Ruy Castro > Lembra do Telmo? Voltar
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Quando eu trabalhava à noite no Banco do Brasil, meu colega e amigo Newton Kagimura comprava o Jornal da Tarde, editado pelo Estadão, e adorava a coluna do Telmo Martino, que em seus artigos era um crÃtico mordaz de figuras do teatro, cinema e outras artes. Ele escrevia que o teatro da Ruth Escobar era o Pied da terre do conde drácula, entre outras ironias venenosas. Realmente, tinha muita penetração.
Telmo Martino era gay, não se deve omitir, isso é importante para a história dos homossexuais no Brasil. Também ele morreu de Aids, mas toda a imprensa imprimiu o eufemismo "complicações decorrentes de uma pneumonia". Ah, ninguém morreu de Aids no Brasil.
Sim, Telmo era gay. Mas não morreu de AIDS. Sofreu de Alzheimer nos últimos anos e morreu de um edema. Sei disso porque conheço gente que o acompanhou até o fim e me dava relatos.
Ôôô, Ruy, que perca: desencontrei, como leitor, do seu amigo Telmo. Vou procurar alguma compilação de textos - e se algum colega tiver uma sugestão, agradeço deveras. Dia desses, dei uma mergulhada no Rubem Braga, que ninguém esquece. Não deixemos Telmo Martino ir pra companhia das Ostras.
Óia, Jove, tem outra: dá vontade de refazer esse percurso que cê falou, sabe? Vou até deixar um marcador nessa página... Adoro esses labirintos que a gente cria. Por exemplo, um pouco depois do meio da adolescência fui ler os volumes de cartas do Monteiro Lobato: certo dia, minha avó, que havia sido a secretária do Fontoura (do biotônico) e fanática pelo Lobato, recebeu do chefe a liberdade de ler sua correspondência: fui atrás de ler as cartas que a Vó havia lido *antes do destinatário*.
Eita, sô, na hora que vi uma resposta ao comentário, Eba!, Achei que era alguém que já tava dando a fita... Hahahahah! O Rubem, comigo - tirando outras compilações que havia lido à época - eu desengavetei da minha vida com uma trilogia recente, que estava lendo enquanto passava longos dias em Londrina. Como eu tenho a dúbia virtude de esquecer aquilo que leio, putz, me esbaldei! Mai gostei mêmo foi do "çavás e eticéteras": além de ser coisa que não exercito há tempos, lembrou-me um bom saravá!
Ça vas etc. No Rubem Braga eu mergulhei também uns anos atrás, comprei 2oo crônicas escolhidas (Record, 3ª ed., I978) por causa da crônica O Conde e o Passarinho, que por sua vez me veio por causa do verso Como um conde falando aos Passarinhos do poema Na Primeira Manhã, do Alceu Valença . Do Telmo, mesmo, nada çube; junto-me deste já às hostes que o haverão de afastar da legião das ostras.
É assim a vida e a memória em Sucupira. Avante....
Relembre outros brilhantes jornalistas.
Obrigada pelas informações.
"Tudo que é difÃcil de ler é fácil de escrever, e vice-versa". - MARTINO, Telmo.
Obrigado pela indicação da Hemeroteca! Nunca soube deste tesouro. Deveria haver divulgação periódica sobre este serviço tão importante sobre a cultura nacional e órgãos de imprensa que foram marcantes na vida do paÃs. Valeu!
Lembro-me pois inesquecÃvel. Você gosta de listas, poderia ter feito uma com Ibraim Sued, Carlos castelo Branco, Flávio Rangel, aquele do stanislaw ponte preta, e daqui 50 anos um tal de Ruy Castro
Cony inesquecÃvel.
Eu lembro do do famoso Telmo, lembro também - e, sei, não têm relação entre si- do polêmico Tarso de Castro, do talentoso Daniel Piza e do Cláudio Marques , este do Shopping News/Citi News e da Coluna 13 na TV Bandeirantes e de quem eu preferia sinceramente não lembrar.
Daniel Piza nos deixou cedo demais, uma pena, e Tarso de Castro está a merecer uma biografia, com sua vida repleta de polêmicas. O último citado (não quero nem escrever o nome) não morrerá no anonimato pois garantiu seu lugar na História...
"Ruyzito", linda coluna e linda homenagem!
Há periódicos lendários da imprensa brasileira que, de tempos em tempos, eu procuro na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional mas sem sucesso. Já tem muita coisa boa lá: o Pasquim inteiro, revistas Tico-Tico, Manchete, Cruzeiro e Realidade, esta re-digitalizada pois a primeira versão era em p&b mas faltam a Senhor, Diners, Pif Paf, etc. Por que ainda não foram digitalizadas? Falta dinheiro? Se tem para emendas parlamentares obscuras e tantos desperdÃcios, por que não tem para cultura?
Ótima dica! Eu não tinha essas informações!
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