Vera Iaconelli > A arte de dizer não para si Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Boa dica é ler a Sociedade do Cansaço.
Eu pensei que seria um artigo sobre a resistência em comprar coisas para não arruinar as finanças domésticas. Um tipo de artigo auto ajuda. Resistir a trabalho eu não tenho nenhum problema. Hahahahaha.
Mesmo quem é pobre não escapa desse tipo de dilema. Conheço um cara que faz pequenos serviços de manutenção para uma sobrinha que aluga apartamentos por temporada. Recebeu uma proposta para um emprego fixo num prédio, onde sua carga de trabalho certamente iria aumentar, a começar por ter que estar todos os dias no local. Recusou, preferindo a liberdade, ainda que ganhando menos em média.
isso é muito comum entre o pessoal autônomo que trabalha com manutenção - encanadores, pedreiros, eletricistas, instaladores de ar condicionado. Quando trabalham bem e tem uma clientela fiel, preferem trabalhar por conta que ser escravo de horário e patrão. Conheço vários. Não sei se ganham menos, talvez contando férias e 13o, mas fazem os seus horários e administram a carga de trabalho.
Nossa, Vera, eu precisava deste texto. Obrigado!
O que eu mais gosto nas suas reflexões é que sempre explÃcita o lugar social de fala e também sempre se implica nas crÃticas que desenvolve. Diferente de muitos psicanalistas...
Lógica neoliberal, trabalhador precarizado etc. Tá com cheirinho mofado de socialista velha das ideias. Então o cara que pega seu carro, trabalha a hora que quer de Uber, escolhe o dia e ainda tem várias outras rendas é o precarizado ? O neoliberalismo que, desde sempre, que tirou bilhões de pessoas da pobreza também é culpado. E quando que o socialismo produziu riquezas ou tecnologias que permitem ao trabalhador exercer seu ofÃcio a hora que quiser, de onde estiver e do jeito que quiser?
O comentário é preconceituoso, com um viés forte de quem só quer falar mal do socialismo. Só que o assunto não é esse. E sim, motorista de uber é o exemplo de trabalhador precarizado. Para tirar um SM limpo o cara trabalha horrores. Mas se acham empresários, e tem problemas de matemática e contabilidade envolvidos.
Certamente, a economia de mercado causa desestruturação e degradação no tecido social, seguidas de amnésia histórica.
Por que cargas uma pessoa que vislumbra os problemas da conjuntura econômica e social em que vive é automaticamente socialista?
Ual! O neoliberalismo tirou bilhões de pessoas da pobreza? Desde sempre? Em que planeta desse universo? Por aqui nesse planeta ele começou na década de oitenta e produziu economia estagnante e concentradora de riqueza que destruiu a confiança do povo em polÃticos, está a ruir a democracia e ressuscitar o fascismo. E não foi o liberalismo que produziu desenvolvimento e paz após a SGM até surgimento do neoliberalismo. Cada um!
Sim, é precarizado. Beijo.
Que manifesto ensolarado!!! Enquanto os ideais neoliberais rezam o rosário da vigilância sob a égide capitalista, o texto da Vera amplifica os recursos para descolonizar os hábitos adquiridos desse sistema bárbaro, travestido de gente, fina, elegante e sincera.
Vera Iaconelli, sempre maravilhosa, precisa e sagaz. Uma das grandes colunistas da Folha. Uma pena que não haja muitos como ela no jornal.
Pela própria resenha do livro feita pela articulista posso afirmar: não li e não gostei. É mais um desses calhamaços com revisionismo histórico. Jamais, em tempo algum, as sociedades indÃgenas foram anômicas, pois, como referia Ulpiano, "ubi societas ibi jus" (onde houver sociedade, aà está o Direito). Não há como fugir a essa regra. Em qualquer agrupamento social há de existir normas. Do contrário, haverá o caos. (continua)
(continuação) Mesmo em jogos e brincadeiras infantis, regras são estabelecidas a fim de que se tornem viáveis. Em princÃpio, o Carnaval seria sem regras, com liberdade total... Mas aqui no Brasil, tem regras. Visão de mundo apriorista: sem respaldo em fatos. Em que planeta o autor citado e a psicanalista colheram tais experiências?
