Esses botecos "raiz-fake" e os restaurantes temáticos têm público certo: a geração classe média pasteurizada que cresceu no eixo casa (em condominio)-escola (particular)-shopping, ou seja, que sempre viveu numa bolha apartada da realidade, que tem aporofobia, ou seja, gente-fake.

Inventaram o boteco fake. Vejam o datalhe no cardápio: "Stella Sem Glúten". E os preços? Uma longneck custa 14 pilas. Eu tomo latinha no bar que frequento por 3 reais. E o tira-gosto é salsicha em lata.

Aqui em BH o que se conta nos botecos é a qualidade da comida. O resto tem vida curta.

Sem tirar do contexto: adoro um quilinho. Outro dia comi em um tal de “Vaca Véia”, de descolado só tem o nome, pois a comida é cara e ruim. Mas serve pro pessoal fresco comer e se achar descolado. Uma marmita de birosca dá de dez a zero.

Há uns 40 anos no Rio tinha um lugar interessante de beber chope e comer umas sardinhas fritas em pé e ao ar livre, de noite. A rua era fechada e os donos dos bares improvisavam, no meio da rua, umas mesinhas com uma tábuas em cima de barris de chope e funcionava à note. Havia vários bares do tipo. A tradição continuou, transformando-se no hoje famoso e turístico beco da sardinha, agora organizadamente com mesas de verdade e cobertura e desde as onze da manhã.

Antes de qualquer comentário, seria interessante definir o que viria a ser um "boteco raiz", caso contrário a matéria não faria o menor sentido. E não faz. Para mim - e eu escrevi "para mim" - um boteco raiz é aquele que serve pinga barata e cerveja gelada, também barata, em copo americano. Que oferece ovos cozidos coloridos e salsichas em conserva como tira-gosto ou um misto quente, com pão dormido, mas com preço justo. Além dos doces e refrigerantes para agradar os filhos que você levou.

Me lembrou o texto de Antônio Prata: ''Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de cento e cinqüenta anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de cento e cinqüenta anos, mas tudo bem)''

Hoje, com 52 anos, não bebo álcool.Mas até pouco tempo atrás adorava um boteco. Boteco ideal: Lugar pra sentar, preço de distribuidora, cerveja canela de pedreiro, bons tira-gosto, trilha sonora escutável e amigos pra fazer resenha. O resto era acessório não obrigatório.

Não vejo mal nenhum. Gosto de boteco assim.

boteco bom é no mesmo quarteirão onde vc mora, ou a meia quadra do teu trabalho, frequentado por seus vizinhos e comparsas de copo. isso eu nunca vá aqui em sp, só ví no rio. a tijuca e a região central tá cheia de pé sujo assim. se tiver uma roda de samba é um plus a mais.

impressionante como o autor esculachou os pobres numa matéria tão fútil...........

Que matéria chata.

Nesse país há botecos por todo o lado. Como ando para achar um lugar decente para tomar um simples café expresso.

Que absurdo! Não vejo uma relés mesinha de jogo de bicho nesse vídeo.

Vai fazer 29 anos que abandonei a bebida, mas, no meu tempo, só frequentava pés-sujos de verdade! E pendurava a conta!

Foi-se o tempo que passava a noite em boteco bebendo...!Como fui feliz nessa vida.

Curiosidade: por que pé sujo? Muitas coisas sujas em botecos, não tenho dúvida, mas o que os pés têm a ver com isso?

Mano... Esse texto do colunista valeu pela edição inteira da Folha hoje...

Em BH, capital dos botecos, a ironia: abriram um bar chamado Moema, que dizem servir comida paulistana (?) e vive tendo fila e espera para entrar. Fica ao lado do Redentor, decorado de Rio de Janeiro e também sempre lotado.

Ja que estão por ali, podem pegar o Pinheiros-Pq. Pirajuçara e descer no ponto final. Vão ter uma experiencia ainda mais "raiz".

Queria ver esse pessoal, nos idos anos 70, entrar num desses botecos da periferia para comprar cigarros pro avô, Kent, se não tiver, Continental, sem filtro por favor.

