Samuel Pessoa > O enigma mexicano Voltar

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  1. João Vergílio Gallerani Cuter

    Seria interessante estudar casos de países que conseguiram romper a barreira da renda média nos últimos 50 anos em ambiente democrático. Disseminou-se a impressão de que a democracia impede a ultrapassagem dessa barreira. Países de renda média e grande desigualdade convivem com uma tensão social que condiciona a obtenção de votos a concessões que nos fazem marcar passo. De tempos em tempos, vem a crise, ajeitam-se as coisas, mas logo em seguida as concessões se impõem. Como sair disso?

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  2. paulo werner

    Samuel poderia dar uma olhadinha nos fundamentos macroeconômicos do desenvolvimento coreano e chinês, depois passaria pela organização econômica dos europeus. Não sei se voltaria aqui pra fala em temor com projetos nacionais de desenvolvimento.

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  3. paulo werner

    Faltou mencionar a concentração de renda e a calamidade social em q se enfiou o México. Cumpriram toda cartilha liberal e o avião não decolou. Agora querem os direitos trabalhistas, vulgo fígado. Onde já se vou desenvolvimento apostando em tecnologia e capital estrangeiro. Salvo em economias muito pequenas, com população reduzida, q puderam pleitear condição de relevância no mercado global, isso nunca deu certo, não há um único registro de sucesso em lugar algum. Pra cima do fígado dos mexicanos

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  4. Marcelo Magalhães

    Segundo Clara Mattei, economia neoclássica, austeridade fiscal e estado forte são o preâmbulo do fascismo. Não há estado democrático que se sustente com esses três pilares. Aqui no Brasil, por exemplo, produziu-se 125 milhões de brasileiros em insegurança alimentar e 33 milhões com fome. Além da destruição completa das instituições brasileiras e da desindustrialização maciça.

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  5. Aderval Rossetto

    Ainda, enigma nenhum pois os EUA forjaram sua força pelo petrodólar e subjando os opositores.

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  6. Felipe Vasconcelos

    A situação de Mexico e Brasil são distintas. Há muitíssimos emigrantes vivendo nos EUA que mandam remessas de dólares para os familiares que ficaram no México. Além disso, tem o petróleo e o turismo. Todos esses fatores ocorrem em escala muito menor no Brasil.

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  7. Aderval Rossetto

    Simplesmente porque América do Sul cresceu a mais devido expansão de commodities agrícolas, enquanto o México não tinha espaço para tal expansão!!!

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  8. JOSE PADILHA SIQUEIRA NETO

    Os caras fazem tudo o que o manual neoliberal manda, não dá muito certo, então vão procurar algum resquício de medida comunistoide, como diriam os bozoloides, para explicar o fracasso, que nunca está no ideário liberaloide.

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    1. JOSE PADILHA SIQUEIRA NETO

      O problema, diz o Samuca, foi a regulação do mercado de trabalho, ou seja, só daria certo se eliminassem todos os direitos trabalhistas, preferencialmente também os sindicatos. Aí sim, seria o paraíso neoliberal. Aguardem o Milei, se conseguir implementar o massacre pretendido.

  9. Paulo Jr

    As teorias econômicas foram desenvolvidas em países com séculos de estabilidade sócio política e nesses mostraram que funcionam muito bem. Funcionaram bem por aqui (prevendo sucessos e fracassos) até mais ou menos o fim do século passado. Acredito que nas últimas décadas, a América Latina experimenta um período de inédita desestruturação social, com violência, corrupção e insegurança jurídica que bloqueia o desenvolvimento econômico. Acredito que esses fatores são mais exacerbados no México.

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    1. Paulo Jr

      Ai ai... A teoria econômica de consenso não demanda um modelo liberal, alias, ele trata bastante da questão fiscal e de outros modos de interferência estatal. Você devia saber isso...

    2. JOSE PADILHA SIQUEIRA NETO

      Hein? Funcionaram bem por aqui até o final do século passado? Quais eram essa teorias econômicas que funcionaram bem por aqui? Tivemos dois longos períodos ditatoriais em que quase nada de teoria econômica liberal foi aplicada. Na ditadura Vargas, assim como na militar, houve fortíssima atuação estatal. Após isso só balbúrdia econômica até o Plano Real aliviar a inflação, mas foi só!

