala. Não vou me furtar em expor o que penso para mitigar o abalo que tais ideias possam imprimir nas mentes mais dóceis e não analíticas. Estou preocupado é com as mães. Não com um movimento político e social que, na escala cronológica da humanidade, 300.000 anos, não representa nem um segundo. (continua)

Alegar que a maternidade é uma criação social advinda daqueles que detêm os meios de produção é querer emprestar uma leitura política marxiana a todos os fenômenos da humanidade.Marx nem Engels, não tiveram o rigor metodológico científico para emitir suas proposições tendentes a uma aplicação universal da tese de que a relação capital x trabalho explica tudo no mundo.É uma cosmovisão reducionista e limitante da humanidade.Não foi a partir de Freud ou Lacan que ela chegou a essas conclusões.

(continuação) Ela nega o sentimento materno como regra geral na mulher. Trata a espécie humana como se fora uma excrescência na natureza, livre de todas as amarras da biologia, v.g., instinto de preservação da espécie. Afora a religião, o único critério para aferir o valor e a utilidade da maternidade é o biológico. E a este, os argumentos da psicanalista não resistem: são pífios. Isso está na grade curricular do Ensino Fundamental.

No começo da entrevista houve uma generalização das mães brancas, como se todas tivessem babás e quisessem ser superiores as cuidadoras e isso não é a realidade brasileira. Eu fui criado por minha mãe e minha esposa, por ex, nunca teve babá para ajudá -la. É preciso parar de diminuir o trabalho dessas mães que são tão dedicadas e responsáveis como tantas outras.

Ser mãe é maravilhoso, vc presencia um milagre e assisti nos bastidores. Esse é o problema, se vc não tiver um marido/parceiro presente, atento a vc tb, vc ficará para sempre nos bastidores,vc deixará o trabalho por causa da amamentação e de todas as doenças do berçário , vc deixará de se cuidar por causa de um milhão de compromissos não remunerados, vc deixará de sair, qdo menos perceber, nem sabe quem é mais. Para o homem, pouca coisa muda, não muda o corpo, só para começar.

É isso aí. Querem filhos, homens? Então dividam as tarefas (como faz o pai do meu filho). Senão, byebye.

As que estão em colapso são as mães. Exaustas, sobrecarregadas e enfrentando toda sorte de misogenia

Realmente, como frisou Paulo César no comentário que antecede, é um autogenocídio. Toda a proposta dessa psicanalista está centrada numa pseudoemancipação feminina, calcada em bases marxistas erigidas por Engels, mentor intelectual e mecenas de Marx. Total "achologia", desde que o modelo do Pensamento Científico atual repousa no Empirismo, e não mais no Racionalismo. (continua)

(continuação) Ironicamente, o machismo, a quem imputam a gênese da misoginia, é quem pauta a cartilha feminista. Tentam ser um homem de saias. Para o bem e para o mal. O filme "Oito Mulheres e um Segredo" é a versão feminina de "Onze Homens e um Segredo", roubo cinematográfico. Tem a saga de Lampião e Maria Bonita, encenada a rodo em todo o país, fazendo apologia ao cangaço, como forma de protagonizar o papel social feminino através do crime. (continua)

(continuação) Manchete: "Taís Araujo faz campanha de uísque para ‘quebrar estereótipo de bebida masculina e elitizada’." Além do do She-Hulk, ou Mulher-Hulk. Uma mulher hipermusculosa. Teratológica, quer dizer. Não vejo nenhum demérito em ser mãe. Pelo contrário, é um papel social nobilíssimo, desde que fundado no amor. Diferente da algazarra e do seco frenesi masculino nas bolsas de valores buscando o vil metal. Elas estavam entrando nisso também. Aí as bolsas passaram a ser virtuais.

Não. A maternidade vai muito bem na África e em algumas partes da América Latina e Oriente Médio. Os europeus, russos e leste-asiaticos(japoneses, coreanos e chineses) eh que optaram pelo auto-genocidio com taxas de natalidade muito abaixo do necessário para a reposição das mortes. A humanidade continua.