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  1. Dionisio DeBarros

    A colunista diz que industrializacao dos anos Lula-Dilma levou a crise de 20l4-l5. Pensei que tivesse sido a queda abrupta no preco das commodities que causou aquela crise. Esta nos livros de historia. Houve tambem as pautas levadas avante por aecio-cunha que aumentaram enormemente os gastos governamentais; alem da lavajato que paralizou a economia com intuito politico. A colunista eh uma financista que parece entender absolutamente nada de politica industrial. Por que entao se mete a comentar?

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    1. paulo werner

      Veja como já evoluímos de uma questão principiológica pra uma avaliação dos entraves de natureza política. Aqui o debate sai do manual, abandonamos frases feitas, esquecemos regras gerais e passamos a debater os problemas em sua concretude. Apontar desvios em relação as regras do desenvolvimento é só mimetismo teórico, diferente de uma correta análise dos erros históricos dos projetos brasileiros. Bem por aí.

  2. paulo werner

    Se China e Coreia do Sul fossem cordeirinhos dessa *literatura*. Fique com a literatura e assista a reestruturação da produção industrial de ponta (energia, inserção de dispositivos computacionais -softwares- dos módulos de produção ao brinquedo de feira). Haja soja, boi, Gustavo Lima, Zé trovão, desmatamento (vem tudo no mesmo pacote da *literatura* pega-colônia). Quando europeus deixaram de fazer PI?

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    1. Vinícius Freire

      A abertura comercial é boa para a indústria, pois as que sobreviverem terão ganhos de produtividade, pois importarão insumos de melhor qualidade: máquinas, equipamentos, peças etc., para aumentar a sua eficiência e qualidade de seus produtos, podendo competir com mais força no cenário internacional. A Embraer importa seus insumos, por exemplo, o motor vem dos EUA, além de outros e foca no que faz de melhor: desenvolver o tipo de aeronave.

    2. Vinícius Freire

      As causas da desindustrialização do Brasil não deve ser direcionadas apenas a um certo grau de inserção do país ao comércio global, que ainda é muito baixa. As maiores causas são o custo Brasil, que abrange desde uma logística cara e ineficiente até alta carga tributária para um país ainda em desenvolvimento (está bem acima dos emergentes) somada ainda as crises no início dos anos 80-90 e a mais recente de 2014-16.

    3. Vinícius Freire

      É assim com boa parte da indústria brasileira que recebem benefícios desde os anos 60 e não consegue competir em escala global e aumentar a sua produtividade. Além disso, as PI nos países desenvolvidos são bem planejadas, com o cuidado sobre quais impactos negativos isso pode trazer para sociedade e qual a intensidade desse impacto. Aqui, falando sério, não há um bom planejamento para fazer política pública desta natureza, não estamos maduros nisso.

    4. Vinícius Freire

      Há uma grande diferença entre fazer PI no Brasil e em países desenvolvidos. Lá, quando se observa que a política não está dando certo, eles dão fim a essa política, pois política pública para eles deve ser eficaz. Mas aqui, quando se faz uma políticas de desenvolvimento para um setor e observam que não está sendo eficaz, continuam a mantê-la para benefício do setor que recebeu. Aqui, política pública de qualidade não é levada muito a sério.

    5. paulo werner

      Vinicius, faça um exercício: veja se o modelo da *literatura* se aplica aos países de economia desenvolvida. Veja se não há PI por lá, veja se não fazem guerras por manutenção de vantagens comerciais. Agora mesmo, veja como EUA tratam carros elétricos chineses.

    6. Vinícius Freire

      Entendo o seu ponto de vista, Paulo. Sim, a indústria já atingiu 30% do nosso PIB até meados dos anos 80. Mas dado que a partir deste momento o país entrou em uma crise econômica severa, fiscal e inflacionária, ou seja, instabilidades macroeconômicas, entramos nos anos 90 ainda com a economia em baixo crescimento, a macroeconomia do país só foi arrumada em 1994. O nosso baixo crescimento ainda persiste devido a problemas estruturais que leva à baixa produtividade.

