Ruy Castro > Cuidado frases feitas Voltar
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Já certos cronistas não perdem o cacoete de falar mal do Bolsonaro... No caso concreto, injustificável e inexplicável pobreza de espÃrito. Ganhou, Mané!
- Adorei o final mestre Ruy.
Discordo. Acho que essas frases têm algo de encantador, até. São solidárias no sentido de compartilhar um entendimento comum a todos que as ouvem; posso estar numa cidade do interior da Bahia, se escuto alguém dizer "estou numa sinuca de bico", logo sei que ela está em apuros. Essa pessoa, por sua vez, não precisou ser prolixa, nem criativa na descrição do problema (afinal, vamos exigir criatividade de uma pessoa que está em apuros?). É curto, econômico e passa o recado. Todos entendem. Fim.
Adorei seu comentário. Muito bem escrito, claro e me fez rir. Parabéns.
Na verdade, até que uso muito esse inÃcio de frase.
Então...
A frase escrita na traseira de um Caminhão do Paraná foi a mais realista e filosófica da cultura brasileira, estava escrito "A Corrupção é a Paz do Brasil", pra onde que olhamos, desde o Porteiro do Prédio até os mais altos escalões da República se vê essa verdadeira profecia. Gorjeta virou propina, suborno virou agrado e presentes virou assédios. Traseiras de Caminhões são filosóficas, podem crer sim.
Gênio da escrita e do humor irônico!
Ôôô Ruy, tem algum significado a ilustração da coluna ser um peixe da espécie Hepatus? E pra dizer, delicada e indiretamente, que as frases-feitas móem o fÃgado dos indivÃduos? Eu, que sou um lazalento rubro-vermelhudo, pesquei a sutileza do bicho estar no aquário do Guarujá como um prenúncio da crise hepática paulista: o gov carioca que ceis exportaram pra nós é uma hepatite-feita, do tipo não alcoólico: Sode nosso fÃgaro sem trazer desfrute algum. Na verdade verdadeira, Mano Castro.
Sinuca é uma metáfora que define uma situação sem saÃda. No bilhar a sinuca normal é quando fica impossÃvel de bater na bola da vez pela interposição de uma ou mais bolas na mesa de jogo. A 'sinuca de bico' é uma situação em que bola com que se joga fica numa posição na boca da caçapa (quase caindo) sem ângulo para ser jogada devido ao 'bico' formado pelas quinas da tabela na entrada da caçapa!
Oh, sábio colega Cardoso, que magnÃfico esclarecimento etimológico! Eu podia tropeçar numa sinuca de bico sem sabê-lo! Até o Ruy, que não é Chapéu. Ainda que estivéramos andando de braço dado com o Meninão do Caixote (e com dois sordado). Servição de utilidade pública, meu caro Hélio. Hahahahah!
Ultimamente a expressão mais usada é: "importante ressaltar que". Completamente dispensável.
Antes a expressão "não corre risco de vida"era muito usual.Atualmente os repórteres passaram a usar " não corre risco de morte",como se corrigindo um erro crasso de décadas. Esses profissionais da palavra desconhecem uma figura de linguagem, a elipse , em que a supressão de uma palavra não prejudica a compreensão da frase Nesse caso , não corre risco de (perder)a vida.Ou alguém fala em.risco de perder a morte???
Sergio Akira,perfeito!
Prezado Rui, acredito que ¨molhado como um pinto¨tenha origem rural , caipira mesmo pois nasci na roça e era comum ver no quintal de casa pintinhos e franguinhos correndo atrás de iças ou tanajuras sob chuva. Nesse tempo era comum meus pais e tios voltarem da roça molhados pois não havia abrigo possÃvel antes de chegar em casa. Pela semelhança, surgiu a frase acredito eu !
Celso Pedro Luft publicou um livrinho chamado "LÃngua e Liberdade" cujo conteúdo é bastante assimilável e rico. O governador TarcÃsio devia lê-lo para ter alguma autoridade ao criar mirabolantes planos de educação.
Nossos governadores geralmente não gostam de ler livros, principalmente livros sobre linguagem, história e filosofia. Lembrar o Zema/MG, que nunca ouviu falar em Adélia Prado.
