Alvaro Machado Dias > Por que projeções sobre o envelhecimento da sociedade estão erradas Voltar
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Quase tudo nesta matéria é irretocável, ou truismo, como prefere o autor. Mas cabe alguns refinanciamento. A negligência nos idosos nem sempre é uma decisão própria deles, algumas doencas e incapacidades levam ao aumento do sedentarismo até de ex-atletas. A falta de cuidados com saúde idem. Há proporcionalmente poucos geriatras e menos ainda os bem avaliados. É uma especialidade com remuneração menor. É comum escutar o diagnóstico desestimulante. É a idade, diz um geriatra ou não. Limites.
Como envelhecer com saúde trabalhando loucamente, cuidando de criança/adolescente e dos idosos da famÃlia? Como não adoecer com os nÃveis altÃssimos de estresse crônico que somos obrigados a suportar ao longo da vida? Se o 1% mais rico da população conseguir envelhecer bem, é muito. É de um simplificacionismo atroz responsabilizar só o idoso pela forma como ele envelhece. Oxalá a vida fosse assim simples e controlável. Oxalá os impostos que pagamos por toda uma vida nos ajudassem no nosso final.
é muito importante desassociar o envelhecimento de doença e invalidez. Boa reflexão
Muito obrigado pelo seu comentário, Beatriz. É isso aÃ, envelhecimento não significa doença e invalidez. Essa associação não dá bons frutos.
Vou fazer setenta e nove anos em janeiro, com fé em YHWH e só tomo medicamento para hipertensão(nem todo dia) e para o açúcar que controlo num patamar aceitável.
cicilds, remédio prá pressão, na maioria dos casos, tem que tomar tododia, o resto da vida. muitos tem um efeito rebote onde, na ausência da medicação, há forte tendência a um pico de pressão até mais elevado do que no caso da medicação ser interrompida com desmame. vc arrisca ter um avc. tudo bem que o alvaro é neuro, mas te responder sem falar disso é preocupante.
Ótimo, Edmundo, que você continue assim!
Aê Ãlvaro, finalmente um texto que traz só verdades! E aÃ? Quando você vai vir visitar a gente em Montréal?
Olha que eu vou!
Com os meus 55 anos, entro da fase "descendente" da curva profissional, segundo o artigo. Neste ano, comecei meu doutorado, depois de 23 anos fora do banco da escola. Estou me sentindo rejuvenescido. E dando banho na molecada que, diga-se de passagem, não sabe onde pisa, o que fala, como fala e nem como interpretar algo que não esteja nas redes sociais. Mais fácil de competir, impossÃvel!
Esses moços, pobres moços...
Bom saber que você está puxando o espÃrito da sociedade da longevidade para frente. Que outras pessoas inspirem-se no seu exemplo, João!
Domigo eu me senti órfão sem essa coluna, bom vê-la hoje. Mas domingo eu tenho mais tempo para ler com a atenção merecida.
