Mirian Goldenberg > O paradoxo da velhice Voltar
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Cedo ou tarde, a autonomia de que o idoso usufrui hoje aos poucos vai se transformar em dependência. Chega um momento na vida em que ele precisará depender das outras pessoas, sejam elas a famÃlia, comunidade, redes sociais ou algum serviço profissional. Ele terá de aprender a incorporar o aspecto da dependência à sua vida cotidiana. Este talvez seja um grande desafio para ele e para todos nós...O paradoxo da autonomia/dependência.
E no caso do idoso que não tem filhos?
Como assim ninguém citou ainda a inteligência prática da gra a a ande Rita Lee? "Envelhecer é ruim porque ficamos parecendo com uma ameixa seca, mas é bom, porque a ameixa nos ajuda a c4 g4r pro mundo!" Obrigada Miriam, tô na casa dos 70 e lê-la sempre me acrescenta muito. E sim, hoje me sinto mais bonita, mais livre e mais feliz, sem cobranças internas ou externas (fora os boletos rs) Bjo no coração!
Adorei Silvia. Sempre juntas
Ôôô Mirian querida, boniteza, tava com saudades de lê-la! Andei murcho e sumido, retomando de uns dias pra cá. Eu me sinto mal porque o corpo disfunciona, ressente-se; emagreci e perdi músculo nos últimos tempos, olhei-me no espelho e achei uma Herda. Daà me deu um quentinho no coração: tava parecido com o corpo do meu pai quando velho - ele sempre foi tão amoroso, incapaz até de dar tabefes merecidos. Foi uma lembrança afetuosa de seu final, trelelé e frágil. Fiz as pazes com o espelho: Soda-Fe
Que bom que você voltou. Também estava com saudade e sentindo falta dos seus comentários. Você leu minha coluna da semana passada? Também andei murcha e doente. Fico feliz de saber que você fez as pazes com o espelho. Eu ainda estou aprendendo a ser mais generosa com a minha velhice
O pouco que aprendi com o envelhecimento é que idade é apenas um número. Jovens e idosos são ambos sujeitos de medos e desejos com a observação que idosos estão mais próximos da finitude da vida. Há na nossa espécie um desamparo natural, uma fragilidade, uma insatisfação ainda mais numa civilização baseada no consumo, no imediato, no hedonismo. Por isso a vida no planeta correndo risco com o aquecimento global. Nisso a cultura oriental tem a nos ensinar com o seu respeito aos idosos e natureza.
O jovem de hoje é o velho de amanhã
Velhice não é regra, mas privilégio dos que conseguiram cruzar a fronteira da meia-idade e alcançam a próxima fase: idosos. Esta exceção é justificada pelo fato de que nem todo jovem de hoje é o velho de amanhã, levando-se em consideração as vicissitudes de uma vida humana.
Verdade
Falar de velhice é muito chato. É bom viver o momento.
Professora, eu chamo a senhora de "senhora" não por uma questão etária, mas sim por deferência. Nunca chamei minha mãe ou meu pai de "você", nem professores, chefes, idosos ou outras pessoas a quem eu devo, ao meu ver, deferência, que para mim vai além do respeito com que tento tratar todas as pessoas. Na minha experiência, alguns idosos não gostam, mas no geral aceitam esse tratamento. Como a senhora vê isso?
Eu gosto muito de ser chamada de professora e também de Mirian. Quando meus alunos me chamam de senhora, acho que cria uma barreira na comunicação
Ai, professora, me senti péssimo (rindo e vermelho como um pimentão aqui). Só vou te chamar de "professora", então.
Prefiro mil vezes que me chame de professora ou de Mirian
Por que algumas mulheres tingem os cabelos na velhice?
Cada qual com sua experiência. No meu caso, todo o tempo livre que pensava que teria foi praticamente totalmente ocupado por consultas, exames, remédios, fisioterapia e exercÃcios obrigatórios. Isso tudo no tempo que sobra, pois a cozinha, dieta especial, compras de utensÃlios, higienização de alimentos e limpeza tomam setenta por cento do tempo. Muito tempo se perde tambem para recuperação dos desaforos a idosos. Curtir a velhice é para bolsos fartos.
Triste
o cardiologista que me atendia e aposentou - Agora troquei por outro (também já passado dos sessenta) . o antigo calculava minha expectativa de sobre vida, diminuindo de cem . No caso atual , trinta e cinco e meio , pois tenho sessenta e quatro e meio . .
Quero viver até os 100 como meus amigos
Parece que a preocupação com o envelhecimento se tornou uma obsessão desta colunista. Assuma isso de vez que dói menos minha cara, curta o que vc ainda tem de potencial para a aproveitar a sua vida
A impressão que seu comentário causa em mim é que você tem muitos problemas em assumir o próprio envelhecimento e se incomoda em ver alguém que fala tão abertamente sobre a sua.