Orra, Cristiano, talvez devessem ler o "tratado geral dos chatos", do irmão do Figueiredo. Cada vez que eu vejo o Tarcizão do Cadáver na tv, mudo rápido de canal, num güento mais o estrupÃcio.
'' Não vou bancar o pato'' ? Dizem que isso nos levou na Decorativo & Inominável - Consultoria em golpes.
Texto saboroso como uma torta de limão.
Eu criei a memória da Formiguinha. Só ela sabe .rsrsrs.
Elementar, meu caro Ruy, na verdade os elefantes tem ótima memória pois mesmo vivendo na selva ou savana sem bússola ou GPS, ou nomes de estradas, lembram - se do caminho para encontrar água.
Tem um videozinho d um leão abraçando um sujeito, que o havia criado na Ãfrica, que o visitou após anos de distância, cê já viu isso? É velho, velhÃssimo, mas a lembrança do bicho e seu afeto é muito bonitinha, minha cara. Ah, sobre os elefantes, salvo engano, a tarefa de recordar dos poços d'água é feminina. Espero que as elefantas não sejam rancorosas...
Na literatura e na linguÃstica, assim como na polÃtica, e em lugar nenhum, cabe qualquer ditadura
Por exemplo, a expressão "eu vou mesmo que chova canivetes", não quer dizer que está chovendo canivetes literalmente. É uma expressão idiomática para dar ênfase à vontade férrea do caminhante.
Certa vez uma amiga deixou cair uma agulha no piso, eu a achei e minha amiga me disse que eu tenho olhos de lince. Fiquei toda inchada com o elogio!
Marina, você é uma séria concorrente do Ruy!
Para quem não sabe, a expressão “ficar toda inchada ou inchado “ e antiga e significa “ ficar cheio de si” , ficar contente.
Que bom que não foi "agulha no palheiro",né?
Da sinuca de bico dá pra falar. O jogo de sinuca tem como regra encaçapar bolas em sequência numérica. Quando a 'bola da vez' está com outra entre ela e a branca, a que empurra em a bola da vez visando encaçapá-la, diz-se que a situação é uma sinuca ou situação dificultada. Quando a bola da vez está em um canto (bico) da mesa com bolas atrapalhando a trajetória da branca, diz-se que é 'de bico' pois é situação muito difÃcil, dificulta muito encaçapá-la assim. P.S: acho que o Ruy sabe disso... kk
Benassi, Chapéu é um codinome e você entendeu direitinho minha intenção - prospectar. "Não jogo sinuca" é diferente de "nunca joguei". Acho difÃcil que o nosso admirável cronista nunca tenha ouvido falar do jogo e do habilidoso Chapéu, ainda mais tendo o mesmo nome. Duvido inclusive que já não tenha tentado as tabelas de que o Mario Sérgio fala...
Eita, óia outro colega sabido! Zé Ricardo, sei lá se sabe: é o Ruy Castro, e não o Rui Chapéu...
Como no caso do Zezinho. Tem q buscar uma tabela. Daz vez duas ou três
Quinzinho é isso mesmo. Prá sair tem q fazer uma tabela. Daz vez da certo.
Da mesma forma que o Ruy eu também não jogo sinuca...
Pode ser também, Joaquim. Me explicaram desse jeito que falei, mas acho que vale pra qualquer situação difÃcil da sinuca.
A sinuca de bico, não seria quando a bola branca está tão próxima da caçada, que o bico formado com a cacapa impede que você tenha visão, direção para acertar a bola pretendida?
P.S2: A bola branca só pode tocar na bola da vez, se tocar em outra bola antes a pessoa perde a jogada. Aliás 'bola da vez' é outra expressão muito usada da sinuca, para representar 'o próximo da lista'.
Caro Ruy, obrigada pelo. texto,me afastou dos nefastos artigos da Folha e alguns de seus colunistas, ambos tentando superar o outro na defesa do indefensável estado que vem promovendo o terror no Oriente Médio há décadas e décadas.
Sugiro ir para a ilha de Tristão da Cunha, para se abrigar de notÃcias nefastas do mundo atual. É apenas uma sugestão.
Amém. Tô de saco cheio, e não há de ser de frase pronta, não.
E a senhora trouxe esse nefasto debate pra cá?
