Alvaro Costa e Silva > Inteligência artificial na hora de nossa morte Voltar
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O xerife vai prender e cassar quem mente, mas ele é o maior mentiroso, fala as fakes e não consegue provar nada...
Nenhum professor do ensino médio e universitário passa trabalho para casa valendo nota, pois todos são feitos por IA. Em breve as dissertações de mestrado e as teses de doutoramento também serão extintas. Pelo menos na forma como são concebidas hoje. Naturalmente que a IA é uma conquista do ser humano e sempre há perdas, ou talvez custos. O mais triste é o empobrecimento digital.
Espero que custos, meu caro: o nyt já tá dando um crau no peçoau, que usou décadas de 5extos dele pra treinar máquina aprendendo. Tem que custar, são muito folgados. Eu não libero minhas bobagens pra uso: se encontrar "Bozofrenia" e correlatos, meto processo. Tá tudo registrado mêmo... Nem precisa de muito esforço.
Conhecendo nossas elites polÃtico-econômicas nem precisa consultar uma médium brasileira. Como escreve Clara, médium de Isabel Allende, "vão ganhar os de sempre"
Minha Clara, se chama assim em homenagem à Clara de Isabel Allende.
Ah, que linda, a dona Isabel: sem ser Princesa, prestou-nos, já, um servição.
Sêo Ãrvo, justamente na noite que acaba de terminar, após um sonho interessantÃssimo e esclarecedor, estava eu pensando o quanto as profecias pitonÃsicas (de feiticeiras, em geral) eram parecidas com sonhos: tudo é enviesado, nada é explÃcito, tudo demanda interpretação - se esclarecida, tanto melhor o aproveitamento. E aà tá o busÃlis: hoje, não se interpreta nádegas, e a sibila entrega o pretensamente inequÃvoco, áudio ou imagem. A punição precisa ser grave, mas as regras devem ser lúcidas.
Prezado Marcos, a punição mais grave é a perda da capacidade de interpretação, a subtração da complexidade da vida em função de uma parametrização digital que não iniciou com a IA, mas com a ciência. Navegar é preciso, viver não é preciso foi dito pelo general romano Pompeu(109-48 a.C.) para convencer seus tripulantes a embarcarem diante de um mar revolto, pois embarcados, estariam submetidos às regras da navegação e não às regras da vida. Assim, o ser cedeu à sedução do controle diante do risco
Antes, e pior, a morte laboral! Diz Hannah Arendt: "... somente alguns indivÃduos isolados consideram, ainda, o que fazem em termos de trabalho, e não só como meio de ganhar o próprio sustento. O que se nos depara, portanto, é a possibilidade duma sociedade de trabalhadores sem trabalho, isto é, sem a única atividade que lhes resta. Certamente nada poderia ser pior". A judia alemã previu a escalada da catástrofe social a reboque da aceleração tecnológica sob as regras dominantes do capital.
Antes e pior é a morte laboral: "..somente alguns indivÃduos isolados consideram ainda o que fazem em termos de trabalho, e não como meio de ganhar o próprio sustento. O que se nos depara, portanto, é a possibilidade de uma sociedade de trabalhadores sem trabalho, isto é, sem a única atividade que lhes resta. Certamente nada poderia ser pior...". (A Condição Humana, HANNAH ARENDT).
Tenho estudado muito sobre IA e noto que tem rolado muita desinformação a respeito do tema, desinformação essa gerada por seres bem humanos; sei la eu com qual finalidade. Esse texto aqui, por exemplo, está no limite da baboseragem.
Calhou deu ver sua interessante réplica, meu caro. Vice ta6pondo o dedo na complexidade da coisa, Márcio, nas sutilezas da regulação. Se a IA for usada pra criar o personagem "Professor", e as fotos/vÃdeos enviados para a criação forem de propriedade dos uploaders (ou para eles licenciados), não há problema em fazer dinheiro com isso, qualquer a via (anúncios ou pay-per-view, por ex.) E o conteúdo precisa ser criado pelos sujeitos, né? Se for por IA, entramos novamente em espiral: de onde veio?
