Triste ler uma matéria sobre a grande escritora Ruth Rocha, cheia de detalhes e passagens interessantes, e depois verificar que a sessão de comentários está dominada por uma discussão pra lá de exagerada sobre uma simples colocação pessoal dela sobre os livros de Monteiro Lobato...

Respeito o trabalho da escritora Ruth Rocha. O gosto pela leitura começa na infância, e ela está dando sua contribuição. No entanto, abro aqui um parêntese para lembrar que Monteiro Lobato não deve ser colocado de lado. Os tempos são outros. Quero assinalar, ainda, que não podemos esquecer que muitos brasileiros não têm condições de comprar livros, por isso considero o valor da última obra da escritora um pouco salgado ....

Que ser maravilhoso essa Ruth Rocha! Chorei de emoção...

Respeito e admiro a escritora, porém ao invés de dizer que não dá mais livros de Monteiro Lobato deveria explicar que na época do autor esse tipo de narrativa era comum e que ele é um grande autor. Daqui a pouco vão cancelar Machado.

Lamentável a desqualificação de Monteiro Lobato. Nesse passo e diapasão haveremos de desqualificar Homero, Aristóteles, Plutarco, Shakespeare e uma romaria de clássicos da literatura ocidental. Olhar e ver, diz o Livro dos Sábios. E não há sapiência alguma em banir da literatura infantil a monumental obra de Monteiro Lobato, assim como afastar Euclides da Cunha ou João Cabral de Mello Neto, Paulo Francis ou Nelson Rodrigues, do panteão da literatura nativa.

Para ser coerente também não deveria doar Bíblias. Encontrará textos em maior intensidade quantidade para justificar decisão semelhante. Isso é incoerência. Intectual que desconsidera o contexto da época de um autor cega sua própria capacidade de análise.

E durante muito tempo, Monteiro Lobato vai continuar sendo mais lembrando, assim como Emília, Narizinho, Tia Anastia etc, do que Marcelo ou Ruth

Não falar de algo é deixar aquilo numa irrelevância. Esquecer algo é apagar uma situação mesmo que longe no tempo. Deixar morrer é esquecer e isso ajuda?

Além de saúde, Ruth tem saudade. "A velhice tira as pessoas queridas. Tirou meu pai, minha mãe, meu marido querido. Tira os amigos. Tira a possibilidade física de fazer coisas. Eu, por exemplo, sou louca por praia. Mas não aguento mais ir à praia, tenho medo de cair", afirma, lembrando que também faz muitos anos da última vez em que conseguiu viajar. Finalmente, alguem falando a verdade sobre envelhecer, a maioria dos "famosos" gosta de falar que é maravilhoso. Eh muito difiicil.

Será que as gerações atuais são tão mais ihm beh cihs e impressionáveis do que a minha? Li tudo de Monteiro Lobato, inclusive as muitas falas de Emília chamando Tia Nastácia de "ne g r a bei çooo da". Sempre entendi que Emília era um ser sem freios, meio aética, meio amoral, mas que não era necessariamente um modelo a ser seguido.

Muito infeliz o comentário sobre Monteiro Lobato. Triste exemplo de como não se deve julgar o passado com valores do presente. Ao não presentear com livros de um grande escritor perde ela duas oportunidades: apresentar aos jovens um texto maravilhoso e educar, mostrando o quão errados eram alguns conceitos da época, anos 1920-30. Acredito que quando criança, como eu, esta senhora ansiava pelas aventuras da turma do Sitio do Pica-pau Amarelo.

tudo no universo é um jogo de forças, onde uma tenta se sobrepor a outra, apenas isso, somos nós que denominamos uma força como sendo a boa e a verdade e a outra como sendo a má e a mentira, tudo tem a ver com o ponto de vista. não há fatos, há somente interpretações. Nietzsche

É inacreditável, daqui a pouco vão criar um índice proibitorium de obras que alguns considerem como racistas. O anacronismo é gritante e aberrante

Acho tão absurdo que se utilizem filtros atuais para julgar de maneira totalmente anacrônica gerações e textos diferentes... Monteiro Lobato foi um gênio que fez com que milhões de brasileiros pegassem o gosto da leitura. Era um filho do seu tempo, da sua época, e é ridículo achar que a geração atual tem mais qualidades ou méritos para julgar as anteriores assim. Toda homenagem à Ruth, mas certamente a mesma será vilipendiada em 2123, por brasileiros que também se acharão superiores.

Comparar monteiro Lobato com Ruth Rocha é absurdo. São épocas distintas. Fingir que o brasileiro era tremendamente racista há cinquenta anos, não muda o racismo nos dias de hoje.

Por matérias como essa que vale a pena assinar a Folha. Viva Ruth Rocha!

Duzentos livros. Zero palavrão. Zero racismo. Quem é Monteiro Lobato perto de Ruth Rocha?

Vida longa para a escritora Ruth, porque ela tem vontade de viver!!!

Eu gostei da entrevista com ela, eu tenho 60 anos e me lembro desta escritora, por que tinha livros dela na escola.