Vão tolerar a pancada de um pacote? Seus eleitores serão os primeiros a se revoltarem. O precariado que cerca a extrema direita é fortemente impactado por essas medidas liberais radicais.

Vinicius tá triste, parece.

Um ajuste de 5% do PIB é fortíssimo, mas representa apenas um terço do que o Sr Motoserra prometeu em sua campanha insana. E dificilmente garantiria uma dolarização duradoura, que exige extrema flexibilidade dos custos da economia e do gasto público. O Sr Libertário deve ser, quando muito, um gestor econômico ortodoxo. E governar com a casta que ele dizia desprezar.

As pessoas ainda não entenderam que eleição se transformou num circo de leviandades. Um pouco sempre foi, mas no nosso tempo replica o estilo rede social. Grupos estudam isso, aplicam metodologia psicólogica, doutrinação e estudo de controle de massa. vivemos tempos negros de maldade e cinismo, revistido de "esperança"

Sei lá, entre cachorro defunto e outras doidices econômicas, esse Milei fez surgir em minha mente as lembranças de um certo "caçador de Marajás" brasileiro. Vamos ver se também termina no impeachment.

Está mais do que na cara que a Argentina e seu povo se encaminham para mais um desastre, doloroso, claro, para o povo mais pobre que se espalha pelas ruas pedindo esmolas e o que comer. A classe média vai bater com a cara no muro e vai perceber o que apoiou. As oligarquias e o capital financeiro continuarão a mandar na Argentina. Desmoralizado, o peronismo que sustentou uma candidatura péssima, de centro-direita, está numa encruzilhada, mas gostaria que a esquerda se renovasse.

O cachorro defunto dele é sensato. Percebeu que dolarizar a economia e fechar o BC argentino pra depender do BC dos gringos não era boa ideia... sussurrou uns latidos sensatos do céu dos cachorros no ouvido do maluco eleito.

Por ora só incerteza, há que se aguardar as ações do sujeito. Ou encaminha, pelo menos a médio prazo, ou não dura 1 mês.

Bom resumo Vinícius. Ninguém foge da lógica do poder econômico, que precisa de algum grau de controle do poder político. Lula, Cristina, conseguiram manter certa autonomía, negociar, introducir na agenda de políticas algumas medidas de interesse do povo e a contragosto da elite. Mas é um equilibrio difícil. Já Milei, como Bolsonaro, que se apresentam como anti sistema, terminaram sendo fieis representantes políticos do establishment.

O velho truque de fingir ser quem ñ é. Há quem acredite.