Hélio Schwartsman > Ações e gostos são resultados de uma loteria cósmica Voltar
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Chegamos a esse ponto. Hoje se pode dizer qualquer bobagem que será tida como cientÃfica ou filosófica, desde que não seja sobre Espiritismo ou Psicanálise. Que Deus nos ilumine a todos e abraços fraternos em agnósticos e ateus! Namastê!
Amarrados. Mesmo com a loteria cósmica e o tal "livre" arbÃtrio não temos comentários originais.
Stan Willis: "Se nao há livre-arbÃtrio, o que significa escrever um livro dizendo que não há livre-arbÃtrio?
Bravo! Perfeito! Que Deus nos ilumine a todos e abraços fraternos em agnósticos e ateus! Namastê!
Li algumas resenhas e já encomendei o livro. A divulgação não esconde uma das minhas desconfianças: a redução da ação humana ao cérebro, armadilha muitos neurocientistas já perceberam. Entro na leitura perguntando o q o autor entende por liberdade, indivÃduo e como enfrenta a questão da linguagem (cultura, reações neurais q diferem frente ao mesmo estÃmulo ou objeto). No debate mais produtivo, livre arbitro e determinismo são alternativas exclusivas nem excludentes. Vamos à leitura.
Tah ... eu também não acredito no livre arbÃtrio ... mas ter que supor determinismo (!?), mesmo com a atenuante 'macroscópica' ... é relevar o que se sabe, ou seja - toda a causalidade que podemos observar na realidade é derivada de fenômenos (MQ) que apesar de locais estão a anos luz de poderem ser interpretados como determinÃsticos ...
Onde estão as provas do que está sendo dito nesta matéria? Sem elas é pseudo ciência pura
Tersio, apenas abstrações inventadas.
A noção de livre-arbÃtrio é em si mesma uma contradição em termos: vontade é o nome de uma coleção de processos eletroquÃmicos, e atribuir liberdade a isso tem tanto sentido quanto fazê-lo para um gás. Spinoza já tinha articulado isso de forma eloquente, Schopenhauer tb. A ciência apenas confirma essa constatação qualitativa. Mas a ilusão de liberdade da vontade é inescapável, e tremendamente reforçada por preconceitos religiosos. Por isso permanecerá como teoria efetiva para sempre.
A FÃsica do século XX demonstrou que o universo não é determinÃstico. A posição do articulista é uma defesa do determinismo do século XIX. Ele está atrasado mais de cem anos. Quem diz que nada é por acaso também.
Se toda a verdade vem da experiência, a crença na causalidade universal é uma extrapolação a partir de eventos onde ela é clara. Num âmbito limitado a crença é útil, mas se for levada muito longe perde o sentido, como na piada do criado do filósofo determinista que se queixava do castigo. 'Estava pré-determinado que eu agiria assim, não tenho culpa!' Ao que responde o patrão: 'e estava pré-determinado que receberia esse castigo, e que eu o acharia merecido!'
besteira pura, meu sucesso veio do duro que dei, se ficasse onde nasci, como a maioria dos meus amigos ficaram, era mais um na fila no bolsa famÃlia
Estava determinado previamente que você seria um homem deveras trabalhador. Seu programa genético (DNA) o predestinou para tal. O determinismo é inescapável. Leia a peça Édipo Rei, de Sófocles. O oráculo de Delfos vaticinou que Édipo mataria seu pai e desposaria sua mãe. De nada adiantaram os esforços Édipo , de seu pai Laio e sua mãe Jocasta para fugir do seu destino.
Paulo Cury, concordo, acrescento que o que meus avos e pais fizeram antes de mim, ajudou muito.
Prezado Hélio Schwartsman, Concordo parcialmente. A aceitação da "loteria cósmica" nos exime de responsabilidade pelos nossos atos. Todo ser humano sempre tem uma parcela de liberdade. Mesmo imerso em um campo de concentração, o psiquiatra Victor Frankl decidiu ver algum sentido na vida e isso o fez sobreviver. A meritocracia é relativa, mas é um valor que toda sociedade evoluÃda abraça.
Mas o conceito por trás da obra exposta é que Victor Frankl não foi livre para tomar essa decisão, isso foi de algum modo determinado por inúmeros fatores, aquém do controle dele, que o levaram a ser a pessoa que ele é e agir de dada forma diante de dadas circunstâncias. Não estou necessariamente afirmando isso, só destacando a natureza do argumento sobre a inexistência de um livre arbÃtrio
Os comentários aqui são razoáveis, elegantes. Então, digo que não entendo muito do assunto, mas hesitei em comentar. Após alguma reflexão, resolvi fazê-lo. Livre arbÃtrio, ou estava "escrito nas estrelas" que eu acabaria comentando?
