Bia Braune > Os volumes de livros proibidões nas mais pudicas estantes Voltar
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Bia Braune, você me fez voltar no tempo, quando em 1975, eu com 11 anos, ao procurar um travesseiro no guarda-roupas da minha madrasta, encontrei um livro escondido, de uma tal Cassandra Rios. Curioso, peguei-o, abri uma página aleatória e fiquei impressionado com o que vi e li. Sem ela saber, cada dia eu pegava o livro escondido, lia algumas páginas e colocava-o no lugar.
No final do brilhante texto “Felicidade clandestina”, Clarice Lispector escreve: “Já não era uma menina com um livro, era uma mulher com seu amante”. Amo isso de paixão, como amo todas as descobertas, belas ou terrÃveis, que a leitura me trouxe. Parabéns pelo texto.
Eu tenho o bom hábito de leitura desde a adolescência. Leio de tudo, e o livro mais erótico que já li foi Memórias Póstumas de Brás Cubas.
O proibidão ficou tão na moda que agora tem colunista da FSP usando palavrão em toda santa coluna, pra ver se chama atenção. Porque escrever de forma artÃstica dá trabalho, né. Não vc, Bia. Seu texto foi um primor.
Mas dublagens de séries e filmes também têm sido repletas de palavrões. Se for por uma questão linguÃstica que interfira no sentido da fala, beleza. Mas quando é por lacração, aà não fica bom.
Em Teresina, moças de bem não podiam ler Jorge Amado.
Antes tivessem lido. Porque quem leu, jamais vai valorizar muito best-seller atual.
Tudo água com açúcar. Coisa de Jardim da Infância. Marquês de Sade, 120 Dias de Sodoma. Parei no meio. Quando costuraram um rato vivo dentro do sexo de uma menina Simone de Beauvoir achava lindo, como Sade, precursor de Freud..
Depois da internet, não há nada debaixo do Sol em termos de sexualidade e devassidão. Serve-se de tudo. Mesmo nas músicas e novelas, a oferta de sexo na cara do consumidor provoca até inchaço no cérebro. Nisso, mesmo o que a literatura tinha de mais depravado - v. Os 120 dias de Sodoma e afins - virou romance água com açúcar. Acho que o proibidão, o transgressor hoje é ser casto; quem sabe, o depravado leia, às escondidas, uma página do Evangelho. Ao estilo ''A Igreja do Diabo'', do Machado.
O xvideos e o redtube acabaram com o sexo. Está tudo lá. O que era escondido - e mais gostoso - hoje está lá, em todos os ângulos ginecológicos e urológicos. E realmente, ser casto é uma transgressão hoje.
Achei ótimo esconder o livrinho erótico atrás da Santa Ceia. É um retrato fiel da hipocrisia.
Ótimo artigo! Me lembrei de “Os sete minutos” de Irwing Wallace, outro “proibidão” das estantes!
Adoro esse livro.
Minha mãe é uma mulher muito liberal e progressista. Ela tinha um "Satiricon", do Petrônio. Ela me deu quando fiz 15 anos. Aquilo me impressionou muito mais que qualquer coisa erótica que vim a ler depois.
Engraçado. O livro mais devasso e violento que já li, até hoje, é a BÃblia. Lá tem tudo: sexo, violência desenfreada, vingança, sanguinolência, tortura. Quando a gente pensa que coisas horrorosas e pessimamente escritas - no original, não é que a tradução seja ruim - como as séries "50 tons" e "365 dias", é porque o sexo em nosso tempo está mesmo em baixa.
Avançamos bem, Hilda Hilst parece que já está no cânone literário.
Muito bom!
Se um livro é proibido por algum motivo, tem que ser lido. Não há curiosidade que resista a uma "tarja preta" num romance. E que tal lembrar de "Lolita", "Madame Bovary"...?
Não sei se houve livro mas proibido que O Amante de Lady Chaterley. O orçamento Federal, talvez.
Tenho absoluta certeza que o diálogo (????) não escrito entre Brás Cubas e VirgÃlia é muito erótico e sacana.
Aviso aos desavisados: Sexus, Nexus e Plexus não são livro do Philip Roth. São do Henry Miller. Complexo de Portnoy é do Roth. Em tempo: adorei a referência aos falsos moralistas, que lêem os catecismos do mestre Zéfiro enquanto apontam os pecados dos outros.
Sim, Ennio... Concordo com você. Tem um ponto final ali, separando as coisas. Por isso eu disse "aos desavisados", que podem não ter visto o ponto final e, talvez, tiraram uma conclusão equivocada.
Minha interpretação foi a de a autora do texto não nominou o Roth como autor dos livros , uma vez que termina a frase com ponto final.
Corrigindo: livros.
Que delicia! Muito fofa!
Artigo gostoso de ler...
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