Samuel Pessoa > Brasil no longo prazo Voltar
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O modelo fechado com as multinacionais produzindo tudo em paÃses com escala e mercado consumidor nos favoreceu. O modelo globalizado com cadeias globais de valor prejudicou o Brasil e a Am. Latina, mas favoreceu o Sudeste Asiático. O peso relativo dos fatores tbm mudou. Nos anos 60 gde parte do aumento de produtividade era embutido nas máquinas e equipamentos, desde os anos 90 capital humano vem se destacando. Capital humano é um gde gargalo no Brasil. O ambiente geral não nos é favorável..
O Brasil perdeu muito PIB nos últimos anos ao não se integrar direito no comércio global. Um paÃs fechado ao comércio mundial inibe a competição e a inovação da indústria interna além de manter vivas as ineficientes, inibindo também o potencial das que sobreviverem de serem exportadoras e competitivas com os players externos. A Coreia do Sul fez polÃtica industrial mas soube retirar todo o protecionismo das indústrias e se inseriu no comércio global, mas o Brasil e AL, não.
Portanto, para o Brasil e américa latina no geral as razões pelas quais muitas indústrias multinacionais deixaram a região foi o que eu citei no meu primeiro comentário e não porque o regime de modelo fechado é o melhor. Tem que levar isso em consideração. Se não fosse as várias crises que o Brasil veio passando, além de um péssimo sistema tributário e alta carga tributária para um paÃs ainda em desenvolvimento, talvez não haveria uma forte desindustrialização no paÃs.
Continuando: ...para paÃses onde há o inverso do que se vê no Brasil e américa latina, como é o caso do sudeste asiático. O mesmo aconteceu para os paÃses desenvolvidos com a globalização, indústrias saÃram destes paÃses e foram para o sudeste asiático por causa dos altos impostos (não pela burocracia tributária como no Brasil) e mão de obra mais cara, as principais razões. São indústrias como têxteis, carros, celulares (Apple), etc., em geral manufatureiras que exigem pouca qualificação.
Tattiana. Acho que você está esquecendo que o Brasil e boa parte da América-Latina passaram, e ainda passam, por grandes crises econômicas nos últimos 40 anos somado ainda, no caso do Brasil, a tremenda burocracia tributária que deixou de ser reformada por anos com sucessivos aumentos da carga tributária nos anos seguintes após a redemocratização. Isso deixa claro que, com a globalização, as indústrias preferem sair de paÃses com altos impostos e mão de obra mais cara...
análise lúcida e realista. muitos mas muitos mesmo poderiam ter uma análise similar mas estão embotados por questões de paixões partidárias ou de negacionismo. direta e precisa, parabéns.
VinÃcius, grato pela explicação.
Foi um prazer, Manoel.
Agradeço ao colunista por ter compartilhado seu conhecimento e apresentação conosco. Há um caminho, mas o governo atual não se preocupa verdadeiramente com a geração de riqueza limitando-se à ideia fixa de que "gasto público é vida". Nossa mediocridade perene seguirá inalterada.
Para não deixar dúvidas quanto aos prognósticos papalvos de Samuel basta lembrar que foi um dos que, nos anos 2000, também defendia a "dolarização argentina", desde que sufragada por um acordo com o FMI. Deu no que deu. Fernando De La Rua saiu de helicóptero do terraço da Casa Rosada e deixou pelo menos trinta cadáveres e muito sangue nas ruas, tendo sido processo e absolvido após culpabilizar sua guarda presidencial pela matança. Samuel não entende nem os prazos curto e médio. Longos, então!
A enigmática estagnação. O rendimento domiciliar per capita para o Brasil em 2022 foi de R$ 1.625, variando de R$ 814 no Maranhão a R$ 2.913 no Distrito Federal." Eis a grande questão que os governantes passaram ao largo. Uma nação tem de ter oportunidades para sua população sobreviver, mas com esses números não fica difÃcil entender a miséria e atraso em muitas regiões do Brasil. Some-se a isso a grande evasão de riquezas retiradas clandestinamente para fora do paÃs.
Excelente texto! Sem mais.
Brasil, México e Colômbia tem uma estrutura de classes ligada à origem de sua população. Nos EUA, embora haja grandes minorias étnicas, a grande maioria sempre foi de descendentes de europeus, principalmente do norte. Entre nós esse grupo também existe e é prospero, mas é uma minoria. Imagine uma China onde as lideranças empresariais e polÃticas não tivessem olho puxado. Essa é a situação da América Latina, onde caras europeias dominam, em paÃses com cara de negros e indÃgenas.
Excelente texto.
Se o PIB do Brasil continua representando 20% do PIB dos Estados Unidos e o Brasil é uma mediocridade perene, então podemos deduzir que os Estados Unidos também é mediocridade perene?
