Equilíbrio > Pessoas estão recorrendo à inteligência artificial para se comunicar com os mortos Voltar
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Agora sim, que tenho certeza que as máquinas dominarão o planeta. Se a maioria das pessoas creem em alguma religião e atribuem a inteligência artificial a voz desse misticismo ou crença divina, podem muito bem começar a manipular as pobres mentes perturbadas e frágeis desses seres humanos. Claro que se a inteligência artificial atingir um dia a consciência, pobre de nós humanos, que distopia. Por mais dor que a perda de um ente querido possa provocar, temos que ter o mÃnimo de racionalidade.
O ente querido que morre não desaparece no túmulo. A unica filosofia moral que trata de forma racional e cientÃfica a questão da morte, demostrando , de forma inequÃvoca , a sobrevivência da alma, é o Espiritismo Kardecista. A obra, por exemplo, o Céu e o Inferno, de Allan Kardec, e o livro de Leon Denis " Depois da morte", expande, sensivelmente, nossos horizontes mentais sobre o tema. A vida triunfa sobre a morte, estamos convencidos.
Vou ver se minha sogra passa os números da Mega Sena da virada, ela dizia que iria me ajudar muito ainda!
Para mim isso é uma suprema enganação. Todos sabemos que mortos não falam e achar que o que a máquina emite representa o morto é autoengano, para dizer o mÃnimo. Mas nos autoenganos estamos mergulhados, não é mesmo? O esoterismo grassa, sem falar nas religiões. Enfim, cada um busca conforto de alguma maneira, o que é válido. Mas não devemos perder o foco aqui: de inteligente a IA não tem nada, como já escreveram em outros comentários neste mesmo link.
Episódio 1 da 2º temporada de Black Mirror retrata exatamente isso...
Cada um encontra um jeito de fazer suas catarses, de aliviar as dores e de matar as saudades daqueles entes queridos que habitam outra dimensão... Eu gosto de escrever, inclusive aos meus mortos queridos. Dizer-lhes algo que ficou pendente... Mas para onde enviar as mensagens de recordações, de desabafos e de carinho, quando o outro já não vive? Sinto necessidade de materializar esses sentimentos. Isso me aproxima do amor. Então, valho-me do Instagram. E tenho ficado leve. Feliz 2024!
Na década de 60, a novidade se chamava cérebro eletrônico (quem se lembra?). Usaram um daqueles para prever quem seria o campeão na Copa do Chile. Surgiu Rússia com folga. Mas deu no que deu, mesmo sem Pelé. As informações armazenadas na máquina priorizavam valores que o programador conhecia. Máquina não pensa, ela processa informações que lhe 'ensiram'. Nunca, jamais cria do nada.
Qualquer que seja a situação, o computador não cria, simplesmente fornece informações armazenadas na 'memória'. Se não houver uma tal informação, algo especÃfico, a máquina solta coisa qualquer. Sempre foi assim. A novidade é que surgiu agora a expressão IA.
O principal é: isso funciona? Ou é mais uma ferramenta da informática, mas desta vez sem sentido? A pessoa está passando por situação difÃcil, se agarra a qualquer possibilidade que lhe dê conforto.
Lidar com a morte é uma questão em aberto. Cada um procura jeitos inovadores de lidar com perdas irreparáveis e irreversÃveis. O sentido disso é o consolo. É preencher lacunas que ficam abertas quando vemos a pessoa que amamos deitada, inerte, como um boneco de cera que não conseguimos reconhecer ou interagir. A impotência diante da morte é o maior desafio do ser humano.
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