Samuel Pessoa > O enigma mexicano Voltar
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Seria interessante estudar casos de paÃses que conseguiram romper a barreira da renda média nos últimos 50 anos em ambiente democrático. Disseminou-se a impressão de que a democracia impede a ultrapassagem dessa barreira. PaÃses de renda média e grande desigualdade convivem com uma tensão social que condiciona a obtenção de votos a concessões que nos fazem marcar passo. De tempos em tempos, vem a crise, ajeitam-se as coisas, mas logo em seguida as concessões se impõem. Como sair disso?
Samuel poderia dar uma olhadinha nos fundamentos macroeconômicos do desenvolvimento coreano e chinês, depois passaria pela organização econômica dos europeus. Não sei se voltaria aqui pra fala em temor com projetos nacionais de desenvolvimento.
Faltou mencionar a concentração de renda e a calamidade social em q se enfiou o México. Cumpriram toda cartilha liberal e o avião não decolou. Agora querem os direitos trabalhistas, vulgo fÃgado. Onde já se vou desenvolvimento apostando em tecnologia e capital estrangeiro. Salvo em economias muito pequenas, com população reduzida, q puderam pleitear condição de relevância no mercado global, isso nunca deu certo, não há um único registro de sucesso em lugar algum. Pra cima do fÃgado dos mexicanos
Segundo Clara Mattei, economia neoclássica, austeridade fiscal e estado forte são o preâmbulo do fascismo. Não há estado democrático que se sustente com esses três pilares. Aqui no Brasil, por exemplo, produziu-se 125 milhões de brasileiros em insegurança alimentar e 33 milhões com fome. Além da destruição completa das instituições brasileiras e da desindustrialização maciça.
Ainda, enigma nenhum pois os EUA forjaram sua força pelo petrodólar e subjando os opositores.
A situação de Mexico e Brasil são distintas. Há muitÃssimos emigrantes vivendo nos EUA que mandam remessas de dólares para os familiares que ficaram no México. Além disso, tem o petróleo e o turismo. Todos esses fatores ocorrem em escala muito menor no Brasil.
Simplesmente porque América do Sul cresceu a mais devido expansão de commodities agrÃcolas, enquanto o México não tinha espaço para tal expansão!!!
Os caras fazem tudo o que o manual neoliberal manda, não dá muito certo, então vão procurar algum resquÃcio de medida comunistoide, como diriam os bozoloides, para explicar o fracasso, que nunca está no ideário liberaloide.
O problema, diz o Samuca, foi a regulação do mercado de trabalho, ou seja, só daria certo se eliminassem todos os direitos trabalhistas, preferencialmente também os sindicatos. Aà sim, seria o paraÃso neoliberal. Aguardem o Milei, se conseguir implementar o massacre pretendido.
As teorias econômicas foram desenvolvidas em paÃses com séculos de estabilidade sócio polÃtica e nesses mostraram que funcionam muito bem. Funcionaram bem por aqui (prevendo sucessos e fracassos) até mais ou menos o fim do século passado. Acredito que nas últimas décadas, a América Latina experimenta um perÃodo de inédita desestruturação social, com violência, corrupção e insegurança jurÃdica que bloqueia o desenvolvimento econômico. Acredito que esses fatores são mais exacerbados no México.
Ai ai... A teoria econômica de consenso não demanda um modelo liberal, alias, ele trata bastante da questão fiscal e de outros modos de interferência estatal. Você devia saber isso...
Hein? Funcionaram bem por aqui até o final do século passado? Quais eram essa teorias econômicas que funcionaram bem por aqui? Tivemos dois longos perÃodos ditatoriais em que quase nada de teoria econômica liberal foi aplicada. Na ditadura Vargas, assim como na militar, houve fortÃssima atuação estatal. Após isso só balbúrdia econômica até o Plano Real aliviar a inflação, mas foi só!