Como admirador e leitor assiduo da coluna, digo com tranquilidade que esta foi a pior que li. Um otimismo poliana, quase auto-ajuda, enquanto ignora o principal motivo das preocupações com o envelhecimento, as questões fiscais. Independente de uma eventual diminuição dos custos de saúde e do aumento de produtividade em idades mais avançadas, a grande questão é previdenciária, sempre fica atrás da curva desses fenomenos. Vide a dificuldade aqui e na França de aprovar reformas da previdência
3) Aumento da expectativa de vida, ainda que com muito mais qualidade e produtividade, não se traduz igualmente em ganhos fiscais se as idades de aposentadoria não acompanharem esses ganhos. O que quis dizer, e por razões similares as suas, a necessidade de concisão dos comentários, falhei foi que o problema me parece mais polÃtico que cultural, que na forma como saiu o artigo, me pareceu o principal. Agradeço novamente e deixo clara minha estima. Abs
2 - Digo em tese porque, do ponto de vista de uma previdência pública, esses fatores atuam mais na margem, o principal é a idade de aposentadoria. Menos gastos com saúde e mais produtividade na “velhice” se transformam em poucos ganhos pro sistema previdenciário se as pessoas continuam se aposentando com 60/65 anos e vivendo até 90. Do ponto de vista fiscal, quando a pessoa se aposenta, ela sai da coluna da receita e passa pra despesa, como pensionista. Cont…
Caro, Alvaro. Muito obrigado pela resposta, fico sinceramente enaltecido. Agora ficou claro para mim que o motivo da questão previdenciária ter sido apenas tangenciada. De fato, quando li o tÃtulo achei que o mote seria esse. Entendo seus argumentos e enxergo como as coisas estão interligadas, uma vida menos segmentada na forma como vc descreveu tende, em tese, ao maior equilÃbrio econômico tb. ContinuaÂ…
Tal entendimento foi sintetizado em um artigo de 2004, que saiu em uma das principais revistas da saúde pública mundial: os perfis demográfico e socioeconômico dos idosos estão associados ao status de sua saúde e uso dos serviços de saúde. (...) A prevalência de doenças crônicas aumenta com a idade e representa a principal causa de invalidez e demanda de atenção médica.
Porém, o modelo de envelhecimento utilizado nessas análises assume que a morbidade e relação com a saúde continuarão as mesmas. Ao atualizarmos essas dimensões, os efeitos catastróficos desaparecem.
Muito antes da saÃda do mercado de trabalho, observam-se efeitos marcantes do que vem sendo chamado de ‘sociedade do envelhecimentoÂ’, i.e., pela demanda crescente de poupança para os anos que vão se acumulando no calendário do futuro estendido. Quando bem sucedida, a poupança para a velhice leva à retirada sistemática do dinheiro de circulação, estimulando a queda dos juros, o que não apenas achata o retorno dos fundos de pensão e afins, como reduz o espaço de manobra das polÃticas econômicas.
Aqui vão algumas reflexões adicionais: A maneira tradicional de projetar os impactos do envelhecimento na economia baseia-se no conceito de janela demográfica, que é definida pela ONU como um perÃodo em que a fração da população com menos de 15 anos é menor do que 30% e a fração dos que têm 65 anos ou menos não ultrapassa 15%”.
Olá Pedro, tudo bem? Até me registrei para poder te responder. Eu tive que enxugar um pouco o artigo para que não ficasse longo demais. Entendo que esse ponto pode não ter ficado tão claro quanto deveria, mas, fato é que essas projeções fiscais catastróficas são o cerne desse equÃvoco de que estou falando. A premissa é que as pessoas seguirão dividindo suas vidas em três perÃodos (pré-produtivo, produtivo e improdutivo) e todas as lógicas associadas seguirão como na atualidade.
Sr. Ãlvaro, sua coluna anterior sobre medicina/planos de saúde foi certeira e agora leio esta que consegue ser melhor. Parabéns ao Sr. e ao jornal. Espero por muitas outras colunas suas.
Fico muito lisonjeado em saber que você gostou, Irineu!
Rara inteligência e sensibilidade.
"Sociedade da longevidade". Poxa Ãlvaro adorei esta história do dia com 32 h. Curti sua coluna. Quase q você abarcou todas as questões. Trago ponto meramente da minha observação: hoje jovens parecem estar evitando filhos. Percebo vários casais q têm optado por pets. Nada contra cães e gatos. Mas isso me faz pensar q precisaremos das pessoas por muito mais tempo por aqui. Agora se tiver um tempinho, procure por por rafael dielos, ouça minha música "viver mais", está em todas plataformas. Sigo...
A música fala muito sobre o que você escreveu. A gente pode ir além... Mas tem que ter coragem para lutar, porque o exército do preconceito não vai cessar fogo. Amanhã participarei de seminário na UFMG: "Desafios transdisciplinares em tempos de Inteligência Artificial". Ainda estou por aqui e quero que seja por muito tempo. Quero imitar Caetano, Gil, Chico, Ney etc. Todos com mais de 80.
Excelente coluna.
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