Gustavo Alonso > O agronejo e seus inimigos Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Só mais um desdobramento da indústria cultural: o bordão neoliberal "a favela venceu" virou "a roça venceu", mas no primeiro caso quem venceu foi a Faria Lima e no segundo, a Fazenda. Até parece que um capiau picador de fumo vai enriquecer e andar de Hilux do ano... só esse colunista mesmo p passar pano p sertanojo
Infeliz o paÃs que tem no agro sua principal fonte de receitas. É o caso do Brasil. A "perna" cultural é mera consequência. Teremos que aguentar por muito tempo, até podermos produzir chips ou satélites com tecnologia própria, o que deve demiras uns bons 50 anos. Até lá, teremos que aguentar essa gentalha rural.
".. 2) o imaginário urbano arrogante, que identifica o lado rural do paÃs como mero atraso e sem cultura.."
Casca grossa com grana é dose. Novo rico e mau gosto são sinônimos.
Em Florença, o que tinha sido incentivado por Medici foi destruÃdo por Savonarola; artifatos como instrumentos musicais, espelhos ou qualquer coisa bonita, no que se chamou "A Fogueira das Vaidades" . Até quadros de Botticelli foram queimados e livros seculares. Depois Savonarola foi ele mesmo queimado. Medici ganhou o controle da cidade mas o otimismo na criação de uma nova arte tinha esmaecido e Florença tornou-se uma cidade comum igual à s outras. Até Galileo tinha sido patrocinado por Medici
Vito, no geral, aprecio muito seus comentários, mas, me desculpe, não consigo ver nenhum paralelo entre a Florença renascentista e esse atual cenário cultural brasileiro (me refiro especialmente ao "ogronejo"). A não ser, talvez, que tenhamos Savonarolas brasucas tentando destruir o que temos de melhor em termos de riqueza cultural.
Estou rindo dos comentários pseudoeruditos dos que leram três ou quatro livros de literatura, citam Camões para se contrapor ao Agronejo (Camões!), moram em Pinheiros e acham que estão em plena condição de julgar quem é do interior, como se de alguma forma fossem superiores. É bom lembrar que Guimaraes Rosa veio de Cordisburgo e muito do que escreveu veio dos aprendizados que teve com os sertanejos, gente sabia, gente boa, valem muito mais que muito faria limer que trabalha em investment banking
Eu sempre morei no interior "breganejo" de São Paulo, estou muito longe de ser faria limer e jamais vou confundir o autêntico sertanejo com essa poluição sonora "texaneja". E entre Guimarães Rosa e um bo çal super rico ("só" em grana mesmo) como Gustavo Lima e similares há uma distância astronômica.
O artigo mostra que o sertanejo superou o preconceito de algumas elites intelectuais; por outro lado aponta que o paÃs depende demais da exportação de produtos básicos. Florença, no Renascimento, inovou. Trouxe o antigo da Grécia e nas artes saiu do dogmático e criou novos estilos. Podemos misturar folk, rock, sertanejo, MPB, blues e criar um estilo novo, bonito e inovador. Como Caetano Veloso e Gilberto Gil fizeram.
Com essas letras e essa temática este tipo de musica deveria se chamar agro-ódio
A coisa é simples: não há urbanidade na roça. Cidade, cidadão e cidadania, não por acaso, tem a mesma raiz. Que não é de mandioca. A agricultura é fundamental, por óbvio, mas civilidade mesmo, só na cidade. Ou é isso ou Brasil vai terminar, literalmente, "na roça".
Vai na santa cecilia, perto do minhocão 21h a pé ver como a civilidade só existe na cidade
Nó Gustavo, você que é fã da música agrotóxica deve ter ficado chateado com o cancelamento do show lá na cidade de Euclides da Cunha!
O mais engraçado de tudo é dizer que somos o celeiro do mundo, com mais de 20 milhões de brasileiros passando fome e cerca de 80 milhões com insegurança alimentar. Tirando a agricultura familiar, pequenos produtores, o resto não serve para nada, ou melhor, serve para acabar com nosso meio ambiente.
Excelente comentário.
