Opinião > A Fuvest e a marginalidade das escritoras Voltar
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O critério essencial deve ser a qualidade literária, e não as identidades sociais do escritor. Estimular que se leia livros de mulheres é uma coisa, colocar livros medianos em patamar de igualdade com os cânones é outra completamente diferente. Literatura não se resume a reducionismos sociológicos, e o critério polÃtico não vence o artÃstico.
Grandes escritores são capazes de falar sobre a condição feminina com profundidade: Flaubert, Balzac Toslstoi, até alguns contos de Machado. etc... Grandes escritoras descreveram a hipocrisia social : Jane Austen, Bronze, Youcenar, etc... a produção de uma escrita relevante, não é simples. Porém o mundo de hoje quer coisas simples e fantásticas. Ex. os Maias não é mais leitura obrigatória em Portugal. pobres jovens que já têm que se preparar para questões ideológicas do Enem. Ler NÃsia Floresta
Os autores do artigo ao menos seriam sinceros se assumissem a valer o que já está muito claro: o rol de obras obrigatórias da Fuvest deste ano tem, sim, caráter militante. Todavia, preferem apresentar uma argumentação confusa para tentar camuflar o óbvio. Talvez a parte mais estapafúrdia seja quando eles dizem que a "inovação introduzida" pressupõe um suposto "momento posterior de equilÃbrio" na definição dos livros exigidos. Ou seja, é reconhecido no escrito o fato de a lista ser desarmoniosa.
Meu caro, você opina do lugar de quem já leu todas as autoras da lista? Acho que muitas pessoas só as conhecerão graças à fuvest, embora sejam jábastante estudadas na universidade. O Machadão continuará consagrado no circuito "vestibulando classe média esclarecida" independente dela, ele não precisa disso. Agora, o problema da educação literária no paÃs está muito mais embaixo e não será nem resolvido nem piorado por uma lista do vestibular da usp e é isso que deverÃamos discutir.
É vergonhosa a linha argumentativa deste artigo. Criaram, artificialmente, uma lista de referência de autoras apenas considerando a cor e gênero (principalmente), considerando obras que não passaram pela sua transformação em cânones da literatura. Preferiram livros que possuem apenas marcadores ideológicos identitários. É o próprio pensamento marginal que toma corpo na indicação dessas obras. É um protagonismo de autoras meramente ideológico.
Eu não entendo as crÃticas. Universidade é isso, galera: você é obrigado a ler livros. Sim, obrigado a ler. Você não sentará lá para escolher as obras que quer; elas serão impostas a você, seja para ampliar seu repertório, seja porque o professor tem simpatias literárias ou polÃticas com determinada obra. A seleção de livros obrigatórios do vestibular reflete isso. Então, apenas aceite, leia e use para passar no vestibular. Quando sair da universidade, aà poderá se dedicar ao que quer ler.
KKK. Estatisticamente, quais as chances de que todos os escritores relevantes de um paÃs do tamanho do Brasil e com mais de 500 anos de história sejam todos mulheres?
Tentar explicar o inexplicável! Excluir está ligado intimamente ao preconceito, à segregação. Promover uma igualdade é louvável, mas restringir acesso dos jovens aos grandes autores homens é subverter a história da literatura. A grandeza da nossa literatura não será afetada por uma atitude tão mesquinha. É fato que o machismo extirpou a possibilidade de muitas mulheres se tornarem grandes escritoras, pensadoras. Isso foi uma violência irreparável que não pode ser usada como pretexto para outra.
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