Reinaldo José Lopes > Mania de achar que as pessoas estão ficando piores é ilusão antiga Voltar

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  1. Nelson Oliveira

    3 - Fui a outra fonte que explorou melhor a pesquisa: "O que existem são evidências de que as pessoas agem do mesmo modo que a geração anterior. Então quando acreditamos que vamos mudar a sociedade e trazer de volta o passado, a verdade é que não vamos conseguir. É um contexto que favorece políticos autoritários, que ganham apelo tentando resgatar um passado glorioso. Aspirantes a déspotas alardeiam que há uma catástrofe para justificar medidas extremas".

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  2. Alaor Magno

    Depende muito se você tem dinheiro ou não. O mundo sempre foi legal para os burgueses, a ralé sempre pastou.

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  3. Nelson Oliveira

    2 - O fato de que o mundo mudou (como nos dirige e ou obriga), e não nós, não quer dizer que só muda pra melhor. E que nós só fazemos recorrer à nostalgia. O mundo, a cultura, a ética, a moral, a tecnologia, a lei mudam e trazem bem e mal. As mudanças vêm em pacote. Não há cotejo minucioso durante o processo, uma seleção possível. Aliás, como poderíamos operar tal procedimento? É evidente que, de um certo p.v., as "pessoas" pioraram, sem que melhorassem o bastante de outro p.v, pra compensar.

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  4. Nelson Oliveira

    1 - A pesquisa parece válida, mas a questão é mais complicada. Como disse C.L. Strauss à própria Folha nos anos 90, o ser humano, em si, não mudou nada em 5 mil anos. Ou seja, a nossa base emocional continua sujeita a virtudes e defeitos, a uma inclinação por ferir a ética e se valer dela ao mesmo tempo. É nossa ambiguidade natural. O que mudou? A cultura, as leis, as instituições, a moral e a...ética. O que nos acostumamos a compartilhar quando "nascemos" para o mundo muda e traz desconforto.

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  5. Rubens Batista

    O argumento religioso neste caso é que na primeira família da humanidade no Jardim do Eden tivemos o primeiro homicídio, Caim matou Abel. Parece que não somos tão bonzinhos assim já de longa data.

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  6. Joaquim Rosa

    A chave para explicar isso é simple: as pessoas em sua maioria, tendem a se lembrar mais facilmente das coisas boas do passado do que as ruins. As ruins sempre exigem um esforço maior. Menos aquelas que provocaram um trauma muito forte, mas raro.

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  7. Marenildes Pacheco da Silva

    Não sei porque a foia não publicou meu comentário, vou tentar refazê-lo para ver se não será censurado. Falei que desde sempre houve barbárie, desde antes da inquisição, o que mudou é o aumento da população, principalmente das cruéis mas também das bondosas, daí a sensação de aumento das crueldades. Jorge armado em 1937 escreveu capitães de areia, que representa muito bem os dias e mazelas atuais.

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  8. Adauto Lima

    Quantas milícias ou quadrilhas nacionais ou internacionais havia no Rio de Janeiro e em São Paulo há quarenta anos atrás comparando-se com agora. Qual a contribuição delas para a solidariedade entre as pessoas. Seria isso um viés também, minhocas na cabeça.

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    1. José Cardoso

      Há 40 anos os índices de homicídio em SP eram muito maiores. Mesmo no Rio, o crime era mais barra pesada que agora. Havia quem culpasse o Brizola.

  9. ANISIO FRANCO CAMARA

    Das coisas mais chatas do mundo é o papo: "Ah! No meu tempo...", ouço isso há séculos e sempre me pareceu maluquice, afinal quando se está vivo, o tempo de cada um é o tempo que cada um vive, quem está vivo está no seu tempo. Meu tempo é hoje. Além da sensação do saudosismo e anacronismo doentios, da impressão que o sujeito sofre de síndrome de Capitão América, que parmaneceu congelado em voltou ao tempo normal recentemente...

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  10. MARIA THEREZA LELLIS DE B FINK

    Concordo plenamente. Até porque a natureza humana é sempre a mesma.

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  11. Celso Augusto Coccaro Filho

    Sim é isso mesmo, sempre aconteceu e vai de repetindo. Nada a ver com o articulista, mas algo que piorou muito foi o jornalismo brasileiro.

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    1. Alessandra Naviskas Stasi

      Kkkkkk. Pura vdd!

  12. José Cardoso

    Assim como o movimento orbital pode ser entendido como uma queda contínua, a evolução da civilização não seria uma contínua decadência? Aristocracia, oligarquia, democracia, tirania. E da tirania romana às aristocracias medievais foi outra decadência (do império no caso).