Me perguntaram pra mim: "Envelhecer não te assusta?" Respondi que não, o me assusta é a minha performance na hora do banho. Tiro a roupa, deixo a cueca cair até os pés e com o esquerdo jogo-a para cima, ela rodopia no ar, cai no meu peito, desliza e encaixa direitinho no 'cabide'. Não erro uma! PS: Também em embaixadinhas com a bucha molhada sou melhor do que com a bola, já cheguei a fazer mais de trinta!
Vou tentar
kkkkkkkkkkkkkkkk o que assusta é o plano de saúde aumentar 70% por ser a ultima fase de reajuste por idade, além de assustar, dói muuuuuuuuito.
A vida tem etapas. Hoje, com 70, continuo na ativa, sinto-me mais preparado e seguro. Ainda não tenho doenças, mas, talvez seja uma, passei a viver só, pois a solidão a dois era pior e por isso ela foi ser feliz ao seu jeito, estou cá no meu. Ser só é doença da velhice? Mas gosto muito do que faço, de andar na praia pela manhã, ver um Bol filme no cinema, ler um bom livro, tomar um bom vinho. Namorar com a mulher que se idêntica comigo, mas morar juntos, nunca mais, por ser muito desgastante.
Viu Navillera? É lindo
parafraseando o fessor marcos, "cara" mÃrian, se avexe não! Ficamos invisÃveis ao envelhecer, ninguém ou quase ninguém se preocupa em olhar nossa cara de ameixa seca não. Já incutiram que velho nada ou tudo não faz diferença, somos insignificantes. Falo para algumas pessoas, que antigamente os carros paravam para me paquerar, hoje param para a preferência e olha que efetivamente ainda não sou idosa, mas na práica um ano ou 5 a mais ou a menos não faz diferença.
Verdade, somos invisÃveis
Além de doença e falta de dinheiro, acho que o pior da velhice é o arrependimento do que não fizemos, das profissões que não exercemos, das viagens que não fizemos, dos amores que não vivemos e por aà vai….
Esse deve ser o pior sentimento que existe. Porque aà você não pode colocar a culpa em ninguém, se dependia só de si.
Aprender a apertar a tecla f foi a melhor coisa.
Verdade Regina
Nunca tive medo de envelhecer. Lá na juventude, tinha paúra de morrer jovem. Há uns vinte e muitos anos, perguntei para minha taróloga se eu tinha muito tempo de vida. Ela pensou por meio século e disse: foquei sua linha e passará dos oitenta e oito anos. Ufa ...posso até não chegar lá. Já escapei da Poderosa dos Deuses várias vezes: aos17anos, aos54anos: dois santinhos classe média, atiraram duas vezes em meu carro,no mesmo ano,ca invasivo . Morrer? Faz parte da vida,e envelhecer também!
Que os anjinhos digam amém, Professora Mirian!
Quero chegar aos 100, como meus melhores amigos
Besteira, essa coisa de medo em ficar velho. Melhor ficar velho do que morrer novo.
Dá-lhe Sabrina ! E não consta que tenha biblioteca.
foi fundo
Os aspectos fisicos da velhice pras mulheres sao realmente muito dificeis: por isso q a maioria pinta o cabelo, faz botox, procedimentos invasivos (tudo pra parecer jovem). Coisas q a maioria dos homens ñ se preocupam, eles ficam velhos e charmosos...Sempre falo q a diferenca de idade entre o Bonner e a Renata é APENAS 8 anos (parece muito mais, ele de cabelo branco, as pessoas acham incrivel, imagina se ela ficasse toda grisalha). Sempre mais dificil ser mulher.
Há uma dualidade na experiência do envelhecimento. Por um lado, envelhecer pode ser acompanhado por sentimentos negativos, como medo da morte, da perda de capacidades fÃsicas ou cognitivas e da mudança de papel na sociedade. Além disso, pode haver uma vergonha associada a aparência fÃsica, à s rugas e outras mudanças que sinalizam o avanço da idade. Por outro lado, o envelhecimento também pode ser uma época de profunda libertação. Com a maturidade, podemos apertar, sem medo, a tecla do F.
Adorei Alexandre. Perfeito
Uma das minhas passagens literárias favoritas está no "Vida e destino", do Vasili Grossmann: "Assim é o tempo: tudo passa, mas ele fica. Tudo fica, mas só o tempo passa. Como ele passa ligeiro e silencioso. Ontem mesmo você era seguro, alegre, forte: um filho do tempo. Mas hoje veio outro tempo e você ainda não entendeu".
reflexivo, lindo e profundo. Vou anotar o titulo e o autor
Não li mesmo, fiquei com vontade de ler e de me emocionar
É, literalmente, um livraço, professora. É um misto de ficção e histórias reais sobre a invasão da União Soviética por Hitler. É o "Guerra e Paz" da II Guerra Mundial. Garanto que a senhora vai gostar, caso não tenha lido. E também choro quando o leio, especialmente essa passagem que citei.
Lindo demais
Folha deixe o assinante comentar.
por isso estou diminuindo meus acessos a foia, já até assinei o estadão.
