Mirian Goldenberg > Violência doméstica não é desinteligência entre casal. É crime! Voltar
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A violência doméstica contra o sexo feminino é um problema social grave, que já é considerado um mal recorrente de saúde pública, que independe de classe social, de raça ou mesmo de status econômico. Em geral, dura anos até chegar o momento em que a vitima tem coragem de denunciar o seu agressor. Esse lapso temporal, muitas vezes, relaciona-se a dependência econômica e emocional que a vÃtima tem com o seu companheiro.
O caso em questão mostra isso
Existe um péssimo dito popular que diz que "em briga de marido e mulher, não se mete a colher", que mostra que no Brasil a violência doméstica sempre foi conduzida à invisibilidade por muitas gerações. Muita gente quer empurrar esse tipo de violência para debaixo do tapete. Mas ele não é único, é múltiplo já que consiste em conflitos de autoridade, lutas por poder e vontade de dominação do outro, de posse que levam a desumanização do outro.
Triste verdade
Filhos de casais enredados em violência doméstica podem se culpar pelos atritos familiares e muitas vezes se transformam em joguetes nas mãos do pai e da mãe...
Triste realidade
Não dá pra relativizar. Violência é sempre violência e tende a aumentar quando não é denunciada.
Verdade
Obrigado, professora Mirian, por empunhar essa bandeira.
É uma luta de todos nós
Ótimo Miriam. Por incrÃvel que pareça a violência contra as mulheres ainda é pouco discutida ou visibilizada no Brasil. O uso do termo "misoginia" também não ajuda a compreender o fenômeno. O homem que não aceita a separação e bate ou mata a mulher não sente que a "odeia", ao contrário, acha que ama tanto a mulher que não pode viver sem ela, por isso a mata. Acho que devÃamos começar a trabalhar a ideia de misoginia como desprezo pelas mulheres que leva a querer mandar nelas e dominá-las.
Debate urgente e necessário
O Brasil tem como caracterÃstica principal o ‘punitivismoÂ’, que quando ocorre considera como suficiente a punição do agressor. O Estado precisa se responsabilizar em defender e garantir os direitos da criança e do adolescente. Sem dúvida, a violência doméstica afeta a vida deles, pois têm consequências fÃsicas, emocionais e acadêmica. Logo, que adultos se tornarão já que passaram a infância como testemunhas, vÃtimas diretas ou indiretas, de brigas e agressões dentro de casa?
Crianças traumatizadas, adultos infelizes
Trabalho numa delegacia de cidade porte médio de interior e ontem foi o dia inteiro fazendo ocorrência de violência doméstica. E violência pesada mesmo, de agressões, separações, xingamentos, privações. Ontem até cansei, pois toda essas energias foram descarregadas em mim. Tem mulher que sofre viu. Mulher pobre, que o agressor faz uso de bebida alcoólica diariamente e noite apanha. É tanta história que ouço que é arrepiante.
É preocupante a saúde mental e emocional de agentes como você. Força aÃ!
Muito muito triste e cruel a realidade da violência doméstica
Cara Mirian, artigo perfeito sobre a covardia combinada com o machismo arraigado na nossa sociedade.
Muito triste e inaceitável
Violência é inadmissÃvel. Não só violência contra mulher é crime. Qualquer violência. Inclusive também quando a esposa é violenta com o marido! Conheço homens que tiveram o rosto desfigurado pelas unhadas da mulher, mas no Brasil não existe nenhuma Lei que equivalha a Lei Maria da Penha para defender os homens. Também não temos Delegacia do Homem, só Delegacia da Mulher.
Teoria minha: quando o homem quer demais a mulher, parte a agressão fÃsica entre outras. A mulher quando quer demais o homem, parte para a feitiçaria, macumba mesmo. Lembra os dizeres em postes "Faz-se amarração do amor". É disso pra baixo.
A Lei 11.340/06 (Maria da Penha) pode ser aplicada por analogia para proteger homens, homossexuais e transgêneros, mas depende do entendimento do TJ de cada estado. Essa lei não “favorece” as mulheres mas apenas garante que elas tenham o mesmo direito que os homens: o de não sofrerem violência doméstica e familiar. Ou seja: a criação dessa lei não significa que os demais gêneros estejam desamparados, caso sofram violência doméstica.