As pessoas tendem a ir onde as pessoas tendem a ir. Uma vez criada a moda, não importa o local mas o tipo de pessoas que se espera encontrar lá.

Só gente que não duraria 1 minuto em algum bar de rincão no Brasil adentro vai nessa patuscada.

Excelente texto :)

Marcão , senti saudades agora do bar do Zé lugar família viu ,o Zé era o cara mais malvado desse mundo ,tinha um três oitão debaixo da mesa do balcão ,tinha um porrete que já vi ele usar no cucuruto de um bêbado boca suja ,um tipinho anti família como ele falava ,fora que ele se dizia jagunço lá na Bahia,que eu acreditava até pq o cara era mal ,mas um mal justo . Fora que o boteco era na entrada da favela e eu frequentava depois do serviço de madrugada. Bons anos aqueles .

frequentei bares e botecos por muito tempo. qd bebia bebia mais ainda. queria ser um cara da noite, papo cabeça. fumava free. hj o meu lugar é aos pés do Senhor.

boteco com aspecto de feito para pobre, mas frequentado por gente rica é igual à esquerda brasileira, cheia de burgueses, que estuda nas melhores universidades do país e faz intercâmbio na Europa!

Prefiro o Marcao falando de comida.

Ahhhhhh, Marcão, suas quatro derradeiras palavras responderam à pergunta que não cheguei a fazer: "cobram preços de Pinheiros". Então Sodeu, pô: com preços de sarjeta, eu sento na sarjeta feliz; por valores de segundo andar, eu quero receber condições e tratamento idem. Na verdade, nem vou mais a boteco: não pode fumar, tá tudo caríssimo, não sei se gosto da humanidade ao redor - não sei mais qual boteco tem humanidade compatível comigo, na verdade. Trabalhar em casa,morando longe, dá em veiêra!

Aqui em buracoville há lago parecido - boteco da Frau - nunca entrei lá , mas sempre está cheio de gente na calçada . E fica num dos m2 mais caros da cidade , no bairro mais caro da city .

Se vissem a equipe da cozinha. Nunca mais comeriam fora de casa

Tinha um restaurante q achava legal.boa comida .preço justo. Etc..ate q vi a cozinheira na porta esperando abrir .ao vê la Nervosa. Fumando esquelética despenteada pura nunca mais

E os bares vizinhos de faculdades...verdadeiros nojos...

Gentrificaram o bairro - lembro de botecos de verdade e riscas facas no Largo da Batata-, expulsaram os pobres, que para estar em Pinheiros precisam se acotovelar em ônibus para atender a burguesia em faxinas, portarias ou balcões e, para fechar, esse mesma burguesia escrxta agora cria seu parques temáticos para simular a vida real, pois seus bairros viraram inabitáveis e tediosos, em meio a prédios com segurança armada e trânsito parado. A zona oeste rica virou um shopping caro a céu aberto.

Há uma glamourização insana dos tais botecos raiz. Tenho ranço de boteco, meu pai sempre me levava quando criança, e apesar dos doces e fliperama, achava um tédio, uma tristeza só, os mesmos caras que os mesmos papos furados, as mesmas discussões estúpidas pelas glórias de cada time, os mesmos vexames dos dependentes que não conseguem parar. Minha amostragem não expressa o real boteco? Talvez...

Esses paulistas são muito chatos engraçados. Chegam a ser caricatos. Kkkk

Esse pessoal moderninho de Pinheiros é realmente ridículo.

Buteco de periferia não é bonito, tampouco agradável. Barato porque serve micharia, além do álcool, e banheiro precário. Sei porque fui sócio de um, no Parque Savoy. Por dois anos tentamos mudar o perfil do consumidor; alcoólatra e boêmio, independente do dia da semana. A polícia batia ponto.Fechávamos às 4, 5 e abríamos às 12, 13 todos os dias. Não aguentamos e vendemos. Ainda bem.

Bar bom é bar com mulher bonita.

Cada minhoca no seu buraco. Prefiro boteco de pobre, na perifa.