Só para informá-lo de que os dados sobre a renda per capita de Taiwan e Coreia do Sul em relação a renda per capita dos EUA - que mencionei abaixo - foram obtidos do Fundo monetário internacional (FMI).
Na verdade, no caso deles, trata-se de uma riqueza perene. Ou, se você preferir, uma mediocridade 5 vezes mais rica que a nossa, perene.
e inacreditavelmente ainda com renda per capita de 20% da dos EUA, poderÃamos ser muito mais que isso se não fosse os erros de polÃtica econômica que culminaram em várias crises nas últimas décadas. (Também já vai aparecer meu segundo comentário). Espero que eu tenha conseguido deixar claro o porquê ainda somos 20% da renda per capita americana, já fomos mais que isso tempos atrás, mas conseguimos regredir, com tantas crises, de volta a esse patamar.
Meu primeiro comentário já vai aparecer. leia-o primeiro para você entender este. E o que significa os dados do primeiro comentário ? significa que Taiwan e Coreia do Sul também cresceram consideravelmente nos últimos 40 anos, cresceram mais até que os desenvolvidos e hoje apresentam uma renda bem elevada, quase igual ao padrão de vida dos EUA. Já o Brasil, apesar de alguns perÃodos bons de crescimento nos anos 2000, teve muitas recessões em 40 anos, permanecendo como renda média.
Respondendo a sua pergunta, Manoel. Não. Na verdade é 20% do PIB per capita dos EUA. O Brasil nos últimos 40 anos apresentou muitas recessões econômicas comparado aos paÃses desenvolvidos, como os EUA, que apresentaram poucas recessões, mas cresceram consideravelmente. Taiwan tinha um PIB per capita de menos de 30% da dos EUA em 1980 enquanto a Coreia do Sul, menos de 20%. Hoje, Taiwan e Coreia do Sul possuem 90% e 70% do PIB per capita dos EUA, respectivamente.
PIB per capita é 20% do americano; PIB do Brasil 10% do PIB dos Estados Unidos. Nós medÃocres; Estados Unidos, não. Tinham um PIB per capita cinco vezes maior que o nosso e continuam cinco vezes mais ricos do que nós. Eles continuam no grupo dos melhores e nós no grupo dos medÃocres(medianos).
É isso que esse Pessôa sempre foi: guri de banco (pego essa expressão de um outro leitor). O mais patético é que não há um economista sério (não importa o campo ideológico em que milite) que cite ou leve em consideração o que esse cara diz. Guri de banco, isso é o que ele é.
Guri de banco...
Perfeito. É isso que esse Pessôa sempre foi: guri de banco. O mais patético é que não há um economista sério (não importa o campo ideológico a que pertença) que cite ou leve em consideração o que esse cara diz. Guri de banco, isso é o que ele é.
Nos anos 20 do século passado, a Argentina era a segunda economia mundial. Nos anos 70 do século passado, o Japão era a segunda economia do mundo. O tal longo prazo é o elogio supremo do auto-engano. O problema rematado de Pessoa é que não se dá conta sequer dos prazos curto e médio. Que dirá do longo prazo, quando todos estaremos sob sete palmos de terra ou esfumaçados em cinzas.
Visualizar o crescimento econômico no longo prazo nos dá informações muito relevantes de como anda, ou foi, o desenvolvimento de paÃses: o quão rico ou pobre o paÃs está, anos de grandes taxa de crescimento ou recessões, entre outros. No caso da Argentina, o quão pobre o paÃs ficou e do Japão, da ascensão econômica até a sua estagnação de 90 para cá. Portanto, não fale bobagens se você não conhece direito a importância desta perspectiva de tempo na análise de crescimento dos paÃses.
...e quando nossos descendente, cuja maioria hoje tem visão socialista retrógrada, e' que pagaram pelo nosso endividamento via dÃvida pública!
Esquecem, vamos ser isto que somos desde o Império, uma casta superior que vive próxima ao governo e garante os privilégios, um número assustador de funcionários públicos que estão se lixando para o trabalho e defendem seus interesses e a massa que vive de migalhas e torce para o pais dar certo, pois não tem outra coisa a fazer. Funcionários públicos vale para judiciário, legislativo e executivo, um pior que o outro.
1980 como marcador periódico não se justifica. A continuidade dos investimentos em infraestrutura após Golpe não deveria se sobrepor ao redirecionamento absoluto dos princÃpios de polÃtica econômica a partir dos anos 60 (achatamento salarial, regulamentação criminosa do mercado d capitais, regressão tributária, aposta no investidor externo, aposta na indústria subsidiária). Em tudo q diz respeito à economia sustentável e desigualdade, 1964 é um ponto de inflexão difÃcil de ignorar.
