Lygia Maria > Aborto em jogo Voltar
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Um ponto central que não se discute é que as pesquisas de opinião, inclusive as do Datafolha de 2018 e 2022, mostram que dois terços da população, tanto feminina como masculina, são contrários à descriminalização do aborto. Enquanto mais de 100 milhões de eleitores pensarem dessa forma, é totalmente antidemocrático alterar a legislação. As pessoas favoráveis à alteração devem antes promover campanhas para tentar conseguir adesão da maioria da população a seu favor. Democracia é assim.
Grave questao de saude publica é outra fonte de controversia. Prezada Lygia
Meu Deus !!! Só temos ministros comentando aqui? Ops ministros não, monstros
Os homens mais atuantes na luta contra o aborto são aqueles que não hesitam em mandar suas amantes para uma clÃnica de aborto caso elas engravidem. São esses os que falam em nome de Deus e da famÃlia e saem de seus trabalhos para pagar por sexo antes de ir para casa encontrar mulheres e filhos. Milly Lacombe. Artigo Como falar de aborto sem histeria.
Ôôô, Antonio, a Milly é uma jornalista de primeirÃssima, com um viés crÃtico muitÃssimo mais agudo que o da articulista, capaz de cada dedada no'zóio! Foi uma excelente e oportuna lembrança.
Fale por você meu caro assassininho de criancinhas
Defender a (suposta) vida de um feto e ignorar a brutal e real vida das crianças pobres que já nasceram não é atitude cristã, decente, digna ou tolerável. É apenas covarde, abjeta e diabólica. Milly Lacombe. Artigo: como falar de aborto sem histeria?
Legalização imediata do aborto de forma irrestrita.
Já viu o ultrassom de uma bebê de 12 semanas? Vamos deixar burocratas de toga dizer que essa vida não tem valor algum? Se pode com 12, porque não com 16? Ou 30? Qual a linha aqui? Ou acontece algo mágico quando a criança atravessa o canal vaginal e só assim passa a ser um ser humano?
Concordo, nenhum burocrata de toga, assim como, nenhum hipócrita religioso em nome de nenhuma divindade por ele criada, pode decidir o que a mulher faz com seu corpo, ela decidi o que fazer. Legalização imediata do aborto, chega de hipocrisia no local onde se faz mais aborto no mundo. As ricas pagam especialistas, as pobres....
Rosa Weber está corretÃssima. E digo mais: se homens, especialmente os tapados e machistas, engravidassem, aborto já estaria liberado desde a Antiguidade.
O que nos entristece é a hipocrisia de boa parte dos que resistem violentamente à descriminalização do aborto, porque não estão agindo por um ato de compaixão cristã, nem pelas crianças e nem pelos pais. Não falam de verbas públicas para a saúde. A fala destes moralistas é dogmática, não aceita análise ou discussão, mas esta garante a coesão do seu grupo 'religioso' em torno de uma 'autoridade' supostamente religiosa, na verdade comprometida com as vantagens desse poder.
A gravidez indesejada e ou não planejada afeta mais os pobres por serem, disparadamente, a maioria da população e também menos informada. Na ilegalidade, acontece que os abortos continuam sendo feitos clandestinamente e expondo as mulheres a riscos graves e desnecessários. Temos que preservar o Estado laico!
Eita, Doutor Orasil Sertanejo, subscrevo, se me permitir, pelas Moças e Estado laicos.
Entender que a partir de fecundacao já exista um ser humano é negar a ciencia, que nos ensina que durante o processo de gestacao primero se forma um zigoto, depois um embriao e na última fase um feto. Dizer que um zigoto ou um embriao é um ser humano é como dizer que um ovo é um galo ou galinha.
Se o Estado se acha no direito de proibir que uma mulher faça o aborto, deveria então ajudá-la a manter a criança e a criá-la. Muitos dos que são contra o aborto, além de desconsiderarem que essa decisão cabe à mulher, não levam em conta as dificuldades por vezes intransponÃveis em cuidar de uma criança neste paÃs. Proibir e lavar as mãos é contraditório - e fácil.
“Debate violento e polarizado”, desde que o tema entrou em pauta há anos, partiram do obscurantismo religioso , sem considerar as reais razões sociais e de saúde pública.
