Hélio Schwartsman > O show da ciência Voltar
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O artigo está certo de maneira geral, embora fica entre poliana e absurdo afirmar que a ciência deu show na pandemia. A vdd é que a medicina avançou muito pouco nos ultimos 60 anos. Só a parte diagnóstica andou muito. Promessas como recuperar paraplégicos, celulas troncos, genoma, Alzheimer, Parkinson, Cancer e etc nunca sairam do papel. Pra piorar, os incentivos economistas favorecem intervenções desnecessárias. Iatrogenia corre solta
Talvez simplesmente não fosse tão difÃcil o caso do Covid para os especialistas. Embora pareça estranho dizer isso, demos sorte. A AIDS por exemplo demorou muitos anos para ser razoavelmente controlada. A dengue, com sua múltiplas variantes, permanece um desafio bem grande. Sem falar na malária.
Sucesso devido à persistência de uma bióloga húngara e um médico norteamericano. Ela teve anos atrás a verba para pesquisa cortada na universidade nos Estados Unidos. Assim mesmo continuou e ganhou o Prêmio Nobel junto com o médico que acreditou nela.
Malária e dengue, caro José, são do tipo "negligenciado", doença de pobre que nego não considera merecedor de atenção. "Nego" da indústria, bem entendido, dominada pela visão de paÃses do centro da econo.ua mundial. A dengue ainda tem uma chance de ser relevante, uma vez que chegou aos EUA. Mas a covid, mundial e contando com uma série de avanços do conhecimento que vieram *depois da AIDS* - impulsionados justamente pela pesquisa acerca desta doença. Foi um trabalho admirável, o da covid.
Há alguma lei, diretriz ou algum mandamento determinando que a acumulação contÃnua de conhecimento, notadamente o cientÃfico, deva ser inversamente proporcional ao aprimoramento da ética nos seres humanos? Pasmo a cada notÃcia (e são tantas!) que afunda a humanidade degraus abaixo no caminhar histórico da ética. A partir deste artigo, acessei outro ("publicar ou perecer"), de 2019, da Juliana Sayuri. Que escreveria ela, hoje, com o advento da nova inteligência artificial?
Interessante artigo, Helio. V. deveria desenvolvê-lo, por exemplo, abordando a questão de uma "ciência" patrocinada pelas indústrias farmacêutica e de equipamentos.
Não somente médicos, caro Hélio: o modelo cientométrico utilizado como baliza para a pesquisa e produção de conhecimento nos abate em tudo que é área. O parto de "pequenos ratos" não seria grande problema se os partidos fossem chinchilas, ratos de alta categoria. Em sendo Wistars, ratinhos de laboratório, a coisa complica. Dia desses, em comentário a um artigo discutindo as variáveis da produção cientÃfica nacional e de seu impulsionamento, mencionei o problema cientométrico, que não é banal.
Acredito que só o meio cientÃfico possa se autocorrigir e causar a melhora do meio. No caso da medicina, há ainda os resquÃcios dos "Xamãs" que cuidavam de suas tribos individualmente, sem apoio dos conhecimentos cientÃficos atualizados, e há médicos mais atingos assim. Obs: gostei da arte do Yiling Lin. Ideia interessante. Chama a atenção os campos de ideias migrando para a Europa e EUA.
Claro, o egoÃsmo empresarial foi suprimido pelo medo de perder seus parentes!!!
Absolutamente não, caro Aderval: simplesmente houve dinheiro e esforço, consistentemente, numa direção unificada. Se a opção fosse ganhar dinheiro ou "perder parentes", estes tavam bem fú.
Enormes recursos para criar os imunizantes. Um procedimento pode ser eficaz sem que se comprove sua cientificidade. Como no livro da Pasternak sobre a homeopatia; ela não quer que recebam verbas do SUS. A racionalidade não é exclusiva da ciência. Teorias mais abstratas e unificadas estão cada vez mais distantes do controle empÃrico. Teorias sobre buracos negros. Quine achava que até a lógica poderia ser modificada caso não sirva a um sistema empiricamente definido. A ciência bem-ordenada avança.
Caro Marcos, a evidência histórica mostra que o progresso na ciência não é derivado de critérios estritamente empÃricos. A evidência empÃrica deve ser vista com qualificações. Há modelos que preservam a racionalidade e o progresso cientÃfico na presença de influências sociais. Nós podemos admitir influências extra-cientÃficas sem cair num relativismo completo. Os modelos de Laudan e em certa medida de Kitcher, mostram isso para os praticantes da boa ciência e os estudiosos da ciência.
Prezado Marcos, sobre os corretores de texto é verdade que eles estão melhorando, porém serão individualizados, construindo bolhas pessoais. Assim o discurso será sempre o mesmo e perderá a vida. É melhor ficarmos pelo menos onde estamos, sob pena de nos tornarmos ninguém.
Hahahahah, caro Vito, os descorretores são o pior da empiria linguÃstica! Hahahahah! É maldade, porque os códigos de "IA" tão fazendo um bom trabalhinho, em breve chegarão aos nossos dispositivos. Mas a dúvida acerca da qualidade da evidência cientÃfica e da empiria se sustenta, sem esforço: pedaços minúsculos da realidade analisados a cada artigo, tornando árdua a tarefa de construir conhecimento que preste...
A questão está em quem define no que é ciência e seus limites de aplicação.
Oops: Quine achava que até a lógica poderia ser modificada caso não sirva a um sistema empiricamente adequado. Até esses corretores automáticos se equivocam.
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