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'O sociodispositivo eletrônico é uma matriz que incide esteticamente sobre o espaço-tempo fÃsico, reconfigurando hábitos e formas de vida.' Todo esse parágrafo onde o autor tenta acoplar o conto de Wilde com o mundo das redes sociais é extraordinariamente confuso. Espaço-tempo fÃsico é um termo da teoria geral da relatividade que trata da gravidade. A influência dos computadores sobre o campo gravitacional terrestre é totalmente desprezÃvel. E o que é uma matriz que incide esteticamente??
O paralelo da dependência ao mundo digital com a adolescência veio bem a calhar.
Sêo Muniz, sei lá porque é que o K, a "droga zumbi", virou notÃcia, em havendo tóchico baratim, disponÃvel e entregue aos dedos com facilidade, que alucina e conforma comportamentos os mais bizarros. Exemplo? Nessa Ãgora mesmo, há defensores do "absurdo do golpe" de 08janeiro; bobeou, eles tem cópias de mensagens Bozo-originadas em seus dispositivos - de todo modo, há perÃcias publicadas. Os milicos, padrão-ôro de cônfio-honestidade, já deduraram o Bozo. E sujeito o crê e a si próprio, democrata
Divino!
Simplesmente sublime !
Interessante notar que o enrijecimento da polarização se dá justamente quando a verdade está em crise, na era da pós-verdade. Fatos que confirmam o erro de uma ideia, ou uma pauta, rapidamente, nas redes, tornam-se objeto de especulações enviesadas e teorias conspiratórias. Os campos opostos da enrijecida divisão polÃtica brasileira não aceitam os fatos como eles acontecem, há sempre justificativas. Direta e Esquerda, pelos seus defensores, nunca erram, autojustificam-se.
Gustavo, talvez porque eu não fume nada mais forte do que cocaÃna ou não injete drogas mais potentes do que marofa, não percebo "a esquerda" fazendo isso: mantenho-me saudavelmente distante das redes. Chego, no máximo, ao Pervitin desta Ãgora da folha, onde o que rola é uma derecha tosqueira e negacionista, felizmente em minoria evidente. (Aliás, desculpe-me o "Pervitin", coisa "do meu tempo". Não lembrei do nome de nenhum opiáceo da moda)
Exatamente! A teoria não corresponde aos fatos, mude-se os fatos!
pois então, leitores, leitoras, meu medo é que meus educandos não tenham, dentro de alguns anos, a capacidade de "ler letrinhas pretas ( impressas ) paradinhas, quietinhas lá nas páginas" dos livros ou do que eu escrevo no quadro branco.
Com a IA, infelizmente, esse cenário é bem provável.
Minha esperança é que esteja ocorrendo o inverso do que se passa no clássico de Oscar Wilde, ou seja, que as pessoas adeptas publicamente da monstruosidade moral calcificada tenham, secretamente, simpatia pelos valores sociais reinaugurados em janeiro deste ano no Brasil.
Gente otimista é uma bênção, né não? Eu acho.
Muniz Sodré, meu editor da Folha de São Paulo preferido. E pq ele é o meu colunista preferido? Também não sei direito. E como iria eu saber se nunca tomei um chopp com ele num boteco fulera ouvindo Orlando Dias, Nubia Lafayette ou Nora Ney! Acho que o elegi o jornalista da FSP pela cara dele. Pela fotografia dele. Ficou com jeito de ser gente boa!
Orra, Mano, houve nalguma matéria desta folha uma foto do sêo Muniz ereto, firme, com uma cara ótema, que tava uma beleza. Com oitentanos, melhor do que eu, que tou trinta atrás. Ah, num boteco fuleira, a trilha sonora não há de ser essa proposta, de jeito maneira: tenta ver se tem um boteco no Mis! Hahahah!
Eis a estética do simulacro. Se não chega a pirar, deprime.
Só deprime aqueles que a vêem de fora, meu caro. Quem tá ali no meio, tá eufórico, que a droga é forte.
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