Sou um dos poucos meninos pobres que conseguiu transpor essa barreiras (ou metaforicamente as várias barreiras dessa corrida desigual) e vivo no topo 0,5% com aquele gosto amargo na boca de constantemente perceber que muitos que ali estão ao me redor não merecem e que vários outros “eus” ficaram pelo caminho tortuoso. É muita dolorosa essa realização.

Qual é a sugestão? Uma questão é que os desfavorecidos são muitos e o orçamento pouco.

"sucessos na juventude tornam mais prováveis os sucessos na vida adulta"

Sem a escola pública seria pior. Mas é claro que é só um elo da corrente. O meio familiar pesa muito.

Mais uma semana onde o Michael fala do problema mas não apresenta solução. O que, especificamente, significa "investir" na juventude? Quais seriam algumas das mudanças que você propõe no que já temos hoje? Há orçamento para tal? Enfim, se um cara com todas as credenciais que ele tem nunca dá ideias, estamos lascados mesmo. Os problemas, a gente já sabe quais são. Aliás, precisava mesmo de um estudo pra saber que filho de rico tem mais chance?

Bem interessante a análise de Michael França. Parabéns pela habilidade do articulista ao demonstrar as oportunidades (poucas) de os nascidos em condições desfavoráveis de alterarem o seu destino. Somente políticas públicas bem concebidas e que tenham continuidade ao longo do tempo oferecem oportunidades para que crianças assim nascidas tenham condições de superarem os pais em sua jornada, obtendo melhoras sociais e econômicas significativas.