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É preciso ir no X das questões, de forma simplificada: A Ucrânia estava em paz, o ditador tirano Putin é que primeiro invadiu a Criméia e depois fez a guerra mais geral. Israel estava em paz, os terroristas do Hamas cometeram aquela atrocidade! Ponto!
Concordo em gênero, número e grau. Parece aquela história da roupa nova do rei. A propaganda russa e árabe querem nos convencer que só os muito sensÃveis e inteligentes conseguem vê-la. Só que estão nus.
O pobrema tá no lugar do ponto, compadre: se acabasse pelaÃ, tava inequÃvoco, o pobrema tá no Hhhaamas (Pppaalestinos, generalizando). Só que, ao invés de ponto final, segue um ataque despropositado, matando um porrilhão de gente, com forma, cheiro e espÃrito de vingança. Daà não dá, meu caro.
É preciso ir no X das questões, de forma simplificada: A Ucrânia estava em paz, o ditador tirano Putin é que primeiro invadiu a Criméia e depois fez a guerra mais geral. Israel estava em paz, os terroristas do Hamas cometeram aquela atrocidade! Ponto! Como dizem os gaúchos: Mas que Barbaridade. A censura da Folha!
O texto vai ao centro da questão quando menciona o "sentir" como forma de apreender a tradução do fato. O dia-a-dia de uma guerra ou conflito devem expressar bem esse sentimento que nos torna mais humanos. Assim, para não se passar em branco, sugiro que assistam o documentário do Gabriel Chaim feito na região do Oriente Médio, onde vivenciou o conflito e também a Série "Vozes da Segunda Guerra".
Xiiiiiii, sêo Muniz, vossa sapiência apontou o longÃnquo, mas a coisa tá na nossa fuça: dia desses, numa matéria sobre nossos horrores carcerários, houve não poucos a comentar "ora, não tivessem cometido os crimes, então!" À chacina continuada de indÃgenas, um dar de ombros tipo "morrem muitos não-indios e vocês preocupados com meia-dúzia?" Nossa capacidade pra indiferença, estupidamente ampliada pela saraivada de barbaridades vindas de tudo que é lado, virou o "novo normal". Tamos empedernidos.
A relação homem bom x homem mau não é de 1:1. É de 1:±1.000. Ou seja, um homem bom equivale a milhares de homens maus.
Entendi. Se as consequências do comportamento são boas, mesmo que tal conduta seja movida por interesses egocêntricos, tá justificado? Não dá pra mim. No popular, isso é paparicação e puxa-saquismo. Saber que em qualquer virada do jogo o famigerado melhor amigo do homem me abandona, não é comigo.
Quanto à questão de "alguns humanos", mesmo supondo verdadeiro, a relação não é puramente aritmética: um ato bom de um homem cobre a falta de uma multidão de homens maus. A justiça divina não opera a partir de um modelo contábil de débito vs. crédito, no qual as contas são zeradas. Afinal, "a misericórdia triunfa do juÃzo."
Uai, Joel, cê gastou tanta energia, não posso deixar de avisá-lo: o comportamento é modelado por suas consequências, sejam estomacais, cerebrais ou no bilau. Isso se chama, de modo geral, de condicionamento operante - em oposição àquele do pavlov, do cachorro babando pra campainha. E, um 'cadinho além, *alguns humanos* perdoam quem lhes estapeia; a absoluta maioria quer que o chão se abra sob o adversário (com estalagmites embaixo): sei não se dá pra usar isso como argumento geral
Todo veterinário e adestrador de animais sabe que eles são adestrados a partir de seus estômagos. Todo mamÃfero tem o sistema de recompensa e aversão (núcleo accumbens), o qual todo adestrador usa. Dá uma guloseima para incentivar uma conduta aceitável e castiga-o para reprimir a inaceitável. Animais não valoram as coisas de uma perspectiva moral. Fazem-no meramente de uma visada utilitária, tendo como meta o seu bem-estar e a satisfação dos seus estômagos. Tão egoÃstas quanto seus donos.
Você parte de uma premissa errônea para chegar à conclusão de que os animais irracionais são melhores do que nós. O humano consegue amar quem lhe faz o mal; consegue amar seus inimigos. O ser humano perdoa. Animais irracionais, não: faça mal pra ele. Não voltará a se aproximar de você. Se o fizer, ele o atacará. O relacionamento afetivo entre humanos e animais, ditos "pets", se trata apenas de uma jogo de interesses para sobrevivência, chamado em biologia de simbiose por mutualismo.