  10. Vinícius Freire

    Valdir e Márcio tocaram em um ponto pertinente: medidas liberais na economia, somado à estabilização macroeconômica, não garantem um crescimento econômico sustentável. Essas medidas são apenas condições iniciais para o crescimento, ou seja, prepara o terreno. Mas o crescimento forte, de longo prazo, vem com reformas que melhoram o ambiente institucional: marcos regulatórios, tributação eficaz, agência reguladoras independentes etc., deixando-o inclusivo, sem favorecer grupos específicos.

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    1. Vinícius Freire

      Essas reformas garantem segurança jurídica e previsibilidade para investimento em negócios e inovação tecnológica, gerando ganhos de produtividade na economia e garantindo o crescimento duradouro. Além disso, se o estado investir muito em capital humano, os ganhos são ainda maiores na produtividade do trabalho e no crescimento.

  11. andre lunardelli

    Como de praxe, excelente artigo de Samuel Pessoa. E o Brasil também tem muito a melhorar quanto a esta questão.

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  12. Valdir Teixeira da Silva

    O México virou, com a mão de obra barata, chão de fábrica da indústria americana, ficaram com a linha de produção e os americanos com o lucro. O liberalismo é sinônimo de crescimento baixo. Na década de 90, muita gente pensava que a China fosse apenas um chão de fábrica da indústria do 1° mundo, todavia a China tinha educação, engenharia e logística avançadas. Tinha um projeto de país.

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  13. Márcio Marques Alves

    Nossa situação não é muito diferente do México e tudo o que ocorreu por lá, serve de lição para economistas como você, que acreditam na infalibilidade de medidas liberais. Concordo com a maioria delas, mas o fato é que o liberalismo não se esforça e nem tem o interesse de promover a inclusão de pessoas na economia de mercado, cabendo aos governos tal tarefa. Mas o liberalismo também sequestrou os governos com seu poder de lobby, neutralizando o que se conhece por "democracia".

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  14. Vinícius Freire

    Produtividade é tudo para sairmos da renda média e alcançar o nível de renda dos países desenvolvidos. Há um gráficos no Our World in Data que mostra a Produtividade por horas trabalhadas vs. PIB per capita (PPC), Nele é evidente que países de alta renda, os desenvolvidos, são os mais produtivos. Causar distorções na economia, seja protegendo e mantendo, por meio crédito subsidiado e tributação diferenciada, não é um problema apenas para o desenvolvimento do México mas também do Brasil.

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    1. Vinícius Freire

      Apenas para ressaltar também que, além das distorções mencionadas por Samuel - que levaram a alocação de recursos para empresas pouco produtivas - o México ainda apresenta um ambiente regulatório pouco favorável aos negócios, segundo a Heritage Foundation. O Chile está melhor posicionado. Talvez isso tenha impedido que o México tivesse maiores taxa de investimento em relação ao PIB de 1990 a 2019.

  15. Vinícius Freire

    Excelente coluna, Samuel. É bem interessante como o senhor consegue trazer dados e referências baseadas em evidências empíricas, embora muitos aqui teimam em brigar com os dados estudados e analisados com rigor, sempre chamando-o de "neoliberal" e outras bobagens. Como dizem: o pior cego é aquele que não quer enxergar. Se os estudos empíricos mostram as causas do baixo crescimento do México e do Brasil, por que teimar com isso ?

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  16. Marcelo Fernandes

    Quem sabe no dia em que automatizarem todas as maquilas do México, trocando trabalhadores mal pagos por robôs, tudo se resolverá. Ao menos do ponto de vista dos liberais, claro.

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  17. Araguaci Faustino da Silva

    Não tem enigma nenhum. É a escolaridade que é baixa. Nada mais. Os povos sul-americanos não valorizam os estudos.

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  18. José Cardoso

    A escravidão teve muito menos importância no México que no Brasil. E lá houve uma grande revolução social há pouco mais de cem anos. Tem petróleo e abundante turismo dos EUA. O que há de comum em nosso fracasso conjunto em enriquecer como nação?

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  19. Ricardo Knudsen

    As frequentes falhas de previsão da teoria fantasmagórica da mão invisível não convencem economistas liberais como o colunista de que ela não funciona. A resposta sempre é criar argumentos ad hoc, que tornam a teoria não-falsificável, portanto não científica segundo Popper. Lembrando q Popper era um conservador e não um progressista. Não há nada de científico nas teorias liberais. Aliás, vale lembrar q Mises desprezava dados econômicos históricos.

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