A vida prática não se move por razão, mas por necessidade (ad hoc). Se o contexto estiver socialmente estruturado, e os gestores tiverem consciência do papel harmonizador que lhes cabe, de forma a agirem para neutralizar a animosidade logo no seu surgimento (coisa que os EUA não fazem e ainda inviabilizam a ONU), tudo corre ao menos dentro do controle. Vejo como erro projetar modelos teóricos (racionais) na realidade. Eles servem no máximo para organizar as ideias e torná-la comunicável.

Profeta do fato consumado

Sensacional texto.

Como tratar de razão dialógica com um povo fundamentalista que tem a psicopatia de se achar povo escolhido por Deus, a esquizofrenia de ter direito bíblico sobre a Palestina e que os gentios nasceram para os servir

Há verdades que não podem ser negadas. Israel promove limpeza étnica na Palestina há 76 anos.Gaza está 12 anos cercada po terra ,mar e ar com sua população vivendo numa prisão à céu aberto. A Cisjordânia está recheada de assentamentos irregulares habitados por colonos fundamentalistas religiosos, com cidades cevadas por muros de 9 m de altura e a população sem o direito de ir e vir. Isto não justifica o atentado brutal do Hamas mas explica o grau de desespero que vive um povo sem perspectivas

Rolando lero se superou. Dissimula o grande afeto por Israel em função de suposta descrença na razão dialógica. Mais do mesmo sempre, já deu faz tempo né FSP?

Pondé mais uma vez comprovando a sua desonestidade intelectual: quando seu objeto de afeto - Israel - se coloca numa posição moralmente indefensável (o Hamas matou e sequestrou, mas Israel já estava matando antes, matou muito mais depois e vai matar muito, muito mais inocentes até que esta onda reflua), ele resolve simplesmente que essa história de moral não vale nada, que dialogar racionalmente (o que poderia levar a um acordo) é uma fantasia etc. É isso aí, o dotô é estudado, deve tá certu...

Trazer à tona as motivações e histórias de ambos os lados é válida. Isso não significa justificar o terrorismo do Hamas, como fazem por aí, mas de dizer que o ponto de vista de Israel terá o mesmo peso que o ponto de vista da Palestina, e vice-versa. A violência e a morte vão contra nossos próprios interesses, porque elas atingem os dois lados,então uma estratégia de negociação do conflito é o que dá para fazer, e isso já tem muito valor, tanto valor quanto a vida das pessoas salvas nessa guerra

O que importa msm é cretinamente reafirmarmos nossa ideologia ou nos colocarmos vaidosamente do lado da virtude. Façam-me uma garapa. Parem de arrotar hipocrisia e superioridade moral e comecem a estocar comida enlatada, whisky e munição, pq, mais cedo ou mais tarde, teremos outra grande guerra (externa ou com o crime organizado, que não para de crescer). O vazio de sentido, a desesperança e a desigualdade (cuja sensação é potencializada pelas vidas de instagram) já esquentaram o caldeirão.

Por fim, nessa guerra Hamas-Israel, o que sobra é pulsão de morte, estupidez e ódio ao diferente, suco purinho de todos nós. E, como diz Pondé, a maioria de nós estamos "shiting and walking" para qualquer dos lados, assim como para os 800 mil estupros no seio familiar no Brasil ou para o corpo esquartejado do familiar da menina que se recusou a namorar com o traficante e que, se a polícia tirar, os criminosos colocam outro no lugar...

Dessa vez concordo com o autor. Infelizmente é isso.

Isso dito, me cansa a superioridade moral arrotada pelos progressistas ou por qq pessoa, em verdade. Um Psolista pode ser tão arrogante e ridículo quanto um bolso narista. Fazemos parte do mesmo barro, cujos ideais cristãos não sobrevivem à pág. 5. A bondade e os afetos principais (amor e amizade) somente são possíveis em pequena escala. Cada um que os cultive com as poucas pessoas que recolhemos ou geramos na vida e que os merecem. O resto é panfletagem pra enganar trouxa. (...)

As pessoas se movem pelos seus desejos e interesses, em regra, pisando em quem tiver que pisar. A amargura de quem tem carência de afeto, os traumas que a família legou, os vícios particulares, o afã de quem acumular riqueza ou apenas sobreviver nesse mundo cão é o que nos move, não os ideais de justiça...

Estou com Pondé até o último fio que resta na careca dele. Um departamento de humanas na mais progressista das universidades é um mar de lama em termos de complôs, vaidades, egoismos e violências, simbólicas ou não. É louvável quem tenta nadar contra o mar de opressão e preconceitos característicos da humanidade, mas o "turning point", para mim, é quando o sujeito se gaba de ser moralmente superior e, contra toda a evidência da predisposição atávica e pulsiva do ser humano para a violência...

Simplesmente ridículo tentar escocar-se na filosofia para explicar as guerras. Na minha opinião, os filósofos servem apenas para catalisarem as dores da humanidade em busca de um sentido em nossa vida. Nada mais.