O capitalismo tardio e sociabilidade moderna Livro por Fernando A. Novais e João Manuel Cardoso de Mello. Dispomos de literatura econômica mais do que estabelecida sobre o século passado e temos vários depoimentos robustos do professor João Manuel disponÃveis no YouTube. Ele não atuava como lobista e nunca foi figura fácil da mÃdia corporativa.
Brasil nato é de zzzzzzzzz longo e não quer largar de seu berço esplendido.
O Brasil demora para tomar atitudes em momentos pontuais ficando na contra mão da história. Essa reforma que ora saiu. o sistema tributário já era criticado na assembléias consitituinte mas eles praticamente mantiveram o que existia, desde lá falam de imposto único, de Afif a vário que passaram até chegar agora onde a Pec de Baleia Rossi do mdb sp foi aprovada. são várias as questões que falta empenho de governos e ou congresso.
Tem razão, Ricardo. O paÃs poderia ter aprovado essa reforma já no inÃcio da redemocratização, nos anos 90. Mas por causa de várias divergências e interferências de setores da sociedade, a reforma empacou por vários anos. Estamos atrasados em quase tudo que o paÃs precisa para voltar ao crescimento sustentado. Um exemplo disso é a abertura comercial que o Samuel mencionou. Brasil e América-latina são os mais fechados para o comércio global, exceto o Chile - que está bem a nossa frente.
Os recortes temporais são feitos pra confundir? E o grande volume de investimentos entre 30 e 60, mesmo com baixa poupança? Faltam as digitais da ditadura no retrocesso do per capta, na estatização d dÃvidas privadas, na elevação brutal da dÃvida, no surto inflacionário. E o custo do plano real (carga tribut de 30 pra 67% em 4 anos, dÃvida explode)? Samuel recorre à longa duração e planifica seu objeto, relevando o saldo de sangue e morte da disputa entre polÃticas econômicas.
Paulo, vc está correto. Confundi os gráficos do cenário apocalÃptico. A dÃvida pública foi a 67% do PIB. A carga tributária nos anos de FHC saiu de 26% para 32,5%.
Ora Paulo, se o custo do plano Real via carga tributária passou de 30 para 67% significa que na administração militar só pagavamos apenas 30% de carga tributária, então foi um péssimo negócio para o nosso bolso a tal da democratização?
Paulo, a estabilização dos preços foi alcançada por uma dolarização disfarçada da economia (1 real=1 dólar), engenhoca dependia d montanhas d capital externo, o q só foi possÃvel com a elevação dos juros a 45%. Resultado: a dÃvida pública dobrou de tamanho (detonou os Estados tbm). Crescia dÃvida, impostos, déficit comercial, mesmo privatizando até a mãe. 1999 abandonam fake monetária, aà nem tripleta de socorro do FMI impediu a tragédia social do segundo mandato.
O senhor escreveu " E o custo do plano real (carga tribut de 30 pra 67% em 4 anos, dÃvida explode)?". Pode esclarecer de onde tirou esse números?
Vai catar coquinhos, boyzinho!
vejam se há alguma diferença intelectual para com o nÃvel dos bolsonaristas.
Olham o nÃvel intelectual deste assinante, pessoal.
Nos disseram que com as reformas td seria melhor pra gente! Fizemos três! Até agora nada!
Problemas estruturas do nosso baixo crescimento econômico que podem ser resolvidos por estas reformas que citei. Um paÃs sério reforma o seu estado e sua economia para ter crescimento de longo prazo, não gastando dinheiro como esse PAC do governo, uma polÃtica fiscal expansionista, como o objetivo de gerar crescimento de longo prazo pois não gera, apenas gera voo de galinha, isto é, crescimento de curto prazo seguido de uma grande recessão econômica.
Reformas macro (trabalhista, tributária, previdenciária etc) e micro (Garantias, ferrovias, óleo e gás, startups etc) são feitas para surtirem efeitos no médio a longo prazo. E também as grandes reformas (Trabalhista e previdência) aprovadas em governos anteriores não fazem milagres sozinha, o paÃs tem ainda muitas reformas a fazer para melhorar o nosso péssimo crescimento econômico das últimas décadas, que são problemas estruturais.
Nos disseram que com as REFORMAS td seria melhor pra gente! Fizemos TRÊS! Até agora nada!
Ainda que apresentadas com alguns eufemismos as ideias me pareceram corretas. De um modo digamos, mais rude, o texto deixa claro que a "constituição cidadã" nos atirou em um poço tributário incompatÃvel com crescimento econômico e a melhoria dos sistemas informatizados acabaram com a sonegação das médias empresas (desculpem a franqueza, mas até o inÃcio do século esse era um fator mitigador para o alucinante crescimento da carga tributária planejada competentemente pelo PSDB). Viva a reforma!
E deixaram o Sr falar ? Só as nei iras
Da próxima vez vão convidar você, sabichão.
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