Diz-me quem premias e te direi quem és

As mudança de paradigma ocorrem às vezes, mas me arrisco a dizer que são mais raras que aparentam. Há o caso da concepção heliocêntrica em vez da geocêntrica, a ideia de campos em vez de atração à distância, a extensão da inércia ao movimento livre em campo gravitacional, e o principio atomístico (do qual o quântico é uma extensão).

Larry Laudan, ironicanente, aluno de Thomas Kuhn, disse que o modelo de mudança científica desenvolvido na Estrutura das Revoluções Científicas e em The Essential Tension está equivocado. Com seu modelo reticulado, Laudan diz que na mudança científica não apenas teorias, mas também metodologias e axiologias podem ser debatidas e modificadas. Depois da Estrutura, muita pesquisa histórica foi feita que desmonta a maior parte dos pressupostos de Kuhn, como a tese da incomensurabilidade.

O artigo apresenta bem a sociologia da ciência, a dinâmica da comunidade que faz ciência e, é importante dizer, esta não se faz nunca individualmente. Na minha opinião essa sistemática precisa ser discutida no Brasil, porque há quem transforma essa disciplina em discussão sobre teorias da conspiração, envolvendo um suposto mainstream que define deliberadamente um paradigma. Esses, em vez de disseminar o conhecimento, como fez a professora ganhadora do Nobel, agem para evangelizar seguidores.

Pois é, o Brasil é tão importante, mas tão importante na Comunidade Científica mundial que nunca alguém daqui ganhou um Nobel e pelo andar dessa Carruagem do governo atual, jamais ganharemos, pois a "Ciência" aqui só serve para o Consórcio Nacional de Imprensa derrubar candidatos políticos.