    7. paulo werner

      A *literatura* q vc consulta, pra sustentar a importância relativa da indústria para o desenvolvimento do Brasil, faz estudos nos comparam com países com Austrália e Nova Zelândia. Veja: após a abertura de Collor e FHC, teve início um dos casos mais acelerados de desindustrialização já observados, e pioramos em tudo. Difícil negar a relação direta entre os fenômenos. Nem mesmo com modelos comparativos duvidosos dos cardeais do sistema financeiro, operadores do desmonte irreparável.

    8. paulo werner

      Vinicius, meu caro. De fato, indústria não é trilha pro céu, mas existem variáveis q favorecem aposta noutros setores (população, acesso a insumos baratos, capacidade de investiment (tamanho da economia). O Brasil já teve quase 30% de sua riqueza anual de origem industrial, período em q crescemos muito e rápido, desconcentramos renda e criamos toda institucionalidade/estrutura relevante q temos hj. Após do receituário da abertura, tivemos involução nos dados sociais e baixo crescimento.

    9. Vinícius Freire

      Pelo que sei até o momento, o México possui uma indústria automotiva bem equipada, com tecnologias modernas, mas também é voltada para montar carros. Eu te pergunto: isso gera valor agregado ? claro que não. O que gera valor agregado é o que se inova no produto: o design, aparelho de bordo, sistemas de segurança etc., isso tudo sai de países desenvolvidos, o local nascente dessas indústrias que apenas enviaram a sua produção para regiões onde é mais barato produzir, como o México.

    10. Vinícius Freire

      O valor de um parque industrial transcende a conquista do mercado global ? quer dizer que vale a pena continuar a proteger a nossa indústria em nome do desenvolvimento ? nossa indústria que acumulou uma queda na produtividade por horas trabalhadas de 6,82% de 1995 a 2019 enquanto o Agro acumulou um crescimento de 346% no mesmo período (os dados são da FGV IBRE). Se expandir para o mercado global ganha competitividade e maior crescimento, veja o Agro.

    11. Vinícius Freire

      O nosso maior erro é achar que indústrias é vital para o país se tornar rico. A literatura mostra que não há nenhuma relação entre indústria e desenvolvimento econômico. O que importa é o quão forte é produtividade dos setores. Veja o nosso setor de agricultura é mais produtivo do que o nosso setor industrial, e muito inovador, adotando novas tecnologias no campo e agregando valor aos seus produtos e é totalmente inserida no comércio exterior, voltando-se para a exportação.

    12. paulo werner

      O valor de um parque industrial transcende a conquista do mercado global (aqui a matemática encontra seu limite). Outra: a indúst. Automobilista no Brasil é subsidiaria (montadoras). Tem de saber diferenciar incorporação de produção nacional. Está gostando do q vê no México?

    13. Vinícius Freire

      Bacha deixa bem claro os diferentes rumos do desenvolvimento da indústria no Brasil e na Coreia do Sul. Sim, a Coreia deu incentivos, como o protecionismo, por um tempo às suas indústrias, mas os retirou conforme foi abrindo a sua economia desde o início dos anos 70, Bacha mostra até um gráfico no livro. A nossa indústria, sobretudo a automotiva, é protegida até hoje, em mais de 60 anos, junto com zona franca de Manaus, impactando na sua produtividade, que é muito baixa.

    14. paulo werner

      Vinicius, com matemática q pago essa assinatura. Veja, Bacha menciona mas não incorpora ao seu argumento o fato de a abertura ter sido parte da PI coreana. Abertura estratégica (progressos e seletiva) após a maturação tecnológica de seu parque industrial. Aqui a matemática mostra apenas e evolução pós abertura, mas o economista deve ser tbm bom historiador. PI são apostas, investimentos, e como tal, fracassam em sua maioria.Mas quem não faz PI, vende banana. Motores elétricos sem PI?

    15. Vinícius Freire

      O caso de sucesso das indústrias beneficiadas na Coreia do Sul e seus ganhos de produtividade ao longo do tempo foi iniciado após a sua integração ao comércio global, expondo-as à competição com players internacionais. No livro "Para não esquecer: políticas públicas que empobrecem o Brasil" o economista Edmar Bacha esclarece de maneira convincente com dados e gráficos o real sucesso do setor industrial da Coreia do Sul.