Mas e se o vÃdeo aula for gerado por uma IA de código aberto, Llama por exemplo, gerada pelos alunos de uma universidade federal? também não pode? Mesmo que eles tenham um canal lucrativo? Quem pode lucrar os alunos ou a bigtech que nesse caso não lucra com a IA, mas lucra no tráfego do canal que é o youtube?
Poi Zé, meu caro, o que é difÃcil de se fazer nos debates que se vinculam a uma notÃcia, por força da natureza volátil dos artigos. Pra dar resposta e densidade, num único dia, é dureza. Enfim, a gente vai se topando e proseando, quando os assuntos voltam. Ah, a questão do professor é que ele difere da empresa porque ela tem aquilo como negócio, ganhará dinheiro continuamente após deglutir o texto - e nos subprodutos daquela IA que, certamente, virão. É muito mais que citação.
No tocante ao direito autoral, tenho muitas dúvidas, por exemplo; um professor universitario que consegue citar de cabeça um trecho de uma obra protegida no youtube, mesmo que citando a fonte, está infringindo direito autoral? Creio que o espaço não permite aprofundar a discussão, mas temos a obriagaçao de tirar a discussão do achismo-flafluzismo de botequim feito por seres humanos.
Se me permite, Márcio, mais um exemplo: a Burrrice Digital da phôia acredita que a única coisa a ser ccchhupadas é paw ou prexeca - não há outro motivo pra sençurar o verbo ccchhupar. E pode-se ccchhupar mangas, limões e até tamarindos, embora haja risco neste último: assei minha lÃngua certa vez, quando criança. Mas a phôia crê que, se ccchhupou, é coisa de tttaarado. Como diria o Fradim, vão fão!
Ôôô, muito agradeço a resposta, meu caro. Então, a questão está, creio, na forma como alimentaram (e alimentarão) essas máquinas: um monte de coisas foram ccchhupadas sem a menor consideração acerca de sua propriedade intelectual. E não querem pagar. Essa é só uma das questões que, se não forem regulamentadas, ficam a cargo do mais forte. Péssima ideia, creio.
Prezado Marcos, tentarei ser o mais sucinto possÃvel. IA nenhuma produz conteudo se um CPF não solicitar, dando inclusive instruções detalhadas do que precisa ser gerado. O conteúdo resultante não se publica sozinho, precisa de um CPF para fazê-lo. A necessidade de regulamentação é importantÃssima,mas não podemos perder o foco do "ser humano" por traz da acao. Armas de fogo são perigosÃssimas, mas dificilmente fazem alguma coisa sozinhas. IA é bem melhor que uma arma de fogo que só mata.
Seria útil se nós indicasse o porquê, Márcio, pra reflexão dos leitores. Seu essencial tá no finalzinho: quer-se criar, rapidamente, um conjunto de regras, que inclua punição grave e exemplar, e a indústria não deseja responsabilidades pela arma que bota nas ruas. A mim, preocupa a qualidade dessas regras criadas na correria, inda mais com a péssima qualidade legislabóstica que temos - e que se interessa muitÃssimo pelo uso da desinformação, ao menos na turminha centrônica e direitofrênica.
É preciso criar regras ao criador. A criatura não está nem aÃ, é artificial, é robô, portanto, incapaz de pensar sem seus os auxiliares (usuários humanos que embarcam em qualquer parafernalha modernosa) do criador ao inserir dados pessoais.
É preciso regulamentar. O uso indiscriminado da ferramenta pode converter-se em abuso e o Direito não deve compactuar com abusos. E o legislador serve exatamente para isso: prever situações de conflito que causem ou possam causar danos e definir responsabilidades.
É impossÃvel regulamentar a inteligência. Muito menos o artificial. Qualquer tentativa tem vida curta.
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