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  13. Joel Domingos

    Essa ilusão antiga também pode ser uma verdade antiga. Na década de 1990, fui visitar um irmão meu que morava em Natal, RN. Cidade linda, pacata, criminalidade quase nula. Não se via trombadinhas. Um carioca me falou: fixei residência aqui: não volto mais pro Rio. Também pensei em ficar por lá. Dez anos depois, estava igual a qualquer outra cidade grande: crimes v.g., tráfico de drogas rolam solto. A grande rebelião em Alcaçuz foi uma reação ao combate ao narcotráfico e ao crime organizado.

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  14. JOS LEANDRO

    "mania de achar que as pessoas estão ficando piores é ilusão antiga" Pois é! O ser humano sempre foi um humano seja lá qual for o seu tempo! Tem quem prefira o convívio com os animais do que os humanos! Eu (e a Rita Lee) também.

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    1. JOSE EDUARDO MARINHO CARDOSO

      Joel, até hoje não há de fato nenhuma evidência que apoie a existência da alma. A ciência moderna nos dá todos os motivos para acreditar que não temos alma, acreditar nisso é mais uma sandice religiosa como a crença em deus, anjos, santos(as), demônios e toda uma coleção de invencionices de pessoas que sofrem de delírios religiosos.

    2. Joel Domingos

      Ledo engano, fio. Criam bichos hoje como se fossem gente. Há animais bons, mas há ruins e maus também. Há homens maus e homens bons. O pior homem pode ser mais mau do que o pior animal. Contudo, o melhor homem sempre será infinitamente melhor do que o melhor animal. Humanos têm alma. Animais, não. A aparente docilidade deles é uma mera troca de interesses, chamada em biologia de simbiose por mutualismo: grosso modo, um tipo de ajuda mútua.

  15. Fernando Alves

    Os idosos têm saudade do tempo quando eram jovens e vivem falando que tudo, absolutamente tudo, era melhor quando eram jovens. A única coisa que era melhor era a saúde e a disposição deles próprios.

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    1. Alaor Magno

      Dependo que quanto você tem de dinheiro no bolso para gastar. Algo diretamente proporcional a como você vê o mundo.

    2. Marenildes Pacheco da Silva

      Kkkkkkk bem sacado.

  16. MARCIO OLIVEIRA

    Excelente texto! Feliz 2024 pra você também.

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  17. Nasemar Hipólito

    Essa pesquisa, que saiu já há um tempo, é interessante. Mas sugiro aos leitores que leiam a matéria da BBC, pois aqui nesta coluna está muito mal explicada!

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  18. Laudgilson Fernandes

    Os jornais dificilmente venderiam se suas notícias fossem sempre positivas, mostrando o lado bom dos seres humanos. Milhões de pessoas se dedicam, no seu dia a dia, a ajudar pessoas, cuidar de animais, proteger a natureza. Quantas manchetes a Folha, por exemplo, nos apresentou? O ser humano está sempre melhorando, poucas pessoas manipulam o cenário para que sujam as guerras, o racismo, o preconceito e as mazelas que brotam nos jornais e nas nossas vidas.

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    1. Marenildes Pacheco da Silva

      Perfeito! Às vezes penso que a imprensa assim como a justiça supostamente são socias do crime, alem de passar predominantemente tragédias nos noticiários, qua do um policial mata um criminoso a imprensa faz um alarde e quando só prendem, a justiça logo solta.

    2. Fabiana Menezes

      Certíssimo. Há muita agenda positiva por aí. Seria bom dar um tempo na sofrência, o mundo é além disso.

  19. Tersio Gorrasi

    Sugiro ao ilustre colunista que compare os centros urbanos de meados do século passado com os atuais e aproveite para dar uma voltinha pelas ruas do centro de SP

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  20. Alex Sgobin

    É o que repito para meus alunos e alunas: "nossos bisavós diziam que antes era melhor, nossos avós diziam o mesmo, nossos pais repetem...não sejam bobos de repetirem a mesma chateação sem fundamento!"

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  21. NACIB HETTI

    As pessoas do meu relacionamento estão ficando melhores, principalmente no quesito da boa informação. A expansão dos meios de comunicação ajuda na formação intelectual. Bom ano novo com mais inteligência.

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  22. Vito Algirdas Sukys

    Muito interessante essa falácia; sobre a ilusão do declínio moral. Uma epistemologia do conhecimento social. Ótimo Ano Novo para você Reinaldo e a todos os leitores e leitoras da Folha!

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