Michael França > Universidade ainda vale a pena? Voltar
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Claro que vale a pena. Sem as universidades, quem estaria apto a problematizar algo que passava longe de ser um problema?
Convivi com vários colegas de trabalho que faziam curso superior à noite para ter acesso a posições de chefia na empresa. O fato é que como há legiões de diplomados, as empresas podem se dar ao luxo de excluir os sem diploma para certos cargos. Mas o paradoxo é que o sujeito que trabalha com planilhas de custos, depois do curso e da promoção, nem isso fará. Terá um subordinado para isso, que por sua vez estará fazendo um curso universitário...
No Brasil o que vale mesmo é nascer numa famÃlia influente ou a indicação de um bom padrinho. O resto é ilusão. Talvez a única excessão seja a cidade de São Paulo, pois no interior é o mesmo velho coronelismo do resto do PaÃs.
A educação pensada exclusivamente, pelo articulista, com finalidade profissional. Uma pobreza danada, ainda mais para um professor universitário.
Sr. Marcelo Barbosa, quem é esse FÃsico Nuclear que trabalha como Uber? Ele é de fato um FÃsico Nuclear?
Sr. Marcelo Barbosa: O indivÃduo para ser fÃsico nuclear (não simplesmente ter feito um curso de FÃsica) precisa estudar em uma Universidade de qualidade (USP, UNESP, UNICAMP, FEDERAIS etc..). O Sr. poderia nos contar que caso é esse de FÃsico Nuclear trabalhando de Uber?
Um jovem hoje ao concorrer a uma vaga de Estágio de uma grande empresa precisa ser praticamente um Gênio e ter conhecimentos que o destacam muito. Os processos seletivos, de poucas vagas, são extremamente rÃgidos e concorridos pra quem busca a inserção no mercado. Isso desanima muito os jovens, relato que ouvi de um grupo de alunos de uma grande universidade
Que beleza! reduziu a universidade a celeiro para o mercado. Nem uma palavra sobre a criação de conhecimento, algo bem fácil de mensurar com a lente tacanha do utilitarismo. Ciência, discutida por economistas ... tás brincando....
Dependendo da profissão vale a pena sim, o problema do Brasil é a desindustrialização que não está conseguindo ofertar vagas de trabalho que necessite de mão de obra qualificada e sofisticada, por isso que se vê muito engenheiro, fÃsico nuclear e quÃmico "trabalhando de Uber", isso é um problema que vai muito além de simplesmente "será que compensa fazer universidade?". EUA ensino superior compensa, e muito, o problema é quem tem acesso a isso, são poucos, muito poucos...
O pai de Mill, James Mill, era amigo de Jeremy Bentham e David Ricardo, o mais eminente economista da época. O jovem Mill começou a estudar grego aos 3 anos, latim e hebreu antes da adolescência. Aos vinte anos teve um colapso pela engrenagem educacional do pai. Redescobriu a importância da arte e cultura na vida humana, da qual ele tinha sido excluÃdo. Mill reformulou sua identidade como um reformador progressista, em fazer um mundo melhor, melhorando a condição humana.Sem uma educação superior
Mas tinha o chamado 'capital cultural'. Nelson Rodrigues não completou o ensino básico, mas tinha o pai jornalista, aliás também dono de jornal, e Nelson tinha interesse em ler os clássicos, jornais e escrever. Isso é ter capital cultural, que o fez superar o pai e seus irmãos.
No livro de Philip Kitcher, deste ano, "Sobre Mill", o autor discorre sobre a educação humanista de Mill que nunca teve um posto universitário. Teve um cargo, igual ao do pai, na Companhia das Indias Orientais. O livro discute como eu devo viver e como devemos viver juntos. Transformar a sociedade para vivermos melhor, discutir se a desigualdade é inevitável. O livro baseia-se no Core Course da Universidade de Columbia.
A dÃvida total dos estudiantes americanos ultrapassa a dÃvida total brasileira, impressionante o montante. Por sorte o juros lá não é o dos bancos brasileiros, que são os maiores do mundo, disparado.
A tendência é a universidade ficar cada vez mais nichada, a internet está mudando tudo, vc não entendeu uma aula de cálculo? Tem um vÃdeo na plataforma y explicando, precisou aprender redes neurais? Tem na plataforma y. Minha irmã que está na Alemanha fazendo curso presencial de alemão, mas está fazendo em paralelo um curso online, q segundo ela, é melhor que o presencial. Mas como o curso online não pratica a fala ela teve que complementar.
Ilusão de que a internet vai substituir o ensino escolar e universitário. Primeiro, na internet tanto pode-se se entregar a bobagens e formar-se em bobagem como ser seletivo quanto ao que realmente se aprende. Uma coisa é buscar informação e outra é buscar esclarecimento, que desde Kant, ainda está na universidade. Também não confundir o ensino de faculdades particupares de faz-de-conta com cursos superiores públicos.
A tendência é a universidade ficar cada vez mais nichada, a internet está mudando tudo, vc não entendeu uma aula de cálculo? Tem um vÃdeo na plataforma y tplicando, precisou aprender redes neurais? Tem aula disso na plataforma y. Você tá com dúvida em como aplicar o método dos elementos finitos tem aula na plataforma z. O maior exemplo disso é minha irmã que está na Alemanha fazendo curso presencial de alemão, mas está fazendo em paralelo um curso online, ela mesmo fala que o curso online é mu
Há uns trinta anos, os anúncios de vaga de emprego divulgados na extinta revista Exame diziam : Somente serão analisados curriculos de egressos de universidades de Primeira Linha .
Que ironia, não? 30 anos atrás essa revista era considerada de primeira linha, assim como a editora que publicava essa revista. Já hoje em dia, tudo indica, muitos preferem confiar no "zap".
Claro que vale a pena. Uma boa universidade, um curso atualizado, complementando com conhecimentos de informatica e idiomas-ingles. Mas se não gostar, ai sim, não vale a pena.
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