Muito bem colocado. É um problema de linguagem porque por um lado é um assassinato já que o desenvolvimento do ser humano no útero é um processo contÃnuo que está sendo voluntariamente interrompido. Por outro lado um feto em desenvolvimento é sim parte do corpo da gestante. Mas, além da linguagem, é uma questão de sensibilidade. Sentimos muito mais repulsa à morte de um bebê depois de nascido e respirando que antes desse momento. Daà a criminalização do infanticÃdio não ser polêmica.
Existe gente sensata nos comentários da Folha. Que grata surpresa.
O que está em formação já é vida, sim. Potencialmente ou não - uma ideia filosófica bem razoável. 3 semanas de vida, então, nem se fala. Outra reflexão filosófica, Lygia: a vida em formação é frágil. Uma pessoa adulta impedir esta vida é covardia.
Gostaria de saber a opinião dos que acreditam que já é um "ser humano" a partir da concepção a respeito do congelamenro de embriões e o seu posterior "descarte". Seria esse descarte um aborto?
Assunto aborto desde a década 1970 com este tabu sem fim, mera distração popular e o paÃs travado.
Há que se separar a ordem social da privada. A social é aquela que afeta o todo, ou seja, regras que fazem com que o convÃvio humano seja possÃvel, com o menor sofrimento para todos.A privada não diz respeito a ninguém mais que o(s) indivÃduo(s) envolvido(s). Casamento homoafetivo, aborto, e algumas outras pautas são dessa esfera. Nela as regras de grupo não devem prevalecer. No caso do aborto a questão social é de demanda do sistema de saúde, nada mais. As religiões não tem a ver com o assunto
Aleixo, concordo com você em gênero número e grau. Mas a questão que está em baila no Supremo é a "Descriminalização" o que já seria um avanço. Dar força de lei ao aborto são outros quinhentos que seria de "demanda no sistema de saúde". Mas aqui é tudo devagar e um passo de cada vez.
Ninguém discute a realidade. A mulher que tem grana faz aborto no exterior; quem não tem faz de qualquer jeito, joga o feto no mato e vai morrer de hemorragia.
Muito bem colocado, Lygia.
Lygia, prezada, texto e argumentos excelentes, agradeço. Nesses termos, a discussão - se acharmos o caminho adequado, evidente - avança. Muito grato.
Pola Benassi que papo é esse de praia. não não não, nesse pusta calor o certo é ficar em em são paulo. No centro em apoio a todos os trabalhadores que lá se encontram. praia. que sassanagem e digo isso sem nem um tantim de inveja. Tantão heheeh.
Eita, caros colegas, que essa foi uma discussão pela qual agradeço. Inda vou olhar essa página por uns dois dias, digerindo com cuidado as ponderações, porque relevantes. Eu tô meio devagar, numa quebrada de praia, resolvendo muitas e muito mais concretas coisas do que me é usual. Desacostumei a pegar no pesado, essa é uma parte da história!
Se não me engano, o que pode estar acontecendo, o aborto é crime sempre. Mas, em alguns casos, não está sujeito a punição. Na prática, aparentemente, tanto faz, mas seria um avanço real se garantÃssemos a realização do aborto nos casos previstos. Sem manifestações alopradas quando se busca o procedimento.
Carro Benassi, diria que mais ou menos. O que o STF trás a baila é apenas e tão somente a descriminalização, não falando em dar força de lei ao aborto com aparato nas redes públicas ou particulares, mas que já é um avanço. A discussão em prol do aborto, do direito das mulheres ou feto, vida, passará por essa discussão que é muito mais ampla. Mas no Brasil é assim, uno passito de cada vez, mas bem ito mesmo. Essa questão está na pauta do STF há 06anos. Vamos ver.
Eu sou contra o aborto. Mas a questão que está em baila é deixar de ser crime e a descriminalização se faz necessária na medida em que os abortos continuarão a ocorrer quer seja crime ou não. São 500mil abortos ano praticados e muitos causam a morte da mulher ou deixam sequelas permanentes ou não até mesmo em nÃvel psicológico. As mulheres deixam de procurar ajuda médica pelo fato de ser crime e a vida que já está entre nós tem prevalência.
Hahahahah, meu caro, tava na praia trabalhando que nem burrro tocando pedra de mó: *tentando* fazer um gerador velho funcionar e *conseguindo* fincar no telhado uma anteninha de satélite do seu AlmÃscar, pra gozo internetal de meus hóspedes no paraÃso do Saco do Mamanguá. Brimo breciza fazê negocÃnia, já que meu futuro econômico depende de meu proxenetismo de casinha na praia. Mas tava menos infernal, de fato.
Isso mesmo Ricardo. Só que ninguém quer falar sobre a realidade.
