Conrado Hübner Mendes > Juridiquês, a doença infantil do bacharelismo Voltar
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Paralelo na área médica: vários deles (tanto jovens quanto experimentados) até tremem de prazer ao entregar uma receita ilegÃvel. É o mesmo tipo de atraso, daquele que imagina ter tanto mais importância quanto mais incompreensÃvel for. Mas acho difÃcil alguem atentar para a questão e propor algo correlato ao proposto por Barroso. Pelo menos as impressoras e os computadores contribuem, e com o tempo essa questão desaparece.
Que texto, esse do professor Conrado! Deveria ser lido na abertura do ano letivo em todas as escolas de direito.
Sou todo a favor da mudança. Já cansei de ler peças com esse juridiquês criticado. Na grande maioria, o juridiquês vem acompanhado do mau uso de vÃrgulas; é vÃrgula até dizer chega, o que transmite a tal da insegurança linguÃstica. Agora, devemos nos ater para não sacrificar o Direito no processo; não inventar "estupro culposo" porque se quer fazer entendido.
Outras profissões também abusam do jargão para afetar conhecimento (médicos por exemplo). Mas na área jurÃdica isso é um vÃcio que merece estudo.
Pensei no mesmo exemplo enquanto lia.
O Latim, se serve para o juridiquês, pode ser utilizado para expurgá-lo: o " modus in rebus " (jeito nas coisas) deve ser, também, o norte de qualquer manifestação que derive do intelecto .
Rolando Lero era advogado.
Absolutamente na mosca! É ridÃculo mesmo, e esta linguagem não tem outro objetivo que não seja excluir o “leigo” sugerindo que ha uma técnica de argumentação a qual poucos tem acesso. Sugiro a segunda parte deste tema, que é a extensão das argumentações. Ha defesas que tomam 6 horas e poderiam tranquilamente levar 45 minutos com mais eficiência, um pouco o que acontece com filmes: é bom, mas poderia ser mais curto”
Em meu primeiro dia de trabalho (há mais de 30 anos) como revisor num tribunal superior aqui em BrasÃlia, deparei-me com esta pérola num processo: "O que abunda não prejudica". Questionei meu superior se poderia alterar o trecho, ao que fui advertido com um "vai se acostumando, meu rapaz"...
Uai, Zé Geraldo, Prezado, se não perjudicou abunda, qual o pobrema? Há prejuÃzo ao fÃgaro, ao'zóio, ao'zovido e prováveis eticéteras; mas, coisa muito .oral, se não perjudicou abunda, uai... Deixa estar mêmo, fazer o quê? Hahahahah!
Mais uma vez ótimo. 'Senso de ridÃculo não eh uma das virtudes da magistocracia' haha Adoraria ver a cara dos petulantes magistrados lendo esses artigos, será que xingam com as palavras 'pé-no-chão' ou vêm em latim? Acho que depende se tem alguém olhando.
Me parece que o primeiro curso universitário criado no Brasil foi de direito. Depois eles se miltiplicaram igual baratas. Talvez se tivéssemos começado nossa saga acadêmica pela matematica, fisica, biologia, engenharia, etc não serÃamos um paÃs tão desigual.
Muito bom! Se eles não perdessem tanto tempo tentando parecer eruditos, talvez a justiça andasse.
Eita, carÃssimo, o jorná tava me parecendo, após dias de abstinência, tudo inguá, tipo tosse de velho com bronquite; salvou-o vossa mercê, tipo um Rhum Chreosotado do juridiquês mofado. Olha, confesso que gostei do "Augusto SodalÃcio", dado algumas de suas decisões serem mesmo uma Soda - ultimamente, merecidas, nas "Bundesver" gorpistas. "Codex Obreiro" também foi ótema: esse é o livrinho de "best practices" da Bozoléia na administração pública, o Guia pra Obrar no Ventilador? Nem percisava! Ha!
Censura dessa Folha.
Os exemplos do artigo são extremos. Há que se ter um equilÃbrio, para se andar no melhor caminho. A lÃngua portuguesa tem umas 370 mil palavras, mas só se pode utilizar umas 2000, caso contrário será "antidemocrático". Aà fica difÃcil.
Data vênia, dotô?
"Eine grosse Konfusion" é imortal! Se o Adoniran Barbosa estivesse vivo, poderia pegar o mote e fazer o Samba do Alemão. Was für eine Anta!
Óia, João, não é que eu queira tirar qualquer glória do Adoniran - inda mais que moro na cidade em que ele nasceu, e falêmo, os dois, esculhambol - mas em termos de Samba, melhor o Sérgio Porto (Stanislaw Ponte-Preta) e um Konfusion der Kriollum. Carnavá 2O24 na cabeça! Hahahahah!
Em bom juridiquês, este artigo calha à fiveleta...
Uia, Flávio, essa eu deveria incorporar, pena que tô meio gahgáh: "calhar à fiveleta" me pareceu tuguês de boa estirpe, de sair em conversa de dois velhos Tugas bebendo numa praça. Fui pedir à Grã-Pitosisa Gúgol que me iluminasse e, Homessa!, não é que é mesmo juridiquês castiço? Calhou à fiveleta, meu caro, agradeço; se calhar, não esqueço. Tomara.
1. A linguagem obscura, confusa e difÃcil de entender interessa a quem não tem razão. 2. Notar ainda que o artigo 6. do Código civil de 1916 presumia que todos pudessem compreender o direito, quando declarava que ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece. 3. No caso do Barroso, o problema é quando a Greta Garbo vence o Thomas Jefferson dentro dele.
Excelente artigo.
Oportuna a crÃtica ao juridiquês pseudo-cientÃfico, utilizado pra engambelar os trouxas. Um senão à tradução de Bundesverfassungsgericht. Não se trata de "corte", palavra que a república alemã deixou pra trás. É Tribunal Constitucional Alemão. Por aqui, juristas de origem diversa também preferem usar "corte", quando na Constituição só se lê o termo Tribunal.
Hilário de tão verdadeiro!
Caro prof. Conrado H.Mendes ótimo texto sobre um dos fatores que mais afasta o judiciário dos seus maiores clientes e beneficiários, o povo.
Mais uma vez o prof. Conrado é muito feliz em abordar esse tema jurássico em termos de linguagem e clareza. Concordo em gênero, número e grau com a análise reta e direta, prof. Conrado.
Em geral, a retórica do juridiquês, paradoxalmente barroca e muitas vezes vazia, tende a se distanciar de questões realmente pertinentes aos casos. Por fim, penso que a linguagem simples deve ser de cunho educativo.
Isso para ficarmos apenas no vocabulário. Quando chega na sintaxe, a coisa é digna de hipérbato, anáfora, catáfora e longos perÃodos compostos por coordenação e subordinação. Uma Odisseia. Falando sério: a linguagem simples é mais que bem-vinda, é inclusão, cidadania e, portanto, democracia. Talvez essa simplificação da linguagem possa, sem perder a sua função e o seu objetivo, aproximar o texto jurÃdico da realidade.
Jesus da Goiabeira, FabrÃcio, que feiúra! Um hipérbato, lembra-me uma imensa dor, ou uma pancada forte ("levei um hipérbato na fuça ontem, compadre, que só vendo") Uma anáfora, condição extrema à qual chega uma hemorróida maltratada, mas ainda quieta dentro do corpo. E a catáfora, bem, ela infelizmente saiu pro ambiente, só resta catáfora! É um compêndio medicinal, isso! Hahahaha!
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