Valdir e Márcio tocaram em um ponto pertinente: medidas liberais na economia, somado à estabilização macroeconômica, não garantem um crescimento econômico sustentável. Essas medidas são apenas condições iniciais para o crescimento, ou seja, prepara o terreno. Mas o crescimento forte, de longo prazo, vem com reformas que melhoram o ambiente institucional: marcos regulatórios, tributação eficaz, agência reguladoras independentes etc., deixando-o inclusivo, sem favorecer grupos especÃficos.
Essas reformas garantem segurança jurÃdica e previsibilidade para investimento em negócios e inovação tecnológica, gerando ganhos de produtividade na economia e garantindo o crescimento duradouro. Além disso, se o estado investir muito em capital humano, os ganhos são ainda maiores na produtividade do trabalho e no crescimento.
Como de praxe, excelente artigo de Samuel Pessoa. E o Brasil também tem muito a melhorar quanto a esta questão.
O México virou, com a mão de obra barata, chão de fábrica da indústria americana, ficaram com a linha de produção e os americanos com o lucro. O liberalismo é sinônimo de crescimento baixo. Na década de 90, muita gente pensava que a China fosse apenas um chão de fábrica da indústria do 1° mundo, todavia a China tinha educação, engenharia e logÃstica avançadas. Tinha um projeto de paÃs.
Nossa situação não é muito diferente do México e tudo o que ocorreu por lá, serve de lição para economistas como você, que acreditam na infalibilidade de medidas liberais. Concordo com a maioria delas, mas o fato é que o liberalismo não se esforça e nem tem o interesse de promover a inclusão de pessoas na economia de mercado, cabendo aos governos tal tarefa. Mas o liberalismo também sequestrou os governos com seu poder de lobby, neutralizando o que se conhece por "democracia".
Produtividade é tudo para sairmos da renda média e alcançar o nÃvel de renda dos paÃses desenvolvidos. Há um gráficos no Our World in Data que mostra a Produtividade por horas trabalhadas vs. PIB per capita (PPC), Nele é evidente que paÃses de alta renda, os desenvolvidos, são os mais produtivos. Causar distorções na economia, seja protegendo e mantendo, por meio crédito subsidiado e tributação diferenciada, não é um problema apenas para o desenvolvimento do México mas também do Brasil.
Apenas para ressaltar também que, além das distorções mencionadas por Samuel - que levaram a alocação de recursos para empresas pouco produtivas - o México ainda apresenta um ambiente regulatório pouco favorável aos negócios, segundo a Heritage Foundation. O Chile está melhor posicionado. Talvez isso tenha impedido que o México tivesse maiores taxa de investimento em relação ao PIB de 1990 a 2019.
Excelente coluna, Samuel. É bem interessante como o senhor consegue trazer dados e referências baseadas em evidências empÃricas, embora muitos aqui teimam em brigar com os dados estudados e analisados com rigor, sempre chamando-o de "neoliberal" e outras bobagens. Como dizem: o pior cego é aquele que não quer enxergar. Se os estudos empÃricos mostram as causas do baixo crescimento do México e do Brasil, por que teimar com isso ?
Quem sabe no dia em que automatizarem todas as maquilas do México, trocando trabalhadores mal pagos por robôs, tudo se resolverá. Ao menos do ponto de vista dos liberais, claro.
Não tem enigma nenhum. É a escolaridade que é baixa. Nada mais. Os povos sul-americanos não valorizam os estudos.
A escravidão teve muito menos importância no México que no Brasil. E lá houve uma grande revolução social há pouco mais de cem anos. Tem petróleo e abundante turismo dos EUA. O que há de comum em nosso fracasso conjunto em enriquecer como nação?
As frequentes falhas de previsão da teoria fantasmagórica da mão invisÃvel não convencem economistas liberais como o colunista de que ela não funciona. A resposta sempre é criar argumentos ad hoc, que tornam a teoria não-falsificável, portanto não cientÃfica segundo Popper. Lembrando q Popper era um conservador e não um progressista. Não há nada de cientÃfico nas teorias liberais. Aliás, vale lembrar q Mises desprezava dados econômicos históricos.
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