    16. Vinícius Freire

      A economia não é uma ciência puramente de humanas, é uma ciência social aplicada que utiliza ferramentas matemáticas rigorosas para validar as suas hipóteses e verificar se a política implementada foi eficaz. Sabendo disso, Paulo, desculpe dizer, mas há um certo negacionismo de sua parte diante da literatura acadêmica de economia que prova com rigor matemático, coletando dados, o que deu certo e errado em políticas públicas como a PI.

  3. Bruno Andreoni

    Característica da esquerda: falta um fato para corroborar um argumento, inventa-se o fato s se mantém a narrativa. Exemplo, afirmar que a Embraer estava muito bem antes de ser privatizada.

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  4. Bruno Andreoni

    Duas características de PI que deveriam ser óbvias: exigência de contrapartidas em eficiência e resultados E prazo para terminar.

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  5. Nestor Bercovich

    Embraer foi um caso de sucesso das políticas industrais, mas não porque foi privatizada: antes da privatização já era uma empresa bem sucedida!

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    1. Carlos Telles

      E os engenheiros do ita são investimentos de quem? Quem paga a estrutura? Privatização da gestão é parte do contexto

    2. Vinícius Freire

      Volto a dizer, não só a privatização, integrada ao comércio global - competindo com players externos - além de poder acessar as melhores tecnologias vindas de outros países (por exemplo, a turbina e o design interno vem dos EUA, o painel de voo vem de vários fornecedores externos, além de outros) a empresa também possui mão de obra bem qualificada e bem formada, em sua maioria vindas do ITA, como os engenheiros.

    3. Vinícius Freire

      Nestor. Desculpe-me, mas você está mal informado. Antes de ser privatizada, a Embraer acumulava prejuízos financeiros e má gestão de produção, principalmente nos ano 80, o que levou a sua privatização nos ano 90. Após ser privatizada, a empresa conseguiu captar mais investimentos e expandir a sua produção, além de aumentar consideravelmente o seu número de funcionários.

  6. Nestor Bercovich

    As políticas industriais estão de volta depois de ser demonizadas durante décadas pelos neoliberais, mas a jornalista parece não querer que isso também aconteça no Brasil, e para isso ela chega a responsabilizar as PI pela crise de 2014!

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  7. Vinícius Freire

    "...de que forças políticas, com poder de lobby, são determinantes importantes da PI". Isso é bem visível aqui no Brasil. O setor industrial, em especial a automotiva, querem continuar ganhando benefícios e proteção contra a concorrência externa até que o país se acabe de vez. A Embraer é outro caso de sucesso, pois foi privatizada, melhorando o processo de gestão da empresa e continuou inserida no comércio global, competindo com players externo, além de dispor de mão de obra bem qualificada...

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    1. paulo werner

      Vinicius, com matemática q pago essa assinatura. Veja, Bacha menciona mas não incorporação seu argumento o fato de a abertura ter sido parte da PI coreana. Abertura estratégica (progressos e seletiva) após a maturação tecnológica de seu parque industrial. Nesse caso, a matemática mostra apenas e evolução pós abertura, mas o economista deve ser tbm bom historiador.

    2. paulo werner

      A Embraer foi um fracasso de 1969 até 1994? Veja o q a tal *literatura acadêmica* anda fazendo com vc. Não existe literatura acadêmica, isso parece supor uma homogeneidade inexistente. Economistas de diferentes orientações compõem um campo do saber, cuja diversidade não cabem num substantivo singular. O Médico abriu seu mercado e não faz PI, tá gostando do q vê?

    3. Vinícius Freire

      Continuando: vinda de instituições de ensino superior renomadas, como ITA, cujos engenheiros são bem formados. Todas essas variáveis citadas contribuíram para que a Embraer se tornasse produtiva e competitiva no mercado global de aviões, não essas PI ultrapassadas dos anos 50 que governos brasileiros anteriores e o atual ainda praticam.