Ruy Castro > A morte segundo Nelson Voltar
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" mas depois que o tempo passar ninguém mais vai se lembrar que eu fui embora" Nelson Cavaquinho. Que sorte Nelson, assim a gente pode descansar em paz.
Segundo Shopenhauer, a morte é o estad o supremo da solidão, solidão cultuada, perseguida e saboreada pelo mesmo, assim como eu. Detesto gente.
"O mundo é mágico. As pessoas não morrem, ficam encantadas". Guimarães Rosa
Por amar o óbvio ululante, espanta-me Nélson não ter escrito que "o Homem caminha para a Morte assim que nasce". Por conhecer toda a sua obra, se escreveu, não li, pois ainda inédita.
Havia no Nelson um pouco de estoicismo. Um pouco de Sêneca. Ou não?
“A morte tem por fundo um alarido de xÃcaras e pires.” Que maravilha!
Nelson Rodrigues e seco, direto e exato, não existe nada a retocar.
Também achei um primor! A do "olhar de contÃnuo", péssima!
Escrevi uma pequena crônica que chamei de "a paz dos cemitérios", onde considerei o cemitério o condomÃnio melhor de se viver e aÃ, fui nomeando-lhe as vantagens como por exemplo, falta de preconceito, de barulho, etc.
A morte sem dúvida em algum momento chegará para todos sem exceção. Porém, não vem de longe ou a mando de alguém. Não vem como vingança, como maldade, apenas está presente no dia a dia como tudo na vida. Leva o indivÃduo, mas não leva a esperança de um amanhã melhor.
Conheço bem a obra do Nelson , Ruy , e continuo achando que para Nelson o território de um túmulo , seja lá de quem for , é sagrado . Com o roubo , banalizaram a morte e o morto , para o desgosto do mestre.
Caro Ruy, refratário que é das tecnicalidades, você não lê comentários. Em todo o caso, vai o recado abaixo: após ler sua coluna sobre a Folha Seca, estando no Rio, dei um pulo lá e deixei com o Miguel um livrinho meu para lhe ser entregue. É sobre algo que temos em comum... a velhice. Como nem sempre ser velho foi coisa igual, quis contar a história desta condição etária. Espero que seja de seu deleite, pois sendo assim provocarei em você um sentimento que sempre provoca em nós, seus leitores.
Frederico Becker, se você teve a ousadia de tentar entregar o seu "livrinho" ao Mestre Rui é porque deve ser muito bom... Aguçou minha curiosidade. Também, quero.
Conte também para os leitores.
Há culturas cujo morto é obrigado suportar gente comendo entorno do caixão. O banquete servido com piadas e falação boba ou desrespeitosa. Principalmente morto q gostava tanto de comer deve ficar com raiva, pois está impedido. Sem falar dos entes queridos, chororos, desesperados, vendo a gentarada se empanturrando, alguns até reclamam da qualidade ou pouca comida. Melhor mesmo é morrer distante de qualquer ser humano, demasiadamente humano.
Não conhecia essa partilhada pela Marina Gutierrez. Espetáculo. Trouxe leveza...
Obrigada, João Batista Beltrame. Por coincidência, eu havia comentado a morte de um vizinho, a qual presenciei quando crianca, ele se chamava Batista, "seu Batista", no fim achei inapropriado, apaguei o comentário e escrevi esse sobre a bailarina.
Qui seria di nóis sem o Rui...
No túmulo de uma bailarina: “Terra, seja leve sobre ela, que foi tão leve sobre ti”
Parabéns Ruy , pegou o mérito da poesia trágica de. Nelson, que por sua vez, deve ter lido Rainer Maria Rilke :-“ Pois somos apenas a casca e afolha . A grande morte que está em nós é a fruta em torno da qual tudo gira !”
Assistimos à "Vestido de Noiva", encenada em BH no último final de semana: uma ode à morte trágica, à morte tramada, à podridão da vida.
Por falar em Marilyn Monroe, muita gente dorme igual a ela. Nos fins dos anos sessenta, a dona Dete,Cornélio, teve dormindo, avc, e a ambulância, foi à rua sete, para ser atendida na Santa Casa. A saudosa Maria do Zé, tia por afinidade, disse para a defunta mãe, então viva: ainda bem que a Dette morreu; a mãe perguntou: uai, por quê?As duas eram amigas! Porque quando os homens da ambulância pegaram, ela tava sem carcinha e apareceu a Poderosa dela inteira...!
Como todos os grandes escritores, era um grande psicólogo.
Tenho comigo uma vontade incomum de faltar ao meu velório. Se eu estiver presente, saibam que fui na marra, forçado, a contragosto. Detesto velórios.
Nelson Rodrigues, é o maior criador de frases inolvidáveis.
Caro Ruy C.texto primoroso sobre o magistral Nelson R.,versando sobre um assunto tão inadiável e definitivo.
Amei a Morte do Nelson descrita pelo Ruy. Corrijo o imortal Rodrigues: morre de pneumonia quem quer, porque tem vacina.Quero morrer de morte morrida e não matada. Desde os 17anos escapo da matada.Minha vidente, há uns dez anos, Saúde Ana!, disse que vou viver até os 120 anos e morrerei de morte morrida. Mas,se ela errou na previsão do Santos incaÃvel !, vá saber se não pode ter errado de mim? Não posso morrer de morte morrida,dormindo,porque durmo como a Marilyn Monroe, mas, sem o Chanel 5.
Sim "lindas de morrer", e de se ler, também.
No mundo de hoje, principalmente aqui na terrinha e como testemunha viva da nossa história nos últimos setenta e sete anos, minha única tristeza ao morrer é constatar a verdade do grande pensamento do Nelson sobre os idiotas.
Esse Nelson Rodrigues era um leitor de almas. Grande Nelson e você também Ruy!
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