A complexidade abre uma boa janela para o livre arbÃtrio. Nosso pensamento cientÃfico é bom para fenômenos relativamente simples, como o universo como um todo ou uma partÃcula em especÃfico. Sistemas um pouco mais complexos, como os biológicos e sociais, por exemplo, ainda não são bem descritos. De Bertrand Russel: a ciência nos fala daquilo que podemos saber, mas o que podemos saber é pouco; se a gente esquecer do quanto a gente não pode saber, viramos insensÃveis a muitas coisas importantes.
Onde está escrito “nos fascÃnios”, lei-se “nos fascismos”, abaixo.
Quanto à meritocracia: a ideia de um determinismo total pode propor uma meritocracia também radical. Já vimos esse filme positivista nos fascÃnios. Não adiantaria o investimento nos desafortunados, mas sim naqueles que foram bem condicionados pela sua genética e seu ambiente de desenvolvimento. Prefiro pensar mais liberalmente: que podemos fazer a escolha por direitos fundamentais para todas as pessoas, e que humanos podem melhorar na idêntica proporção da plasticidade de nosso sistema nervoso.
" O Universo, ou, ao menos, o mundo macroscópico em que vivemos, é determinÃstico". Até que se explique formalmente como os estados quânticos, inerentemente probabilÃsticos, se tornam o que vemos no mundo macroscópico, esta afirmação é tão cientÃfica quanto falar em Terra plana.
Nunca li Sapolsky, mas penso de modo muito semelhante. Quanto ao artigo, concordo plenamente com o fecho: meritocracia é um mito. Por isso sempre considerei um horror a base filosófica da cultura norte americana que opõe duas possibilidades, a do vencedor e a do perdedor, que faz do mundo uma base de pura competição e exclusão, contrária à empatia e à colaboração.
O artigo é provocador. Terminar afirmando que a meritocracia é um mito fará a sociedade repensar sua forma de reconhecimento e premiação. Se não dominamos nem o mérito é melhor nos dedicarmos só a Probabilidade e a EstatÃstica. Bom texto para discussão.
Servo arbÃtrio de Lutero versus livre arbÃtrio de Erasmo de Roterdã.
Hoje Hélio causou. Quero ler os comentários.
Uai, sô, eu sou muito bobo ou não há grande novidade na coisa? Não falo da "meritocracia", conceito troncho que pode ser defenestrado por outras vias bastante consistentes. Mas desse determinismo, que me lembra mêmo é do Burrhus Skinner, ideólogo (com boa ciência) do condicionamento operante. Muitos já complexificaram suas ideias de modo dar conta da imensa variedade de fenômenos da vida humana. Deve ser porque não li o livro do sujeito, mas tem algo de realmente novo no blá do Tio?
Existem muitas fórmulas para ser um 'muito bobo ', e poucas para julgar e condenar um ' muito bobo'. Hélio fala um pouco sobre isso.
O fim da matéria é ótimo! A meritocracia é um mito. Há no mundo muitos merecedores, sendo sabotados e pi-ca-ret-as se dando bem sem mérito nenhum, a não ser a esperteza ma-quia-vé-lica!
O meu livre arbÃtrio em relação à Via Láctea ou Andromeda é praticamente zero, mas dentro da minha casa, trabalho, paÃs, ou até globalmente tem sim muita relevância. Ética "em si" é religião, código de ética tendo em conta o contexto e as relações pretendidas, é o nosso dia a dia. Eu discordo da abordagem do autor do livro que tenta projetar para o universo inteiro valores humanos - logo nós que somos menos do que um átomo para esse universo.
Admitindo-se que a meritocracia seja um mito, uma posição lógica do materialismo levado à última instância, qual a implicação prática? Me parece que quase nenhuma. Aliás, surpreende que seja necessário um livro para provar um ponto que é acessÃvel facilmente com a lógica e que o colunista perca tempo com isso. Se não há a dualidade corpo alma e o cérebro responde unicamente a estimulos materiais é meio óbvio que o livre arbÃtrio e, consequentemente, o mérito não existem
O texto defende uma teoria boa: somos fruto de infinitas variáveis. Concordo com o autor nessa posição, mas no último parágrafo o autor simplesmente diz que não controlamos o nosso destino pois somos fruto do meio e por isso a meritocracia não existe. Não consigo acreditar que este autor realmente acha isso. Deve ser algum teste para os leitores. Acredito que somos produto do meio, mas também temos um certo controle das nossas vidas.
Acredito que somos produto do meio, mas também temos um certo controle das nossas vidas. Colocar toda a culpa do meu fracasso nos meus genes/ou outras variáveis é preguiça pura.
Shwartsman começou sem saber onde queria ir e chegou a lugar algum... Desperdicei cinco minutos nessa leitura, devia ter ido lavar a louça - opa! Uma manifestação pura de livre arbÃtrio!
Concordo com Wilson Junior.
Devia mas não foi, totalmente influenciado pela necessidade de ler o artigo, sem livre arbÃtrio.
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