Ruy Castro > "Fon-fon!", buzinou a klaxon Voltar
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A cultura consiste de memes, e eles evoluem. São parecidos com os genes, mas distintos. Na Idade Média, a sociedade era estática, e os memes anti-racionais dominavam. A Peste Negra amedrontou milhões, que reunidos em catedrais para orar, propiciavam que o vÃrus transmitido pelas pulgas infectassem mais pessoas. O Iluminismo trouxe os memes racionais. Opondo-se a Rousseau; sociedades primitivas são lugares desagradáveis para se viver; são estáticas, pouco criativas, perdem o saber e se desfazem.
Nas sociedades dinâmicas, como a nossa, há o convÃvio de memes racionais e anti-racionais. Em termos de memes, as leis de Galileo e Newton resultaram em implicações filosóficas: pensamento crÃtico. Alguns filósofos, Rosseau, por exemplo, argumentou que a razão era danosa, a civilização má e a vida primitiva feliz. Convivemos com tecnologia laser para carros e comerciais exóticos; com cantores extraindo energia supernatural da terra para propagar veÃculos, que parecem vir de Marte, ou metaverso.
Ruy, além das idiotices de carros 'alfa' e voadores etc. e tal, já observou que as propagandas de carro em áreas urbanas não têm trânsito?. Nenhum outro carro para impedir seu livre, leve e solto transitar pela cidade que é, na mensagem da propaganda, somente sua ..., bem, na verdade a cidade é toda para o carro.
A coluna ia bem até a provocação barata contra a Semana de 22. Acho que ele não passa um dia sem pensar nisso. Mas o Rio segue a cidade mais importante da história do mundo.
A velocidade agora é online.
Xiiiiiii, Ruy, o Indiana Jones andava quase que de Ford T, meu caro. As aventuras mais moderninhas dele não foram da época da 2a guerra? E não dá ideia pr'esse peçoau do marquetingue, pô, lá vem mais empulhação: "macio", "sensual", isso acaba virando comercial de perfume, a coisa mais simbolicamente apelativa que eu já vi - tomaram o lugar dos anúncios de cigarro: os Homi, tudo bonitão, irresistÃveis quando passam a coisa; as Muié, sereias, etéreas, sensualésimas, tudo por conta dos tais eflúvio
Carro: já dirigi muito de São Paulo a Santa Catarina. Hoje? Não mais! Amo andar de metrô: encosto e vou lendo livro sossegadamente.Até Ruy castro li no metrô. Quando o livro é de gosto não intelectual, peço para minha irmã encapar. Ou outros, leio escondido em meu quarto,porque tenho um nome na famÃlia a zelar. Ler é muito melhor do que a velocidade. Mas, já fui à Interlagos ver formula1: fiquei em camarote vip.
A estética é a filosofia da beleza. Thomas Nagel em "Como é ser um morcego?" nos desafia; talvez no futuro a tarefa da arte tecnológica, seja nos dar a experiência disso. A nova Fon-Fon traria essas experiências. A verdade estética está ligada a explicações fatuais. Uma flor, bela, atrai os humanos e as abelhas. Por quê as pessoas têm fascÃnio pela velocidade e a beleza? A biologia nos diz que uma flor é simétrica, coisa que uma abelha compreende e se delicia com o néctar. Verdade objetiva.
Ôôô Vito, carÃssimo, uma coisa que eu não vou fazer nunca é lamber carro, analogamente a uma abelha com a flor. Adeve de haver quem, luxuriosamente, o faça; eu tenho uma peruinha japa bem bonitinha, mas totalmente insuficiente pra mais do que um afago. Talvez - bota "talvez" nisso - eu desse uma bicoca num daqueles novos carrinhos pequeninos, tipo uma Romi-Isetta. Lamber, acho que nunca...
Descobrir o prazer de andar a pé, que benção!
A questão é saber debrear, pisar fundo, sair rasgando, acelerar nas curvas. Tudo isso com os bancos rebaixados; o carro, idem, e um dos braços do lado de fora. Ah! E o som deve está num volume perfeitamente audÃveis a pelo menos uns 3 quarteirões.
Dirigir em qualquer capital acima de 40-50 km/h tem 80% de probabilidade de se envolver num acidente.
No livro o Poder do Mito Joseph Campbell diz q o mito do homem moderno é o carro. Diferentemente dos mitos registrados por civilizações antigas, estudadas por eke, que sempre foram associados à natureza,
Ah, Prezada Márcia, razão parcial tem o seu Campbell: o carro é o mito associado ao tamanho do Fal. Pode ver se algum nanico gosta de andar de Uno; não, quer mêmo é um Land Rover, enorme. Fal é natureza? Até é. Mas como seu valor é totalmente cultural - os gregos achariam uma aberração esse nosso culto moderno ao Falzão, vide os pintinho das estauta - eu dou, no mÃnimo, meia razão ao Campbell, o filósofo da Sopa.
O elogio à velocidade mudou o aforismo: agora a pressa é inimiga da imperfeição. O tempora, o mores ! já dizia CÃcero.
A Revolução Industrial se orgulhava da velocidade das máquinas. Li, em Maria Rita Kehl, algo assim: a vida se tornou um levantar correndo, trabalhar correndo e fazer tudo correndo, para morrer na mesma velocidade.
Estamos ficando velhos, Ruy Castro! Ainda somos boko-Moko! Gostamos de Agnaldo Rayol. Somos fãs do Teobaldo, o mocinho do guaraná champagne antártica. Somos fita rebobinada dentro de um tempo digital. Cultivamos o hábito de carregar no bolso da calça um espelho e um pente e penteamos nossos cabelos para o lado como fazia George Peppard.
Ôôô, Zé Leandro, isso sim é conservadorismo. O resto, é reaça com medo de demonstrar estar fora de moda! Hahahahah!
Muito bom! Dizem que existem sprays de lama para os motoristas espirrarem nos seus SUVs para fingirem que tiveram aventuras nos seus fins de semana.
Genial!!
Na observação do nosso cotidiano , principalmente, mas não somente, Ruy Castro continua insuperavel, com seu humor leve e inteligente
Boa matéria para um domingo de sol. De bom mesmo foi a deixa do Ruy para uma discussão filosófica. Ele diz que fascismo foi uma variante do futurismo. Alguém já disse a mesma coisa sobre o comunismo. Quem sabe foram os dois?
Se alguém disse isso é porquê não sabe o que é nem um nem o outro.
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