Ruy,adoro essas coisas do idioma (porque não somos os únicos falantes do planeta que os cometem)Uma dessas é quando se diz:minha opinião vai de encontro à sua querendo dizer que concorda e é exatamente o contrário:se vai de encontro vai haver um embate, uma discordância. Mas para mim a mais vergonhosa dessas armadilhas da lÃngua é o famigerado : namorar COM alguém. Aparece em filmes,novelas ,legendas romances Quem namora , namora alguém ,e nunca COM alguém.
Como é prazeroso ler teus textos, Ruy. Abraço.
Olhos de lince. fazia tempo que não ouvia. gosto daquela que diz que Toda Regra tem Exceção se assim for até essa regra tem exceção logo existem regra que não tem exceção. tem várias como a esquerda se preocupa com o povo e a direita com empresários. Vi muito socialista preocupado com empresários e direitistas preocupados com o povo. Se bem que hoje eles estão na mesma faixa, pelo menos no Brasil.
Os elefantes nunca esquecem. Esquecer o quê? Quem pode afirmar que eles têm memórias do passado. Animais possuem instintos.
É só instinto e condicionamento (repetição)
Se não me engano, os elefantes sabem exatamente onde tem que ir quando estão 'partindo dessa para a melhor', porque tem boa memória. Soa estranho.
Estes animais possuem uma grande capacidade de armazenar informações. Por questão de sobrevivência, os elefantes caminham vários quilômetros em busca de água e comida e conseguem memorizar exatamente os locais ou conseguir seus suprimentos, mesmo após percorrer distâncias enormes.
Perfeito!
Caro articulista, não obstante você vestir o fardão, lembro que, s.m.j., são casos de expressão idiomática. Segundo o dicionário Houaiss: "locução ou frase cristalizada numa determinada lÃngua, cujo significado não é deduzÃvel dos significados das palavras que a compõem e que ger. não pode ser entendida ao pé da letra (p.ex., bater perna, falar para as paredes, bilhete azul etc.);". O mundo não é tão lógico assim. É possÃvel que todos os idiomas do mundo tenham-nas. No inglês, chama-se "idiom".
Você sempre brilhante!
Genial !
Há um ditado Africano que diz "Se quer ir rápido, vá sozinho; se que ir longe, vá acompanhado". A partir disso criei o lema da associação de antigos alunos da FDRP-USP: Vamos longe, Vamos juntos.
Cem cabeças pensam melhor q dez.
Texto ótimo! Há expressões que entram na moda, como você bem colocou: “Na verdade…” ou o chatÃssimo “ tipo” isso “tipo” aquiloÂ…..No meu tempo de estudante era: “De repente” sem ter nada a ver com o contextoÂ….Mas, até aà morreu o Neves, não é mesmo??
'Tipo assim', "Destarte"...
"Duas cabeças pensam melhor do que uma" é a minha favorita. A linguagem se dá pelo uso, não pelo que representa. As pessoas se dividem entre raposas, pensamento horizontal e múltiplo e ouriços, pensamento vertical e profundo. Unir raposas e ouriços numa equipe leva a novas descobertas. É impossÃvel sermos os dois. Energia e estrutura do cérebro. Como Mill nos indicou que falar com pessoas diferentes de nós, abre a possibilidade de vermos nossos equÃvocos.
Joanete de lÃngua. Embora não goste, criou uma. Joanete , é uma Joana a francesa?
Te amo, Ruy! Só você para me colocar um pulguedo atrás das orelhas com essas frases. Perfeito!
Adoro a que diz. Há dez anos atrás...
Disse tudo! (É possivel?)
Confesso que nunca tinha ouvido falar em "joanetes da lÃngua".
Essa expressão utilizada pelo articulista é uma metáfora. Grosso modo, é como uma comparação.
Caro articulista, não obstante você vestir o fardão, lembro que, s.m.j., isso são expressões idiomáticas. Segundo o dicionário Houaiss: "locução ou frase cristalizada numa determinada lÃngua, cujo significado não é deduzÃvel dos significados das palavras que a compõem e que ger. não pode ser entendida ao pé da letra (p.ex., bater perna, falar para as paredes, bilhete azul etc.);". O mundo não é tão lógico assim. É possÃvel que todos os idiomas do mundo tenham-nas. No inglês, chama-se "idiom".
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