Argumento elaborado, mas tolo. Faltei na aula sobre o filósofo austrÃaco (chique, né?), mas duvido que concordaria. O problema não é de linguagem, todo mundo sabe o que é, concretamente, um aborto. O que não entendemos é a vida. Não dá para simplificar na definição dos termos. Também a ciência nada tem a dizer sobre por enquanto. Mas não acho que devemos nos paralisar diante do mistério, como se fosse sagrado. Critérios mal fundamentados é o que resta. Concordo com o voto de Rosa Weber.
Caro Benassi, nada contra a colunista. Já a elogiei outras (poucas) vezes. E depois de escrever me dei conta de que o mistério mais importante aqui é a origem do nosso julgamento moral e, talvez, a teoria da evolução possa jogar uma luz... Mas continua difÃcil e não se presta à simplificações que possam ser ensinadas à plebe do alto de uma cátedra.
Ah, Alberto, você chamou a atenção pra uma coisa que minha surpresa com a qualidade geral do artigo acabou obscurecendo: reduzir a fricção de perspectivas a um fenômeno linguÃstico é deixar de fora partes relevantes da discussão. Eu agradeço sua agudeza. Mas foi a primeira vez que fiquei *feliz* com um texto da articulista, entusiasmei.
Essa é a melhor linha argumentativa. Se alguém pensa seriamente que aborto é assassinato em qualquer caso, obriga-se a defender pena máxima para quem toma a pÃlula do dia seguinte ou usa DIU. A questão é “quando “. E a resposta envolve necessariamente uma convenção. Quatro meses de gestação parece razoável. Depois disso, só com risco de vida.
Somente as mulheres deveriam votar num plebiscito sobre o tema.
Concordo plenamente! O assunto é polêmico, delicado e é extremamente irritante ver homens decidindo sobre o que as mulheres podem ou não fazer. Desculpem o pensamento imediato, mas realmente...se homens pudessem parir, o aborto já estaria descriminalizado.
Não se deve mudar a lei do aborto ,ele deve ocorrer só em caso de estupro ou risco de vida para a mãe.Hoje em dia há vários métodos contraceptivos ,não é correto interromper uma vida ou uma futura vida .
De fato, a prevenção é prioridade, mas acidentes acontecem... Antes disso, a prioridade absoluta é a educação: como cobrar atitudes preventivas de pessoas que ignoram como fazê-lo? Ah, você se esqueceu de mencionar os fetos anencéfalos.
Concordo plenamente. Faz-se necessário ter uma vida sexual mais responsável tanto para evitar uma gravidez indesejada quanto as DSTs. Acredito tbem na importância de educação sexual nas escolas.
Em um paÃs subdesenvolvido como o nosso, as transformações custam a acontecer. Talvez sejamos um dos últimos a decidir pela descriminalização do aborto, como foi com a abolição da escravatura, a lei do divórcio etc. Seguimos com a matança das mulheres “em defesa da honra”, em defesa do feto. No passado era o culto à virgindade, ao véu para entrar na igrejaÂ… o veto à alfabetização, ao prazer, ao desejo, a autonomia, a cidadania, ao direito a votar, a ter uma profissãoÂ…. Tudo é com muita lutaÂ…
Anete, resumiste perfeitamente no comentário "a caminhada".
Muito esclarecedor. Independentemente da convicção da colunista, ela foi capaz de mostrar, com uma clareza solar, a perspectiva de ambos os lados.
Ricardo, que bebê? Em momento algum se falou em infanticÃdio. Ah, para você um óvulo e um espermatozoide que acabam de se encontrar já consiste num bebê? Então pode começar a campanha para a proibição do Diu e da "pÃlula do dia seguinte". Coerência!
Clareza solar que o futuro nenê nunca vai ver.
Não haverá consenso. As igrejas nunca apoiarão a descriminalização, pois entenderão a vida humana no primeiro pulsar de um coração, mas principalmente pelo fato de não incentivo ao coito fora do casamento, consensual, libidinoso. Por outro lado, a linha pró descriminalização sempre defenderá o livre arbÃtrio e o poder da mulher sobre seu corpo. Somente o peso da caneta do STF decidirá, mas se a descriminalização vencer, decerto haverá movimentos sociais de retaliação.
A mulher teria autonomia para decidir se quer o aborto, mas, alguns que defendem essa autonomia, são contra a autonomia da mulher para decidir se quer parto normal ou parto cesária. *Paradoxo ideológico*!
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