Registrar muito o belo, para eternizá-lo e, infelizmente deixar de o apreciar e usufruir!

Sua crônica me lembra Camuns, principalmente O estrangeiro. O texto e a foto de ilustração me faz cada vez mais um estrangeiro(estranho) neste mundo onde vale mais o q é editado. Já vi jovem preferindo a paisagem de tela e desprezando a realidade concreta. O ser humano se des-humanizando.

Texto maravilhoso! Mariliz acerta em cheio mais uma vez. Te aplaudo de pé!

Deixa-se de saborear o momento para registrá-lo. Você foi feliz na definição desse tempo cultural pelo qual passamos e que pelo jeito será o novo caminho.

Mariliz, feliz ano novo! Lendo seu artigo lembrei de quando você recomendou o livro "10 argumentos para você largar agora suas redes sociais". Comprei e leio sempre que me sinto inundada por essa tal modernidade. Obrigada!

Eita!! Até agora 70 comentários. Em poucos minutos li todos e observei a diversidade de interpretações sobre o mesmo tema, o que contribui para melhorar nossa visão sobre os fatos. É o universo em nossas mãos e eu aqui no aconchego do meu lar. Foi um tempo que isso era impossível. Limitava-se a comentários entre os poucos integrantes quase sempre do mesmo grupo. Aí sim, muitas vezes, emburrecedor.

Não vejo paradoxo entre registrar um evento comum a muitos e a confraternização desse momento. Comemorar é guardar na memória o instante mágico do acontecimento. O registro fotográfico é também afeto e memória. O gol no futebol, que é um instante único, é filmado e fotografado por muitos enquanto comemoram, gritam e se abraçam na efusão do momento. Nada se perde, tudo se registra para a posteridade. O espírito da época é que, o que antes era restrito a poucos, agora é acessível a muitos. (1)

Prezada Mariliz, adorei de novo. Mas estou dando o troco no espírito do tempo. Recentemente, fomos a um lindo passeio no rio São Francisco. Quando cobraram fotos, respondi que nem celular tinha levado...

Enfim um excelente artigo! Parabéns. Ano novo com muita sabedoria.

Eu que sou vi alcancei os beatles, vi Pelé fazer o seu milésimo gol, os americanos chegarem à lua, o assassinato de lennon, que vi roberto carlos vencer o sanremo italiano, Que pareço o "cara que nasceu há dez mil" não tenho whatsApp!

Já ouvi que o principal objetivo dos casamentos são as fotos de casamento.

Bons tempos em que o filme da câmera possuía no máximo 36 fotos, cujos momentos a serem registrados precisavam ser meticulosamente escolhidos. Afinal, o filme e a revelação custavam uma nota.

Em uma entrevista, Saramago disse que, para ele, essa profusão de imagens na internet é como uma grande caverna de Platão. Perfeito!

O Brasil é a prova de que a burrice continua. Um país de idiotas merece muito ser governado por idiotas. Olha o nível da educação brasileira. Só tem idiota. A esquerda é a prova de como o ser humano pode ser idiota.

Fato!

Este ano,após a meia noite,não fui na Paulista, preferi ficar em casa. Moro a uma quadra e pensei: porque sentirei suor alheio ? Noutros anos, graças as fotografias, vejo como foi e numa delas estava deitava no meio da avenida... beuda? Sabra Diós! Achei a foto em Paris, todos gravando com os telefones , linda. É o retrato de nosso tempo. Entre num ônibus ou vagão no metrô, todos com celulares... e eu, estranha no ninho, lendo.

As redes sociais tornaram-se um cancro, na qual as pessoas "conectadas" não conseguem se desvencilhar. A tecnologia é importante, mas deve estar subordinada ao homem, não o contrário.

Por mais que seja óbvio, esse tipo de relato me parece positivo, ainda mais quando a autora do texto confessa que fez parte do processo. Durante anos, eu podia saber (mesmo sem querer) aonde e o que alguns amigos e amigas comiam e bebiam durante os fins de semana. Isso me ajudou a não entrar mais nas redes sociais que no passado frequentei. Quando penso no tempo 'extra' que, desde então, tive para cuidar da minha vida, reforço o sentimento que acertei uma.

O ser humano já emburreceu e imbeciloide muito antes do I.A.

Texto claro, didático. Complementa dois textos do sociólogo Paulo Delgado, publicados no Correio Braziliense de 24 e 31 de dezembro: "Um mundo destrutivo e depressivo" "Assim caminha a desumanidade"

Há esperança. Meu filho e parceira não são ligados nas redes sociais. Tiram algumas fotos para se conectarem com a experiência. Os franceses ostentam menos que os brasileiros, inclusive nas redes sociais. Gravou dois vídeos da virada em Paris enquanto outros passaram a virada gravando. Estava tão lotado que não enxergavam o Arco do Triunfo; tiveram que usar o celular como luneta para ver a contagem regressiva. Não podemos generalizar, a indução não é uma certeza lógica.

Texto claro, didático. Complementa dois textos do sociólogo Paulo Delgado, publicados no Correio Braziliense de 24 e 31 de dezembro: "Um mundo destrutivo e depressivo" "Assim caminha a desumanidade"

Será que fechar os olhos para as atrocidades cometidas por um dos lados em Gaza é sinal de inteligência?