Quando jovens temos um sentimento as vezes até inconsciente de q somos eternos. Na velhice temos um sentimento consciente de que pode- se ir a qq momento. Então viva enquanto há vida !
Repetir não é pecado : "Tudo tem seu tempo determinado ., e há tempo para todo o propósito !" Eclesiastes cap. três .
Miriam, que bom te ler rindo de suas contradições. Seu último texto ficou aqui, ecoando em mim, sobre "duas culpas". Se a gente não se tomar com delicadeza, quem?
Que bom que você riu, Luciana
Obrigado pela matéria Miriam. Para mim, aos50descobri uma paz e tranquilidade que nunca tive antes. Não mais sinto falta do que fiz e do que não fiz está bem assim. Não sei como será daqui pra diante.
Vai melhorar ainda mais Ricardo
É verdade. Eu entendo por meio daquela frase "nunca volte ao lugar onde você foi feliz".
A parte mais triste do envelhecimento é quando de fato nos damos conta de que temos mais tempo de passado que teremos de futuro. Essa realidade do fim é muito dura. Além disso temos algumas limitações que o corpo acaba impondo com a chegada da velhice. Porém concordo que a velhice nos liberta para sermos nós mesmos, afinal de contas alguma coisa boa precisa ter, não é mesmo?
Concordo plenamente Marcus. O importante não é quantidade de tempo que nos resta e sim o que vamos fazer com ele.
Verdade Ronaldo
O passado já passou!
Mas será que, no fim (com trocadilho), não importa mais o que fizemos no tempo que passa, passou e passará do que a quantidade que temos, tivemos e teremos dele para fazer o que queremos? A qualidade das nossas ações no tempo não valeria mais que a quantidade de tempo que tivemos para executá-las? Conheço senhores e senhoras de 60 anos que vivem a vida muito mais que jovens de 16. E isso é o que levaremos para os mistérios.
Me encheu de coragem para aceitar as rugas e manchas na minha pele de 68 anos, obrigada.
As minhas também Fatima
Os homens são favorecidos com o arquétipo do velho sábio (em geral com longas barbas brancas). Não lembro de algo semelhante para as mulheres. Só a feiticeira má na vassoura.
Já ouvi quem comparasse a Maga Patalógica com uma conhecida figura da República . É muita sacanagem . Também há quem compare os Irmãos Metralha a outros irmãos conhecidos por ai .
Ou a bruxa horrorosa
Hoje, os homens estão mais para idiotas de 50 ou 60 anos que querem se comportar como se tivessem 18, para fazer o que não fizeram naqueles tempos. Apesar dessa construção cultural, tenho a impressão de que as mulheres envelhecem bem melhor atualmente.
Colunista criando neuras, medos e histerias com este assunto que faz parte da natureza de vida.
Os exemplos são sempre de mulheres. Precisamos também de referências masculinas.
Na coluna que escrevi sobre home office dei várias referências masculinas e também expliquei porque os homens não gostam de falar sobre determinadas questões
A velhice para alguns é um prêmio; para outros, açoite. Parece que a espiritualidade ajuda a envelhecer melhor.
Com certeza, Filipe, a espiritualidade e ter propósitos de vida, algo que dê significado às nossas vidas, como o amor, a amizade, o trabalho, a fé
Corajoso o seu texto. Acredito que, no Brasil, as cobranças em relação à aparência, à estética, são bem maiores do que em muitos outros paÃses. Isso gera sofrimento e frustrações desnecessários. E por que mulheres inteligentes e cultas continuam seguindo esse padrão opressor?
Não seria uma construção histórica e milenial, desde tempos antigos?
Verdade LuÃsa. Por que será
Do alto dos meus 42 anos, da minha calvÃcie e dos pelos brancos em minha barba, tenho certeza de nunca ter me sentido tão bem antes como me sinto agora. Fisicamente, inclusive, meus reflexos, minha força e ânimo, como nunca - méritos de atividade fÃsica e Krav Magá. Hoje, tenho mais ferramentas emocionais e intelectuais do que há 10 ou 20 anos. Não preciso fazer média (nunca fiz, felizmente) com quem quer que seja. Sinto que tenho muito futuro ainda e que só depende de mim fazer o que quiser.
Adorei seu comentário sobre valorizar o que ainda queremos e podemos fazer nos anos que temos pela frente
Você tem razão, Marcus. As cobranças e os medos são diferentes
Professora, existe a cobrança, mas é diferente. A coisa da virilidade, da potência sexual, da aparência também. O tomar Viagra e tal. Nada contra, cada um com seu cada qual, mas jamais faria o que vejo até parentes meus fazendo - botox, tratamento dentário estético, implantes capilares, uma vaidade tão desenfreada e idiota quanto superficial, para meramente aparentar o que não se é - jovem. Um sinal dos tempo, a aparência valer mais que a essência.
Plena maturidade. Não é velhice.
Verdade Marcus. Homens são menos cobrados nessa questão
Que bom, Marcus. Parabéns.
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