Enquanto isso o Congresso prorrogou a desoneração da folha. Travar o mínimo pra manter as desonerações? Ação casada?

Novamente o Velho do Restelo em ação.

Não entendo a argumentação da Folha. Será que o aposentado não vive no mesmo ambiente econômico que o trabalhador em atividade? A lógica proposta é perversa e típica dos poderosos. Pelo editorial daqui a pouco vão propor o Dia do Arremesso da série Família Dinossauro. Assim resolvem o problema do envelhecimento e da Previdência. Muito "çábio" este editorial. A escrever bobagem não escrevam nada!

Que Deus proíba os aposentados de ter um ganho real nos seus trocados, né, Folha? Quero dizer: mais da metade dos aposentados ganha UM salário-mínimo, e estamos preocupados com o impacto de um ganho real disso? Parece-me, então, que algo está podre nessa economia. Precisamos revisar outros gastos, outros privilégios, mas não se escandalizar com o pequeno aumento na pequena aposentadoria do Seu Antônio.

O presidente Lula vetou a desoneração da folha de pagamento de 17 setores, incluindo a comunicação, ao qual a folha pertence. Nunca houve uma comprovação de que essa desoneração tenha resultado em aumento dos empregos, ou melhora de salário, mas foi abertamente criticado. A recuperação do salário mínimo historicamente melhorou as condições de vida da população trabalhadora, o que irrita profundamente a classe rica. Esse texto é apenas a expressão dessa irritação, nada mais.

Uma reforma sempre é realizada no andar de baixo. São os que oneram as contas públicas, pesam no orçamento. Cortemos então os direitos trabalhistas e previdenciários. Nada de carteira assinada, de vínculo empregatício, de garantias. Já, ao anunciar uma reforma no andar de cima, todo cuidado é pouco. Nada mais justo que tenham um estado protecionista, que zele pelo seus lucros e patrimônios, que os isentem de tributos. Mesmo que o resultado disso seja o crime organizado.