Sérgio Rodrigues > Como se tornar íntimo das palavras Voltar
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Gostei de rever minha ilustração em outro texto.
Vladimir Nabokov foi mestre, mas seu domÃnio literário do inglês não causa espanto, pois sua famÃlia era muito rica, falava russo, inglês e francês em casa, e ele foi educado de forma trilÃngue desde tenra idade. Diz-se que aprendeu a ler em inglês antes de o fazer em russo. Creio que mais notáveis do que ele nesse quesito (o uso de lÃngua estrangeira como literária) foram Joseph Conrad (polonês) e Joseph Brodsky (russo), que aprenderam inglês já adultos.
Tem razão, Victor Henriques. Creio que se enquadram aà também vários outros, como Julia Kristeva e Tzvetan Todorov.
Joseph Conrad era de uma famÃlia aristocrática e serviu na marinha inglesa desde adolescente. Para mim, o caso mais impressionante de escritor que dominou perfeitamente um idioma estrangeiro depois de adulto foi o filósofo e ensaÃsta romeno Emil Cioran, que escreveu num francês magnÃfico aprendido realmente na idade adulta.
Excelente texto! Parabéns
Nota dez pelo texto e suas reflexões. Parabéns.
Uma rua que tenha um bosque me lembra do 'Até pensei' do Chico Buarque. Acho difÃcil prever as associações de ideias de cada leitor.
Maravilhoso!
As palavras já não me impressionam mais
Amo a palavra portuguesa e gosto muito deste colunista. Obrigado! (Aqui, um falante do idioma de Camões, e, de ouvido em criança, do Talian - uma lÃngua de imigração brasileira).
Ok, ok... concordo que a lÃngua é um fenômeno vivo, mas ouvir "perigar...", assim, como se fosse verbo, é de doer...
Pois é. O verbo "perigar" está em todos os léxicos, inclusive no VOLP, que lista a ortografia oficial. O Márcio é mais real do que o rei.
Sério? O verbo "perigar" está registrado no Vocabulário Ortográfico da LÃngua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras. Está também definido nos dicionários Priberam, Porto, Michaelis e Caldas Aulete e outros.
Eu acredito na apropriação da palavra pelo sujeito. As camadas de significados aprendidas na vida falada é polimorfa e original. Nós habitantes da vida escrita somos fiéis a boas narrativas e vamos trombando com palavras desconhecidas, sempre tem uma. Aos poucos uma palavra antes desconhecida se transforma em conhecida, outras já surgiram Ãntimas.
Eu acredito na apropriação da palavra pelo sujeito. As camadas de significados aprendidas na vida falada é polimorfa e original. Nós habitantes da vida escrita somos fiéis à boas narrativas e vamos trombando com palavras desconhecidas, sempre tem uma. Aos poucos uma palavra antes desconhecida se transforma em conhecida, outras já surgiram Ãntimas.
E-mail enviado O email para jose...@gmail.com sobre a página já está a caminho! Folha, não chegou.
Comecei a me tornar Ãntimo das palavras lendo ainda na infância o jornal O Dia, do RJ, que meu pai comprava. Depois tive contato com a coleção "Para Gostar de Ler", da Editora Ãtica, que tinha um telefone na capa e crônicas de Drummond, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga. Não tinha quem não gostasse!
Falando em puro entretenimento, este ano a coleção Vaga-Lume completou meio século de existência. O meu primeiro foi O Mistério do Cinco Estrelas, de Marcos Rey. Depois vieram muitos outros : O Caso Da Borboleta AtÃria, Aventuras de Xisto, Escaravelho do Diabo, Menino de Asas, Éramos Seis etc. Foi um bom preparo para a vida adulta de leitor. Época boa, como não sentir saudades? Só não sei se essas histórias ainda têm apelo para os adolescentes de hoje.
Amo ser fluente no idioma de Camões!
Segundo o próprio, "A última flor do Lácio".
Gauss era Ãntimo dos números. Mais tarde, aos 64 anos, depois de dois anos de estudo, dominou o russo o suficiente para ler Pushkin no original. Meu melhor amigo lia Kant com um dicionário. Para lembrar palavras nós lembramos do que é sensorial, o que é visual, o que é táctil, o que evoca uma emoção. Um palácio da memória, uma história que se move pelo espaço. Com a memória espacial nos tornamos Ãntimos das elusivas palavras, seja em russo, inglês ou português.
CarÃssima Cleomar, sou um simples e mortal bacharel em administração de empresas pela FGV-SP, bacharel em fÃsica pela USP, ouvinte do curso de bacharelado em filosofia pela USP e curso de pós-graduação em lógica e filosofia da ciência pela Unicamp e leitor voraz de livros em todas as áreas do conhecimento, inclusive poesia, de Castro Alves, Fagundes Varela, Ãlvarez de Azevedo, contos de Machado de Assis; enfim toda a literatura brasileira.
... V. A. Sukys de vez em quando comenta nos texts das matemáticas das colunas da Folha! Ele deve ser fÃsico, pessoal!!!.
Prezado Gino, sou um humilde aprendiz de literatura. Fiz um curso marcante de literatura brasileira com Lygia Fagundes Telles, quando pretendia ser escritor. Sou apenas um grande leitor de livros nas diversas áreas do conhecimento.
Seu comentário enriquece o artigo. Parabéns. Professor de literatura?
Muito bom! Sempre fico pensando o que faz com que os escritores sejam mais do que bons conhecedores do idioma..e esse último parágrafo, junto com todo o texto, claro, me deu uma boa ideia..
Melhor que ser escritor mediano é ser um bom leitor...!
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