Lygia Maria > Amor e política Voltar
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Uma boa sociologia deve trabalhar com estatÃsticas. Se, como desconfio, o percentual de negros ricos que casam com brancas for maior que o de negros pobres, a questão não é de romantismo ou liberdade afetiva. Tem mais a ver com uma ideologia de embranquecimento introjetada em toda a sociedade. Senão, os percentuais deveriam ser semelhantes.
O Brasil é miscigenado. Há racismo, mas sobretudo nas classes baixas, no povão, negros casam com brancas, brancos com negras, japoneses com mestiços, e etc.
Relação afrocentrada é apenas um nome novo para algo que sempre existiu.
Eu sou de esquerda e quando vejo movimentos que lutam pelas minorias encabeçarem tendências da extrema-direita eu me preocupo: quem sempre defendeu que miscigenação é algo ruim foi a extrema-direita, a KKK, os nazistas. Acho muito grave esse tipo de posicionamento. A luta dos que combatem o racismo é para que ninguém se importe com a cor da pele ou a etnia de ninguém, somos todos seres humanos.
Casamento e relacionamento racista.
Já lhe ocorreu que critérios polÃticos podem não ser exteriores ou estranhos ao q se chamou de *individuo*? Tente explicar a alta incidência de relações interétnicas nas colônias ibéricas e sua quase nulidade estatÃstica nas colonizações de outras nações europeias. Romântica? Deveria ser mais respeitosa ao brincar de comentar um debate do qual ignora o q está em jogo. Comece por ouvir respeitosamente o q dizem as pessoas q levantaram esse debate.
Onde você quer chegar?
O exemplo com que a colunista ilustra sua opinião é de um paÃs não ibérico. Um casal que lutou para se unir também deve ser respeitado. Discordo de sua opinião. O racismo estrutural deve ser combatido, para que todos os brasileiros vivam com liberdade. Inclusive de unir-se a quem quiserem, sem preconceitos que a tolham.
Em que pese haver enorme preconceito no Brasil, nem se compara com os EUA, de onde estamos importando essa polÃtica identitarista. Nos EUA é mais do que raro haver miscigenação. Pode ver nos filmes ou seriados. aliás era proibido até poucas décadas atrás. Graças aos céus aqui podemos nos misturar e é o que mais fazemos. Temos no DNA mitocondrial do brasileiro (materno originário) cerca de34%de indÃgena e36de africanas (vide matéria da folha de setembro de2020e outra há duas semanas).
A história da luta desse amor contra a segregação racial é belÃssima para a vida, os direitos civis. Amar o diverso e fazê-lo pela autodeterminação, talvez seja o mais fundamental dos direitos
Me traz uma gotinha de esperança ler um texto assim, que de forma lúcida e respeitosa tenta unir, e não separar; procura superar, e não piorar; busca o amor, e não o ódio.
Textos da Lygia sempre concisos e muito bem fundamentados. Optar por politizar o amor é um erro. Exemplos não faltam, como a segregação dos sÃtios de relacionamento pela opção partidária. Porém exercer a sua livre escolha contra um Estado/sistema que reprime é um ato de admirável coragem.
Falou em pretos fazendo escolhas ou se posicionando, a senhora é contra não é?!... Puxou até uma suposta similaridade com o projeto eugenista do século passado, totalmente descabida, pois é assimétrica do ponto de vista de que lado o poder se encontrava. Não sente vergonha?
Ser contra a miscigenação é ser a favor do ideal nefasto de "pureza" étnica, racial, biológica e cultural. É a evolução, sim, mas de um câncer social.
Concordo inteiramente, Ricardo. Usei o termo num sentido comum e social.
Não existem raças antropologicamente falando. Existe apenas "Raça Humana". Esse termo de raças foi criado pelos europeus a fim de justificar a escravização indÃgena e africana. existem etnias.
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