Verdade, pura verdade. O mundo virtual, porém, é só mais uma droga como outra qualquer. Poucos conseguem consumir com moderação. Desde sempre, os amentais são maoria, razão pela qual os "inteligentes" (minoria) ditam regras. "Obedecer é preciso, digitar não é preciso".

Um texto para levar para sala de aula. Obrigada pela sinceridade com a quase inclui no problema. Precisamos emergir para a vida novamente.

Certíssima, Mariliz. E as milhares de fotos tiradas nem serão vistas pelos que as tiraram. Ou seja, não viveram o momento, nrm verão seu registro. Patético.

Gosto da escrita de Mariliz pq tem coragem de se colocar no corpo do tema e texto, de modo sanguíneo, como no primeiro parágrafo desta crônica.

O Ray Davies do The Kinks já tinha falado sobre essa tema em sessenta e oito. A natureza das pessoas é ficar feliz de ser observada e julgada (de preferência positivamente), como foi bem explorado em uma parte do jogo Deus Ex de dois mil. A vida da maioria seria muito diferente se não buscasse a reação e aprovação dos outros, mas é isso que as pessoas querem. Sair na multidão para ver fogos por dez minutos muda o quê? Não seria mais racional ficar em casa, quentinho, com quem ama?

Lendo jornal, já contei pelo menos uns três caindo de penhasco porque estava tentando fazer selfie.

Esse hábito de olhar o celular a cada minuto é quase patológico.

A imagem é realmente estarrecedora... Guy Debord na veia! A Sociedade do Espetáculo tem a fome da representação, na da coisa vivida. Ótimas reflexões no teu texto, Mariliz.

Hoje as pessoas fotografam o prato no restsurante, para postar no Instagram, enquanto a comida esfria e o vinho. frizante esquuenta e perde o gás. Para se lembrarem do q viram nas viagens, tem q olhar as fotos, pois estavam muito ocupados…tirando fotos. Isso qdo não morreram, tirando aquela foto perto do abismo…Tempos estranhos.

Se o meu sábio e velho avô estivesse vivo, com certeza ele diria que o rotulo "Inteligência Artificial" é errado e o correto seria "Insanidade Alternativa"!

Fica claro que as redes sociais viciam; percebo empiricamente em casa e andando pelas ruas: 90% das pessoas estão com as cabeças baixas olhando os celulares.

Já é um começo você entender que é melhor viver que postar. Parar de se importar com o outro e deixar que cada um descubra suas próprias verdades também é sinal de inteligência.

Não existe o assim chamado Tempo, fruto do Contrato Social...! Em seu lugar, sempre !, as impressões, que provocam sensações, que tiveram início provavelmente quando saímos da glândula sexual paterna e passamos a participar da maratona pela qual ao único vencedor destinou-se o singular prêmio de fecundar o óvulo materno que nos proporcionou ingressar definitivamente (?)no tapete da Vida...!

Minha vó dizia que quando a inteligência fica muito grande, vira monstro e come o dono. "Na verdade minha vó dizia que quando a sabedoria fica muito grande, vira onça e come o dono!" Talvez chegará o dia em que seremos dragados por excesso de sabedoria...

Eita, Marilúcida, dá nada, não: como saber se não foram os flashes na cara que impediram o tubarão de devorará-la? Tenha um excelente 2O24!

Incluindo o identitarismo da colunista...realmente....os burraldos como ela tomam conta mesmo....

Sobre o Zeitgeist citado pela Mariliz, meu ChatGPT de carne e osso parodiaria Conrad, usando a última frase de O Coração das Trevas: O horror! O horror!

Acima de tudo estão as fotos postadas nas redes, que exibirão a intensa vida social, as viagens, a felicidade. Nem se dão conta que não participam mais dos momentos que estão vivendo. Um show não é mais assistido, curtido, o intuito primordial é grava-lo para registrar que estava lá.

“Perdeu-se a capacidade de interpretar texto, conversar civilizadamente, ouvir o interlocutor e, trágico, viver o presente.“

Impressionante, os últimos textos da Mariliz em sua maioria tratam do mesmo perfil de comportamento humano: gado. Sinal dos tempos.

Penso que a jornalista exagerou um pouco; os jovens depois de registrarem os fogos de artifício, podem ter se abraçado, se beijado e conversado sobre o ano novo. Foi o que aconteceu com o meu filho; abraçou a companheira efusivamente; comentou artigo da imprensa francesa sobre a imigração que tinha saído no jornal Charles Hebdo. Riram da charge do artigo. A humanidade ainda não está perdida. Há esperança no ar de Paris!

Você nem imagina o que é ser professor dessa geração deste novo século. Leitura? Nem pensar.

Mari, são outros tempos minha querida!

Paris é o coração pulsante da nação francesa. Pessoas de carne e sangue vivem e viveram aqui na baliza da Europa. Picasso, Renoir e Van Gogh registraram em quadros; Victor Hugo romantizou em Les Misérables. Meu filho, de mão erguida, muito espremido na multidão, registrou os segundos finais no aparato. Impossível dar abraços; marcar com a tecnologia da época, que você esteve onde Napoleão pisou; experimentou suas maravilhas e saboreou a experiência é o que conta para os jovens millenials!

Exemplos de emburrecimento humano é não se comover ou negar o ge no cí dio em Ga za

A imagem diz tudo. O importante é registrar o momento e não vivê-lo.

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