Eu já tive essa visão romântica sobre animais, Benassi. Quando eu falo animais maus, falo sobre indivÃduos, pois animais também têm personalidade. Isso está nos vastos documentários do Animal Planet e do canal Discovery. Um entusiasta do ambientalismo,Timothy Treadwell, foi devorado por um urso. Ele prenunciou sua própria morte por esse urso mau em um dos seus vÃdeos. Exemplo bastante corriqueiro é o gato, que fica brincando, malvadamente, com o rato, até devorá-lo.
A verdade doà ,ser realista(Não ficcionais ) perante há fatos(Guerras) que estão ocorrendo em 2 fronts, era para ás sociedades no mundo estarem em reflexão ,e não em mudança de ano onde tudo é festa ?
A verdade real é que as guerras são assistidas à distância como mero entretenimento midiático.
"Uai, não era "Top Gun" que tava passando na tv?"
Tenho certeza de que os próprios editores da Folha não leem Sodré, no sentido de aproveitarem a reflexão preciosa que seus textos propõem (talvez porque sejam "midicults" incapazes de alcance ou porque, se os lerem, venham se sentir humilhados, inconscientemente, é claro). Ah... mas se tivessem a dignidade de ler o mestre Sodré, certamente o jornalismo da Folha não estaria seguindo tão ladeira a baixo como estamos vendo. Um jornalismo de fofoquinha cuja função é municiar reacionários.
Caro Braulio, "lendo" - só passei os olhos, porque revira meu estômago - o editorial de hoje, pensei até algo positivo acerca da dinâmica da folha: um jorná capaz desses editoriais estúpidos, mas que mantém tanto articulista bom e contrário à lobotomia do veÃculo, acho que pode ser taxado de "democrático". Muita coisa aqui municia reaça, sim, mas outras tantas fazem pensar e são contrários à s entranhas ZuConas do periódico. A refletir sobre, creio.
Não quero ser do contra sempre. Manifesto-me eventualmente para aplaudir. Mas não posso calar diante de afirmações como essa, lançada no artigo, de que somos os únicos mamÃferos que se autodestroem. Ora, se autodestruição significa lutar e até matar semelhantes, não é exclusividade humana. Acho que, senão todos, a imensa maioria dos mamÃferos é territorialista. E, como tal, lutam até a morte para defender seus territórios. (continua)
Seu Hélio, se o articulista quis dizer o que você alega, matar a si mesmo, trata-se de um caso de "non sequitur", uma falha no raciocÃnio lógico na exposição do artigo, o que não creio que aconteceu. Não faz nenhum sentido a explicação dada por você. Repito, diante do contexto, só cabe a interpretação que dei: autodestruição refere-se a destruir outro ser humano. A não ser que o articulista diga o contrário. Existem limites na técnica interpretativa.
Cara, nada a ver, autodestruir é matar a si mesmo. Animais não criam uma arma que vai dizimar a si e a própria famÃlia. Defender a fome e o território é sobrevivência!
(continuação) E suas famÃlias, e suas alcateias. Os humanos, idem. Nada diferente dos outros seres vivos. Somos seres racionais. Mas não é a razão que nos distingue nem nos eleva acima dos demais: é a nossa capacidade de empatia, em suma, de amar. Podemos amar quem nos odeia e quem nos faz mal. Isso, a evolução não explica. Nenhum outro animal desenvolveu esse dom. E nós o fizemos em larga escala. Abaixo o complexo de vira-lata dos humanos! Abaixo a autossabotagem!
Sei não, Joel: um lobo defender seu território é supinamente diferente de um humano caçar um lobo por prazer. Soder com o outro, lato sensu, pra acumular mais riqueza - que nem a quinta geração de descendentes será capaz de utilizar, bem entendido. Torturar um igual para obtenção de seu intento. Ao roubar, matar - mesmo tento atingido seu objetivo. Acabar com o futuro da espécie (e de sua própria prole!) a despeito de todas as evidências nesse sentido. Somos qualitativamente distintos e piores.
Dolorosamente preciso, professor Sodré! Expôs as vÃsceras da banalização do mal!!!!
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