Chiara, estranho sua opção por Nietzsche: ele era extremamente misógino: odiava as mulheres. Coitado... Foi um frustrado com as mulheres. Por isso seu ódio contra elas. A grande paixão de sua vida foi Lou Salomé. Ele pediu sua mão em casamento e ela, gentilmente, o rejeitou. Disse que o queria apenas como amigo. Assim, triste e amargurado, ele permaneceu solteiro até a morte. Segue um trecho extraÃdo do livro (continua)
"Além do bem e do mal", no qual ele instila seu fel contra as mulheres: "Isso as mulherinhas sabem bem demais: elas fazem o diabo com homens que são apenas altruÃstas, meramente objetivos... Será que posso ousar dizer, por tabela, que eu conheço as mulherinhas? Isso faz parte dos meus dotes dionisÃacos. Quem sabe? talvez eu seja o primeiro psicólogo do eterno-feminino. Elas todas me amam uma velha história: descontadas as mulherinhas fracassadas, as 'emancipadas', as incapazes de ter filhos...
Por fortuna não tenho a menor intenção de deixar que me arrebentem: a mulher completa arrebenta, quando ela ama... Eu conheço essas mênades amáveis... Oh, que predadora sutil, perigosa, subterrânea, baixa! E é tão agradável ao mesmo tempo! Uma mulher baixa, que vai atrás de sua vingança, seria capaz de passar a perna até mesmo no destino... A mulher é indizivelmente mais má do que o homem, e também mais esperta; a bondade na mulher já é uma espécie de degeneração..."
Ainda: " a castração, a extirpação, é instintivamente escolhida num combate a um apetite, por aqueles que são demasiado fracos de vontade, degenerados demais, para poderem se impor uma medida: por aquelas naturezas que necessitam de alguma definitiva declaração de hostilidade, de um abismo entre si e uma paixão. "
Joel, dentre os filósofos, fico com Nietzsche:" A luz do dia mais crua, a racionalidade a todo preço, a vista clara, fria, cautelosa, consciente, sem instinto, era, ela mesma, apenas uma doença- e de modo nenhum um caminho de retorno à virtude".
Chiara, estamos falando agora da liberdade sob a perspectiva filosófica kantiana. Aquele pensador dizia: "Você só é livre quando faz o que não quer." Nós seremos livres quando fizermos o que não gostamos. Porque fazer o que se quer é muito fácil: difÃcil é ir contra os próprios desejos e inclinações e dominá-los a ponto de fazer o que não gostamos. Isso é Kant.
Chiara, o problema é que essas escolhas, geralmente, trazem prejuÃzo ao erário, bem como põem em risco a vida tanto do próprio optante quanto dos que o cercam. Em geral, quando se fala de liberdade, só é liberdade em relação à s ambições mundanas, como dinheiro, poder e sexo, ou seja, as paixões.  A vida é um combate contÃnuo com o risco da insensatez, entendida como a escravidão a essas paixões.
Chiara, a liberdade de usufruir dessas paixões, na maioria das vezes, se trata de uma escravidão, não de liberdade. Liberdade não é o sujeito viver de acordo com seus desejos e inclinações, porque, em geral, a gente deseja coisas que são verdadeiros disparates. Liberdade é o sujeito governar suas escolhas a partir da razão (Kant) orientada por valores adrede escolhidos.
Não pretendia me referir a grupos polÃticos que buscam o poder, mas a ações cotidianas de respeito à s escolhas alheias, certamente aquelas que não trazem prejuÃzo aos outros.
Chiara, Bakunin, famoso anarquista, contemporâneo de Marx, já vaticinara: "Trabalho é na fábrica. No Poder é poder e fará exatamente o que o poder faz. Quem conhece a natureza humana sabe disso. Se você pegar o mais ardente revolucionário, e investi-lo de poder absoluto, dentro de um ano ele seria pior que o próprio Czar." Assim, em geral, ser reacionário ou progressista é só uma questão de perspectiva.
Chiara, por definição, os progressistas de hoje serão os reacionários de amanhã. Todo aquele que defende uma ideologia ou sistema polÃtico ou econômico, quando chega ao poder e implanta seus modelos, fará tudo para manter o "status quo". Será totalmente avesso a mudanças. Não seja mais um visionária. O homem só quer uma doutrina ou corpo de princÃpios para justificar seus atos perante todos e apresentar sob uma roupagem ética sua ambição pelo poder.