O fulano posa na foto com uma cruz pendurada no pescoço...mais um "defensor da famÃlia, dos bons costumes, da fé...blá blá blá...dessa papagaiada toda. Ah... e deve votar no 22, claro.
Vivemos numa cultura de violência, em que companheiras e companheiros, filhos e pais recorrem a diferentes tipos de condutas violentas para fazer valer o que pensam/querem, já que o diálogo deixou de ser um meio capaz de reduzir ou até eliminar ruÃdos. Em geral, a a comunicação é a primeira coisa que fracassa numa relação, bem antes de surgirem os conflitos e as brigas. Quando a ponte bidirecional que leva ao outro ameaça desabar, o que vem a seguir pode ser muito ruim...
Não podemos confiar nas religiões para combater as diferentes formas de violência que estão fazendo as relações interpessoais adoecerem e sucumbirem em seguida. As Escrituras delas ensinam uma moral arcaica, violenta e desumanizante, onde inúmeras passagens mostram a mulher e a criança como seres menos que humanos, insignificantes e irrelevantes no contexto familiar. Por que a escola ensina tão pouco sobre a cultura da paz?
Aprendemos tantas coisas na escola, mas ela deixa de dar certos conhecimentos e habilidades que farão falta depois: meditação, saber ouvir, comunicação não violenta, empatia, ética e por aà vai..
Falta comunicação, compreensão, respeito, empatia e muito mais
Sim, é crime, e deve levar em conta o conjunto de atos e o contexto. Não aprecio exemplos trazidos do meio artÃstico ou midiático, muitas vezes desvirtuados e impuros. Mas pelo que li, o caso que serviu de base ao texto é tÃpico: um conjunto de atitudes que, desembocando ou não em violência fÃsica, constituem assédio, quebra de paridade na relação e afeto substituÃdo pelo exercÃcio real de controle e de poder. Há uma vÃtima, e há crime.
O caso é importante como um alerta para muitas mulheres que sofrem violência e não denunciam o agressor
Mulheres heterossexuais, façam como os Red Pills: associem-se a homens apenas quando tiverem desejos sexuais. Não tenham relacionamentos sérios, não os assumam, não coloquem dentro de casa, não casem. Só tenham filhos quando tiverem absoluta certeza de que poderão criá-los sozinhas, pq um pai biológico não é garantia de nada. É arriscar muito a saúde mental e a própria integridade fÃsica por um ideal romântico que nos empurram desde crianças para que façamos a dita reprodução de social.
É crime e como tal deve ser visto e punido.
A violência contra mulheres e meninas está entranhada na cultura machista, está em toda parte. A impunidade do agressor estimula a violência. Quantos homens que mataram mulheres foram presos? Mulheres vÃtimas de violência morrem todos os dias, nós estimamos em 100 mortes por semana, morrem por causas violentas, por doenças, depressão e suicÃdio. As meninas marcadas pela violência sexual de repetição estão invisÃveis. Por ano, são 8 mil nascimentos de bebês de meninas com menos de 14 anos. Basta!
Basta!
Muito bem, Mirian. Que a denúncia por parte de uma famosa sirva como exemplo.
Tomara que sirva de exemplo para todas que sofrem violência doméstica
Bom dia, professora. Uma coisa é infalÃvel nesses casos: quando a gente (PolÃcia) aparece para prender o machão por violência doméstica, toda a valentia some, em um passe de mágica. É uma choradeira, pedem desculpas, dizem que vão mudar, exigem a 19a chance. Espanca a mulher, mas tem pavor de pensar em cadeia. É exatamente o caso do sujeito em tela. Qualquer violência - fÃsica, psicológica, patrimonial - contra a mulher é inadmissÃvel, e ela não pode tolerar. Sempre oriento nesse sentido.
E também não se preocupa com os traumas que os filhos e filhas irão levar para o resto de suas vidas. Traumas que não têm cura
Claro que não. E, aprofundando, é muito narcisÃstico do agressor não se importar com a mulher, mas apenas consigo mesmo. Ele não imagina as consequências e traumas para a vÃtima, apenas no que poderá acontecer com ele - prisão. E sempre, de alguma forma, tenta, mais do que explicar, justificar o que fez. Parece ser o caso do marido da Ana Hickmann. AÃ, para mim, fica evidente a construção social de submissão da mulher e o machismo inerente a esse crime.
Não é desinteligência entre casal, nem briguinha normal
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