Ruy Castro > O maior livro não lido Voltar
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Certa vez eu comentei com uma colega, professora de literatura, que nunca consegui terminar de ler " Assim falou Zaratustra" de Nietzsche. Ela me disse que eu identificava minha vida com o livro e por isso parava. No outro extremo, li várias vezes o artigo A liberdade de ver os outros, de Foster Wallace, exatamente por achar que minha existência estava retratada no texto, ora como quem não vê, as vezes sendo invisÃvel.
De genio e louco . todos temos um pouco....
Fugi da aula. Li dois contos, The Dead e Araby, e lembro-me da fascinação do professor de Literatura Inglesa ao falar em Joyce.
Alguém conseguiu passar pelo Buddenbrooks de Thomas Mann?
Eu passei, assim como pelo "Doutor Fausto" também. "Os Buddenbrook", na tradução de Herbert Caro, foi um dos melhores romances que li na vida, escrevo isso sem qualquer pretensão de jactância. Já o "Doutor Fausto" foi penoso; cheguei ao fim mas não foi uma leitura fluida. "A Montanha Mágica" está na minha lista há décadas.
Eu não...
Houve uma eleição anos atrás que considerou Ulisses como o romance do século. O segundo lugar, apenas um pouco atrás, ficou com Em Busca do Tempo Perdido, de Proust. Li um dos tomos desse último e um extrato do Ulisses. Nunca tive uma experiência tão monótona, tediosa. São romances feitos para os crÃticos e estilistas. Não atendem ao prazer da leitura.
De fato....
Ruy Castro, socorro! Eu escrevi um comentário sobre essa maravilhosa coluna e a Folha disse que o mesmo tem que ser "moderado" .
O Ruy Castro novamente me deslumbra! Podem não acreditar mas eu conheço uma mulher descendente de irlandeses e nos comunicamos pelo "Whatsapp", outro dia ela me disse que nas noites de quinta-feira ela se reune com um grupo que há anos vem lendo esse livro. Eu tenho o " Ulysses" do mesmo autor, comecei a ler várias vezes mas nunca passei de 30/40 páginas.
Um primo há muito me deu de presente O Nome da Rosa. Era o ó do borogodó na época. Agradeci penhorado. Quinhentas páginas. Abro o livro e dou de cara com várias páginas em latim. Liguei p ele. Pô. Mário se liga no latim não. Leia a história. Grande Dr James Pitágoras de Mattos.
Tem um pub aqui em São Paulo, em Pinheiros, pelo menos tinha, com esse nome. Nunca entrei com medo de me perder lá dentro e nunca mais sair.
Em termos de literatura inglesa, prefiro o seu contemporâneo Aldous Huxley. Do Joyce só o 'Retrato do artista quando jovem'.
Eita, Ruy, cê tá louco? Acha que traduziram esse "baba-sei-lá-oque"? Isso é que nem o suoercalifragilisticexpialidoso da Mary poppins, não se traduz - dá pra fazer um "lÃstico" ali no meio e óia lá. Se eu ainda tivesse disciplina intelectual, eu ia ler o Catatau, do Leminski: escritor maluco, a gente não precisa procurar em Dublin, já temos. E não creio que a chuvaca da rainha seja tão pior que a de Curitiba... Hahahahah!
Orra, ManoCastro, falei, falei e traduzi: "expialidocious" e não expialidoso... Que catso!
Quando a Ed. Globo de Porto Alegre lançou a tradução de "Em Busca do Tempo Perdido" de Proust, dizia-se que 6.000 compraram o pacote com todos os volumes. Destes, 600 leram a primeira página, 60 leram o primeiro volume e só 6 leram a obra completa.
Quando foi publicado no Brasil O nome da rosa, de Umberto Eco, muitos compraram pra posar de leitor erudito, mas estima que 99% não o leram. Principalmente depois que saiu o filme.
Desconfie sempre de alguém que disse ter lido Ulisses. Claudio Abramo. Obrigado.
Curioso que, nos tempos de faculdade, perguntei a um professor se ele já tinha lido "Ulisses" e ele deu uma resposta semelhante. Imagino que teria provocado um infarto se minha pergunta fosse sobre "Finnegans"...
Tentei ler Ulisses uma cinco vezes. Não cheguei na metade e dei para alguém que já esqueci. Agra só leio as narrativas de quem já venceu o calhamaço.
Nacib, estou guardando os dois volumes do Ulisses para ler no futuro... E terminar de ler Os Sertões, de Euclides da Cunha. E alguns outros mais.
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