Há coisas à s quais não precisamos renunciar pra viver de forma civilizada. É para estas que os progressistas pedem mais liberdade. Muitas renúncias são exigidas apenas como exercÃcio de poder.
Chiara, a frase é de Freud. Se você o lesse saberia a que tipo de renúncia ele se refere. Mas pelo próprio contexto do comentário se pode inferir de que renúncia se trata. Só um louco não tem medo do caos, porquanto a mente dele já é um caos. "O Louco" (Le Fol) é o 1º arcano do tarô. Não tem número. Para uns representa o zero. O caos primordial. É sinônimo de desordem generalizada. O Haiti é um bom exemplo em que isso vai dar. Fica a dica para reflexão.
Joel, a liberdade dos indivÃduos é diversa em cada sociedade. A meu ver, o texto se refere a mais liberdade, ou outro tipo de, e não à falta total dela. Não seria mais um temor de um imaginável caos que te faz vislumbrar os progressistas sob essa perspectiva? Civilização é renúncia, mas que tipo de civilização e renunciar a que e em nome de que?
Chiara, no sexto e no sétimo parágrafos do artigo há uma espécie de resenha do livro (ouviu, Rachel? A resenha dá um panorama do livro para que o leitor tenha uma ideia se vale ou não a pena lê-lo). Por esse escorço, muito embora não use o termo anômico, pude entrever esse desejo dos progressistas. Toda a busca desses tais é a anomia, camuflada sob o eufemismo de liberdade, inclusive moral, mencionada no artigo. Uma sociedade sem freios. Mesmo Freud já pontificara: "Civilização é renúncia."
Em qual momento foi dito que os indÃgenas eram sociedades anômicas?
Se não leu, está criticando que ?
Vc tocou no tema que está por trás do adoecimento mental de pessoas com entregas constantes. E se vc é boa ou bom com essas entregas, essa cobrança e piora a dificuldade para dizer sim para si própria. Para e s por pautar o tema, Vera. Estou curiosa para entender o perfil de quem sente ainda culpa quando diz sim pra si.
Afinal.foi ou nao foi ao convite perto de sua casa .. P escrever aqui tem tempo e disposicao
hahahahahaha, não fui!
Compromisso que chama
Aceitação e renúncia são práticas que podem reduzir/evitar nosso sofrimento e além disso a uma maior sensação de florescimento através das provações e triunfos de viver de acordo com nosso potencial e os nossos propósitos. Renunciar não é sinal de fraqueza, mas sim de força. É preciso muita coragem para aceitar o que não podemos controlar e focar no que podemos. A renúncia nos permite abandonar as coisas que nos prendem e seguir em frente com uma mente clara e uma atitude positiva. (3/3)
A aceitação é imediata e pessoal. É o ato de estar presente no que está acontecendo sem vincular a isso o nosso bem-estar. É semelhante à aquiescência e leva à equanimidade em qualquer circunstância. A renúncia é atemporal e universal. É a sensação de que o que está acontecendo faz parte de um processo e de uma continuidade. É ir a favor, não contra, mas cultivando a tranquilidade e vendo a nossa situação num contexto mais amplo. (2/3)
Dado que os desafios e as dificuldades são inevitáveis, a aceitação e a renúncia são necessárias se quisermos prosperar e florescer, mesmo enquanto lutamos e nos esforçamos. Mas quando praticamos a aceitação em vez da renúncia e vice-versa? Confundimos esses termos porque tanto a aceitação quanto a renúncia exigem o reconhecimento das vitórias e vicissitudes da vida, sem nos definirmos por elas. Afinal, a vida não acontece conosco. A vida acontece através de nós. (1/3)
gerencie sua vida como se ela fosse uma firma que dela vc tira o seu sustento! cuidado: amigos são importantes, mas podem ser perigosos. até o tolo qdvse cala se torna sábio! a prática da bondade pode ser destruir suas finanças. corrompa seu chefe, dê a ele o dÃzimo do chefe. somente assim vc será promovido na firma onde vc trabalha! dê à sua esposa a impressão de que tem outra. isto a deixará com ciúmes e lutará por vc. feliz ano novo!
Fonte: BÃblia, "Provérbios, 17:28 Até o tolo, quando se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios, por sábio."
Escreveu pouco, muito sucinta sobre um tema tão importante. Que pena!
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Vera Iaconelli > A arte de dizer não para si Voltar
Comente este texto