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  1. Esechias Araújo Lima

    Não me atenho à análise da(s) razão(ões) que motivou(aram) o artigo, vez que Joel já o fez com muita propriedade, a tessitura do texto é de um viés poético irresistível. Construções como "Ao observar as mãos, não mais acariciar os calos como pontos e vírgulas...", "...o fulgor se encolhia...", "... o mundo volta a ter o tamanho de uma esquina...", "... as pontas dos dedos" se perdem "...num vasto salão sem música." Nossa! Que poético! Parabéns, Veny! Gratificante ler um texto assim.

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    1. Joel Domingos

      O eufemismo não está presente no artigo. Pelo menos não pude identificar. Citei apenas a título exemplificativo, como figura de linguagem (que, em tese, realça e embeleza um texto, mas, na prática, pode se revelar macabro), sob cuja roupagem pode estar oculta uma mensagem subliminar de conteúdo nocivo e, após inoculada no inconsciente, seus efeitos sejam devastadores. Nossa mente não é como um quadro-negro que se pode simplesmente apagar com uma esponja tudo o que nela se imprime.

    2. Joel Domingos

      Obrigado, amigo. A recíproca também é verdadeira. Sinceramente. Nunca vi tratamento tão respeitoso aqui neste espaço de comentários da fsp. Abraço

    3. Esechias Araújo Lima

      Quanto à poesia pré-modernista de Augusto dos Anjos, embora eivada de pessimismo e angústia que marcavam sua alma, acho-a muito bonita, não só pelas métricas perfeitas e pelas rimas ricas, outras raras ("roê-los" com "cabelos"), mas pela essência poética. Diferente disso, o articulista é prosador em cujo texto, aqui e acolá, afloram frases poéticas. Você diz: "não me leve a mal". Jamais o faria. Gostei sobremaneira da sua profunda análise do conteúdo do artigo. Aprendi muito. Parabéns!

    4. Esechias Araújo Lima

      Certo, Joel. Talvez tenha-me atido tão somente à "embalagem". Mas foi o que mais me chamou a atenção. Não fiz análise do conteúdo. Você já a havia feito muito apropriadamente. Quanto às figuras de linguagem (ou de estilo), há, no artigo, metáforas, sinestesias, hipérbole para menos ("o mundo volta a ter o tamanho de uma esquina) e não somente o eufemismo (confesso que não identifiquei).

    5. Joel Domingos

      Muitas vezes, a forma pode ser bela, mas o conteúdo não o é. A embalagem de um presente pode ser linda e o presente em si ser um "presente de grego". Esse é um eufemismo do Cavalo de Troia. Eufemismo é uma figura de linguagem. Pertence à Estilística. Mas também pode ser usada de forma macabra: "Ele vestiu um paletó de madeira". Não me leve a mal. Estamos apenas trocando ideias.

    6. Joel Domingos

      Caro Esechias, poesia por poesia, do ponto de vista técnico e artístico, os poemas de Augusto dos Anjos são um primor: a métrica e a rima são impecáveis. Por outro lado, a mensagem delas é macabra: "Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!" Não é por aí, amigo.

  2. Joel Domingos

    Percebo que o colunista tem uma tristeza recorrente de sua infância pobre. Taxá-lo de kafkiano é elogio. Ele é mesmo sorumbático. Não considero isso motivo porquanto, de acordo com os melhores clichês do politicamente correto, tenho lugar de fala: sou negro e tive infância pobre materialmente falando. Todos os ambientes de sua narrativa também me são familiares. Mas não estou preso ao meu passado nem tenho uma visão de mundo distópica, deprê. Solte as amarras, colega! Pra frente é que se anda.

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