Agronojo. Deveriam ter vergonha, um setor altamente subsidiado pela sociedade (Estado mÃnimo para os outros), q praticamente não paga impostos, c altas taxas de desmatamento, enfim, pode ser tudo, menos popular, menos tech. Leiam o artigo "o agro não é pop, o agro não é tech, muito menos tudo".
Gustavo, curioso pensar que a expressão "a favela venceu", criada em contexto de libertação e luta contra a marginalização, parece ser adaptada para "A Roça Venceu" em um cenário diferente, de ressentimento. A música não é criada pelo real "roceiro", nem é tanto uma forma de salto social; e a opressão relatada não é a econômica (pelo grande latifundiário que investe nas duplas) e sim "cultural".
Deixando as letras de lado, assim como faço com algumas músicas gringas, posso admirar uma melodia linda com um belo arranjo.
Cantar marra usando os mananciais hÃdricos de todos os brasileiros e desmatar nossas florestas para criar gado deveria ser crime. E enriquecer ilicitamente destruindo tudo, rios e florestas, mostra o tamanho da ignorância e ganância do tal agro/ogro/inço/parasitas.
Já pararam de derrubar floresta e matar indÃgenas? Pedir que parem com uso de trabalho degradante (análogo à escravidão) talvez seja demais, não iria tão longe. Uma boa carta de intenções seria parar de financiar toda tentativa de golpe que se tem notÃcia no paÃs. Já ficaria bacaninha.
Prefiro o requinte como Caetano e Chico tratam nossa lÃngua a outros que a deixam à mÃngua. Prefiro Caetano , que roça sua lÃngua na lÃngua de Camões , a ouvir bordões.
Caro colunista, ñ vejo nos seus textos nenhum comentário sobre os cachês milionários q os sertanojos cobram de cidades pobres e endividadas. Dia desses o MP proibiu um show da sua turma em uma cidade super endividada que ñ tinha remédios para distribuir para a população. Algo a dizer sobre isso?
Acho que você não vai encontrar nenhuma resposta sobre isso aqui. A propósito, eu até tento, faço um pequeno esforço pra ler os textos do Gustavo, que me parece ser um cara muito inteligente e simpático, gente boa. Mas isso que ele defende é simplesmente intragável. Se escrevesse sobre Cascatinha e Inhana, Luiz Gonzaga, músicas regionais autênticas etc seria muito mais proveitoso. Mas...
O nome muda, a porcaria é a mesma. Ligado ao agro distribuidor de veneno então? Só piora
Simplificando um pouquinho, acho que o dilema da canção popular brasileira (e aà se inclua sertanejo, rap, samba, pagode, baião, forró, axé, piseiro, funk, a chamada MPB propriamente dita, pop, rock, reggae, etc., etc.) se situa entre buscar alguma autenticidade ou tentar apenas ganhar dinheiro com algo que siga a moda do momento (nem sempre, mas às vezes as duas coisas andam juntas). Um dilema, aliás, da arte em geral.
Ninguém achava nada do "agronejo", até que seus grandes representantes começaram a sentar no colo de polÃticos e levarem verbas públicas milionárias debaixo dos panos enquanto seus "mecenas" xingam artistas que recebem dinheiro público pelos canais oficiais. O esporte favorito da direita é se vitimizar e chorar.
Gosto do sertanejo mas to ficando velho e igual meus pais. lembro quando diziam que a música que eu gostava era ruim. Boa era a música do tempo deles. esse sertanejo de agora me da cansaço. Fujo correndo e gritando. Véio?
A "música sertaneja" de hoje nada mais é do que MPB ruim, apenas isso. Como suportar a gritaria, a falta de voz, a letra medonha e sem nehuma criatividade, a melodia horrÃvel? E as roupas então? Jesus me proteja de tanta breguice e falta de savoir-faire.
Muito boas colocações. Nem precisou entrar na estética musical, pois o entretenimento se satisfaz com muito pouco mesmo, seja qual for o ritmo. Bob Dylan é pouco entendido até hoje. Agora, que precisamos de um lugar num mudo globalizado, isso precisamos. Com urgência e sem soluções importadas ou improvisada. A identidade econômica hoje precisa de mais referências sobre si mesma que a cultural.
Parodiando a frase final da música 'A nÃvel de', de João Bosco: Continua a mesma bosta.
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Gustavo Alonso > O agronejo e seus inimigos Voltar
Comente este texto